10 dias para ela

2º Dia: Almoço

Eu detestava acordar cedo, essa um dos maiores problemas para mim nos dias que entrava pela manhã no trabalho. Tentava não ir para casa tão tarde, porém era inevitável. Haviam coisas a fazer e infelizmente não era possível adiá-las.

Apesar da primeira semana após as férias ser mais tranquila pela ausência de alunos no campus, não significava que os problemas ou situações complicadas não acontecessem.

Em minha mesa as pilhas de papéis e recados de Anko só aumentavam gradativamente a medida que as horas iam passando, sei que exigia de mim uma atenção triplicada e por Kami, eu me esforçava.

Encostei em minha janela e passei a observar o sol brilhando e o típico clima de verão que eu tanto gostava. A faculdade era rodeada por cerejeiras e particularmente achava lindas as folhas rosas caídas pelo gramado.

— Com licença, Doutor Senju. – Anko me tirou de meus pensamentos e me virei em sua direção.

— Sim, Anko?

— O senhor tem visitas, posso pedir para entrar? – Franzi o cenho, não esperava ninguém. O único que vinha até minha sala sem ser convidado era o Madara. E dificilmente pedia permissão para entrar.

— Claro, peça para entrar. – Me voltei a minha mesa e me sentei.

Peguei meu celular, olhei para a tela e vi uma mensagem do meu irmão, ia responder, porém...

— Com licença, Hashirama. – A voz...ergui minha cabeça e quase cai da cadeira pela beleza em pessoa parada em minha frente.

O vestido longo em tons de azul, os cabelos vermelhos estavam soltos e eram ondulados; fiquei surpreso por serem quase na altura de sua cintura e hoje o batom era marrom. Céus...

— Mito. – Levantei rapidamente e parei em sua frente. – O que devo a honra?

— Não é nada demais, me perdoe vir sem avisar...mas acho que um de meus brincos caíram aqui. – Então ela estendeu um copo para mim. – É café, trouxe para você.

— Obrigado. – Peguei e abri um sorriso. – Sobre seu brinco...- Me abaixei na direção e onde ela estava sentada e de fato, uma pequena peça dourada com umas pedras em azul estava ali. A peguei e me levantei novamente. – Aqui. – Estendi para ela, que pegou e colocou na orelha.

— Obrigada. Ele tem um significado importante, por isso resolvi procura-lo. – Colocou um fio de cabelo atrás da orelha e me olhou.

— Ficou boni...digo, muito bem em você. – Porra, Hashirama! – Me perdoe. – Nós dois acabamos rindo sem graça, ela ainda mais.

— Vou indo, obrigada novamente. – Fez um pequeno aceno e deixou a minha sala sem dizer mais nada.

Me encostei em minha mesa após a gafe que havia cometido, que merda. Sempre fui alguém muito centrado em relação a esse tipo de coisa, nunca havia perdido minha compostura em me ambiente de trabalho e agora me sentia sem direção por causa da Mito. Eu queria poder dizer que ela é linda, que tudo que essa mulher coloca as mãos ou mexe fica magnifico...mas tenho medo de ser invasivo ou um grande cretino como meu irmão.

Não pensei muito, sai da minha sala e fui em direção a outra. Precisava conversar com alguém e colocar isso para fora...além de estar completamente exaltado com a situação.

Atravessei praticamente o prédio que estava para chegar até aonde queria, primeiro avisei a secretária que iria entrar, afinal, assim como ele, também não necessitava ser anunciado.

Abri a porta e a fechei rapidamente.

— O que foi agora, Hashirama? - Madara me olhou irritado da mesma maneira que sempre fazia. Estava arrumando alguns papéis em sua mesa.