Acordar péssimo foi uma realidade que eu sabia que aconteceria no momento que resolvi ir embora na chuva, claro que assim que coloquei os pés dentro de casa fiz um favor a mim mesmo e tomei remédios para evitar o desastre e provavelmente eu estaria pior se não tivesse essa precaução.
Ficar gripado para mim era quase a morte, algo que me deixava completamente indisposto e cogitei inclusive avisar que não iria trabalhar; porém, com poucos dias para começarem as aulas, haviam situações burocráticas que não sairiam do meu encalço tão rapidamente e isso me resultaria em um atraso absurdo em minhas obrigações.
Me levantei a contragosto, tomei um banho relativamente quente e pela primeira vez naquela semana resolvi tomar café da manhã, assim que me sentei na mesa, peguei um livro e passei a ler enquanto comia tranquilamente.
A porta se abriu e Tobirama entrou em silêncio, se assustou meramente por me ver ali e acomodou-se ainda quieto. Pegou uma xícara, colocou café e passou a tomar.
— Não quer açúcar? - Perguntei tentando puxar algum assunto.
— Está bom assim. - Suspirou pesado e bebeu um gole.
— Você não anda dormindo muito em sua cama, por acaso tem a ver com o que queria me falar?
— Não. - Respondeu ríspido. - Meus casos de uma noite não têm a ver com o assunto. - Tobirama estava mentindo.
— Acho que esse caso tem um nome, afinal você tem passado muitas noites fora. Nem em suas maiores épocas de cafajestagem você era assim. - Obviamente revirou os olhos, algo esperado de meu irmão.
— Apenas tenho optado por me divertir mais. Não estou afim de namoro. - Cruzou os braços. - O que queria falar com você é sobre nossa prima Toka e o seu noivo intrometido.
— Sou todo ouvidos. - Tossi um pouco, minha garganta não estava legal.
— Avise a esses dois que não tenho interesse de conhecer ninguém de maneira arranjada. E inclusive, não quero me prender, faça com que eles entendam isso, não quero encontros armados. Como vocês podem perceber, tenho parceiras o suficiente para um mês. - Abriu um sorriso de canto e se levantou. - Vou tomar banho, quer carona para a universidade?
— Não. - Respondi fechando o livro. - Ainda tenho que passar em outro lugar.
— Você quem sabe. - Deu de ombros e saiu andando.
Meu irmão estava mentindo e eu sabia bem, algo não estava correto. O comportamento dele não era equivalente aos seus períodos mais ordinários. Suspeito que alguém acabou acalmando essa personalidade cretina e agora o Tobirama não sabe como lidar com isso.
De qualquer forma, eu havia minhas próprias questões para lidar, coisas que não incluíam, até então, ter que ajudá-lo a dispensar encontros arranjados.
Me levantei rapidamente após terminar de comer, arrumei meramente à mesa e sai para trabalhar. Hoje Toka, Mito e eu teríamos uma reunião com alguns representantes da Universidade Americana que havíamos fechado uma parceria.
Porém, eu ainda precisava passar em um outro lugar: Uma floricultura.
Sempre tive uma mania de levar flores para todos da faculdade, sem distinção. Gosto de acreditar que elas trazem boas energias para o ano que vai iniciar; quando entrei no estabelecimento que havia perto de minha casa, peguei algumas margaridas e... havia uma rosa vermelha. Aberta, bonita e com um tom que me lembrava algo, ou no caso, alguém.
Foi inevitável não sorrir, essa seria a dela.
Assim que cheguei a universidade, comecei a distribuir as flores para algumas funcionárias, que como sempre sorriam para mim e me agradeceram. Elas entendiam que não era algo romântico, mas uma forma de gentileza e uma representação de bom relacionamento, por isso a que comprei para Mito era diferente.
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10 dias para ela
FanfictionÉ possível se apaixonar a primeira vista? Isso que Hashirama Senju se questionava desde que seus olhos pousaram sobre a nova coordenadora do curso de direito da Universidade Mokuton. Para ele esse tipo de situação era nova e curiosa, ficava se ques...