Capítulo 13

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Continuamos abraçados até que avistei Victor e Gemma andando de mãos dadas “HUM” fiz o som escondendo um pouco o riso e Victor piscou para Gemma que sorrio pra ele carinhosamente.

Harry rio, mas encarou os dois “Não preciso nem fala nada, uhm?” eu dei um tapinha no braço dele e joguei um olhar repreendedor fazendo ele me agarra “E nem eu preciso hein?” o Victor disse rindo e Gemma concordou.

“acho que está acabando” Gemma disse observando a festa que aos poucos se esvaziava “já está tarde” meu irmão disse se virando para ela e ela o abraçou, os dois são fofos juntos. “Que horas são?” Harry disse fazendo eu para de olhar os dois Victor tirou seu celular do bolso “duas e meia” pronunciou “está cedo ainda” Gemma cochichou “a gente fica aqui, e nem todos foram embora ainda” eu disse e todos me observaram.

“eu fico” Harry disse, acredito que para concordar comigo porque aposto que os olhos dele não vê a hora de serem fechados em um profundo sono; Puxei Harry para ficarmos encostados e as mão dele logo pousaram em torno da minha cintura.

Gemma e Victor estavam falando um com o outro bem baixo para que eu e Harry não ouvíssemos nada do que eles estavam a planejar, combinar não sei “vamos dormir junto de novo?” Harry sussurrou em meu ouvido eu levantei minha cabeça encostando meu queixo em seu peito assim que nossos olhos se conectaram senti meu coração acelerar “sim” eu respondi.

“gosto do seu cabelo assim” Harry revelou colocando sua mão em meu rosto e a acariciando com a ponta do dedão “adoro tranças” eu sorri e ele continuou me acariciando e desviou o olhar para o casal que estavam de namorico “eu fazia muito para as aulas de ballet” finalmente disse acho que posso contar a ele agora.

Ele me encaro com a testa franzida e eu afastei um pouco mas segurei firme sua mão “fazia ballet?” ele perguntou “fazia” confirmei “agora ta explicado” dessa vez eu franzi a testa com um pequeno sorriso  afinal o que ele tinha entendido “o que?” “seu pé pequeno de bailarina e seu corpo escultural de bailarina” ele riu e me juntei “sabia que era corpo de bailarina?” eu questionei “não, mas pé sim” eu ri mais “reparou no meu pé?” ele sorrio e não tirava os olhos de mim “reparei e alias porque fazia? Quando que parou?” eu sorri “porque reparou?” “mania, mas esse não é o foco uhm?” eu teria que fala já que comecei mas estava mesmo abismada com essa ‘mania’ boba.

O casal pára de namorico “ei nós vamos andando” O Victor disse e Gemma concordou “estou cansada e amanhã, na verdade hoje, queremos andar por ai e ficar juntos conversa e se não dormimos agora teremos menos tempo” Gemma disse e foi super fofo os olhares dela em Victor envergonhada, Harry e eu assentimos e demos à eles boa noite.

“e então..” ele disse pedindo para que eu lhe contasse e eu sorri “ok” respirei fundo, ele me observava atentamente “foi há dois anos..” olhei pra cima e fechei os olhos falar do ballet doía, era o que eu fazia melhor e eu mesma tirei da minha vida, voltei a olhá-lo e ele percebeu “não precisa falar sobre isso”

Eu não queria, mas vou falar “não se preocupe, foi um acidente de carro” comecei insegura e lembrando-se daquela noite “eu e meu pai, ele estava dirigindo pra casa e eu não via a hora de chegar, ele perguntou se queria que parasse na padaria, mas eu não quis” pausei e respirei novamente “então ele não parou seguindo, o pare era da mão que cruzava a rua que dava a minha casa. Era um caminhão pequeno e ele não parou e meu pai percebeu tarde, e o carro foi jogado contra a casa da esquina pelo impacto” observei sua atenção em mim e preocupação.

Ele pegou na minha mão querendo me confortar e deu certa “não foi grave, mas estava sem cinto e o impacto me fez bater a perna, e quebrou” sua boca fez um ‘o’ “era o ano que eu iria fazer a personagem principal” aposto que minha expressão era de inconformada, sei o que aquele acidente me causou uma separação e dor.

“Foram 3 meses com gesso e mais 3 com botinha 6 meses sem ballet e 6 meses pensando porque que eu não parei naquela padaria” abaixei a cabeça e eu realmente pensei nisso “porque você não queria, não foi sua culpa” ele diz me abraçando “mas não faz pensar que foi?” retribui o abraço apertando-o contra mim.

Fui eu que não quis parar naquela padaria se eu tivesse concordado e parado, o caminhão teria passado e nada teria ocorrido “pensei que era minha culpa, culpei o papel do ballet e a inveja das outras, culpei tudo e tirei o melhor de mim” respirei me segurando eu não ia chora.

“Com tempo disse que as tarefas da escola iriam ficar atrasadas e convenci minha mãe de não voltar a dançar e contornei a situação da forma que eu achei que tinha que ser” ele nos afastou para me olhar e parecia entender meu lado “acho que faria o mesmo” ele revelou “não é tarde, agora percebo” eu expliquei-lhe e ele concordou “não mesmo, pode recuperar ainda” ele me encorajou e eu sorri “eu pretendo, eu acho” ele franziu a sobrancelha “acha?” perguntou-me “preciso ver direito Harry” ele sorriu e assentiu me abraçando.

Só queria levá-lo para minha cama e dormir nos braços dele, daquele mistério acho que isso que me atraia, o fato dele ser um mistério os gestos e as palavras dele sem explicações possíveis, decorei o cheiro o sorriso e a rouquidão da inconfundível voz dele e de cada pequeno detalhe. O que eu iria fazer quando nos separássemos?

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