Capítulo 15 - Me mostre seus demônios

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Quando eu era criança meu pai costumava ler histórias para mim antes de dormir. Eu implorava por aqueles momentos, porque tudo que eu queria era alguém para me afugentar do meu medo da escuridão. Alejandro sempre lia pacientemente cada linha de histórias lindas com finais tenebrosos, qualquer menção a barulho que eu escutava, ele afanava minha cabeça para me acalmar e ficava comigo até eu adormecer. Daria tudo para tê-lo naquele momento.

Como Lauren poderia se sentir no direito de ter ciúmes de mim? Eu que sempre vejo Lucy se debruçar sobre ela, com aquelas mãos, com aqueles lábios, vejo suas carícias e trocas de olhares, qual o direito que ela pensa que tem? O pior de tudo não era simplesmente eu a achar louca, mas sim o poder que estava exercendo sobre a minha pessoa. Se fosse qualquer outra eu não daria ouvidos, seguiria minha vida e a trataria como uma piada na roda de amigos. Mas como não era eu teria que me recompor e ir até seu encontro.

- Camila Cabello. – Lucy disse ao entrar na sala. Era tudo o que me faltava.

- Gostaria muito de conversar, mas já estava de saída. Obrigada.

- Não com tanta pressa. – Lucy colocou uma de suas mãos em meu peito e me empurrou com certa força, fiquei em sinal de alerta esperando por conflito.

- Você acha que não sei o que estavam fazendo aqui? – ela se aproximou da minha cara dizendo entredentes.

- Além de tudo você é corna conformada? – respondi sem deixar minha voz falhar.

- Ora, ora, ora... – afastou-se com um sorriso de deboche. - Camila Cabello entende o significado de traição.

- Só um tolo não entenderia.

- Surpresa, você é uma tola! – gritou ao se aproximar, expelindo as palavras em minha cara. - Pois só alguém que entende o compromisso poderia saber o significado de ser traído!

- Lucy se recomponha, a partir do momento que enfio os dedos na boceta da sua namorada, posso garantir que você foi traída.

Esperei por um soco ou um tapa na minha face, fiquei segundos já sentindo meu nariz tornar-se uma bola enquanto escorreria sangue por seus buracos, mas ao invés disso ela apenas se afastou e se apoiou na porta, seus olhos caíam ao chão e pude jurar que ela começaria a chorar.

- Lucy...

- Você não é a primeira e sei que não será a última. – disse por fim selando a porta e deixando-me em silêncio mais uma vez.

(...)

- Onde você estava Camila? Te procuramos pela festa inteira! – Dinah disse aturdida.

- Vocês viram a Lauren?

- Para de pensar nessa mulher um instante, cacete! Você não vê que ficamos preocupadas? – Normani respondeu visivelmente nervosa.

- Desculpa de verdade por preocupar vocês, mas nesse instante eu preciso muito falar com ela.

- O que aconteceu?

- Ela é uma vagabunda, já estou farta disso!

- Se você está farta então por que não se diverte? Chancho eu nunca te vi assim por ninguém.

- Essa mulher é como um demônio Chee, eu simplesmente não consigo evitar, quando vejo meu cérebro não responde mais e minhas ações não correspondem ao que eu sou.

- Por que você está tão nervosa atrás dela? – Normani perguntou.

- Porque estou cansada de seus joguinhos estúpidos e eu sou uma droga de um fantoche em suas mãos.

Control (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora