10 dias para ela

5º Dia: Tatuagem, blazer, para casa e problemas à vista

Sexta-feira.

Tudo que eu mais desejava era ter acordado um pouco mais tarde, principalmente por saber que poderia tranquilamente entrar após o almoço, porém, obviamente alguma coisa iria me atrapalhar. De novo, nesse caso.

Fui acordado pelo interfone tocando incansavelmente por longos minutos...e eu torcia tanto para que fosse apenas um sonho ruim. Infelizmente, fui obrigado a jogar as cobertas para o lado e ir atender aquela merda. Eu não queria descontar no pobre porteiro, mas foi quase impossível. Perguntei de um jeito um pouco ríspido quem era...

E tive uma surpresa.

Agradável? Obviamente que não.

Liberei a entrada das pessoas mais inconvenientes da face da Terra e fui até meu banheiro fazer minha higiene antes de atendê-los. Avisei que a porta estaria aberta para entrarem. Joguei água em meu rosto por quase três vezes, havia dormido muito mal por conta da gripe que apesar de estar mais fraca, ainda insistia em me fazer perder o sono.

Ajeitei meramente a calça de moletom e fui até a sala aguardar meus convidados.

Assim que coloquei os pés no cômodo, a porta se abriu.

— Fala priminho lindo. - Touka veio em minha direção e me abraçou alegremente. — Vim te visitar.

— Nós viemos. — Kagami abriu um sorriso e me cumprimentou.

— Vocês sabem que é...- Olhei para o relógio pendurado na parede. — Oito horas da manhã e a essa hora eu deveria estar dormindo?

— Achei que o mal-humorado da família era o Tobirama. - Ela falou, obviamente. — Você deveria estar mais feliz, Hashirama...ontem deu um passo importante em relação a Mito.

Revirei os olhos, e me sentei ao sofá, convidando os dois para fazer o mesmo.

— Amor, foi tão bonito...O Hashirama estava tão sem graça perto dela. - Ainda é tempo de concordar com meu irmão que os Uchihas são uma família de canalhas?

E claro que era desnecessário dizer que os dois riam de mim.

— Ai Hashirama, se você soubesse o quanto a Mito ficou feliz com a rosa. - Bom, preciso dizer que fiquei feliz pela revelação da minha prima. Saber que meus sentimentos a alcançaram de uma forma ou outra me encheram de esperança.

— E o Tobirama? - Kagami perguntou. — Faz tempo que não o vejo.

— Ou tá perdido, ou tá no motel. - Respondi dando de ombros e acabei rindo. Por mais lamentável que a situação do meu irmão fosse.

— Olha...- Touka se ajeitou meramente no sofá. — Sinto que esse cretino encontrou alguém bem mais cretina que ele, por consequência se apaixonou e não sabe o que fazer.

— Você acha? - Pensei por um momento. Meu irmão estava estranho mesmo. Não dormia tanto em casa e seu humor estava ainda pior, coisa parecida de quando ele teve uma paixonite na adolescência. — Talvez ele não esteja galinhando por aí. O que ele tem de excelente acadêmico, tem de péssimo namorado.

— Nossa! - Kagami disse. — Depois dessa, parece que vocês não botam fé nenhuma no coitado.

Ponderei por alguns minutos e respirei fundo, infelizmente estava preocupado por mais que tentasse deixar essa história de lado. Era meu irmão afinal. Tobirama era alguém que dificilmente dizia seus sentimentos, guardava tudo para si mesmo achando que assim tudo se resolveria e obviamente as coisas pioravam.

— Não irá trabalhar hoje? - Kagami perguntou, me afastando dos pensamentos anteriores.

— Sim, mas entro a tarde. - Respirei fundo. - Não consegui dormir direito, estou gripado.