Capítulo 20 - O quebra-cabeça

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Olá minhas lindas <3 Conforme prometido aqui está mais um capítulo para vocês, já deixa seu voto, porque ajuda MUITO na divulgação da obra. No mais muito obrigada por tudo, cada pessoa que lê me enche de alegria! Sem mais delongas, vamos para o próximo capítulo.

~***~

As pessoas, em sua maioria, sonham em serem bem sucedidas. Elas mesmas dizem que é por conta da grana, para viajarem para qualquer lugar, para se empanturrarem como gordos fedidos em suas comidas favoritas ou para transarem com putas enquanto consomem drogas. Cada um tem sua visão sobre riqueza, mas quase todos compartilham da miséria. O que suas mentes hipócritas tentam esconder é que o que realmente querem é a sensação de poder que o dinheiro traz.

Eu queria todas as divagações que a luxúria é capaz de trazer, mas antes disso eu queria me sentir poderosa, queria que as pessoas vissem o quanto era importante. Enfia Augusto Cury e todos esses pseudointelectuais no rabo, nós sabemos no fundo que existem pessoas importantes e outras que não são, nem todo mundo é especial, muito menos ao olho do Senhor.

- Olá Camila, como você está? – disse Cuarón ao entrar na sala.

Queria apenas ignorar sua existência e permaneci na mesma posição, de costas e observando a paisagem de minha linda e exuberante janela, possivelmente seria a última vez.

- Você já sabe. – eu disse em tom seco.

- O que eu poderia saber? – ele respondeu cauteloso.

Comecei a rir com uma tosse seca, porque não me continha com cinismo, enquanto olhei firme em seus olhos.

- Que eu estuprei a Taylor.

- Você realmente o fez?

- Quer dizer que você tem dúvidas? – não pude conter a esperança em meu tom de voz.

- O que importa o que eu penso ou não, sou apenas o presidente.

Eu sabia o que isso queria dizer e cada vez que os minutos se passavam me deixava mais atordoada. As pessoas tem o leve engano de achar que o presidente é uma figura a qual todos têm que obedecer sem reclamar, isso se chama ditador. Em uma grande empresa os acionistas mandam e desmandam, e praticamente todos os funcionários devem obedecer. Ter uma figura de imposição é vital para adquirir respeito, mas nada mais do que isso, eles apenas querem um fantoche para colocar tudo para funcionar. E se Cuarón era o fantoche, eu era uma criança bêbada assistindo.

- Eu vou te ajudar Camila.

- Como?

- Sei que excessos acontecem, as mulheres estão cada vez mais terríveis. – ele disse me fazendo estremecer. – Exatamente por isso que irei te ajudar, poderia ter acontecido com qualquer um e você é parte vital dessa empresa.

- Você realmente considera estupro um ato justificável?

- Tudo é justificável quando se tem dinheiro e poder. – ele disse por fim.

Ficamos observando Nova York pela janela que parecia ensolarada, mas por dentro eu me sentia gélida, como se todas as palavras do mundo estivessem entrecortadas em minha garganta e eu estava fazendo um esforço absurdo para conseguir respirar.

- Descanse e tire alguns dias de folga, quando você voltar tudo estará resolvido. – ele me colocou em seus braços e me abraçou, por um segundo eu me senti amada, porém eu sabia que eu significava apenas um cifrão maior do que os outros, por isso o esforço valia a pena.

Logo que Cuarón deixou a sala, minha mãe começou a me ligar, eu sentia que não estava bem ou preparada para escutá-la, mas mesmo assim o fiz, pois eu tentava ser uma filha boa apesar de tudo.

- Aconteceu alguma coisa? – eu disse.

- Estou sentindo uma dor enorme em meu peito Sofi... Está tudo bem com você?

- Uma dor física?

- Não, apenas como um pressentimento ruim.

Revirei os olhos e respirei fundo para continuar, odiava essas baboseiras que criam de magia da maternidade, como se uma mãe pudesse sentir a vida de merda de seus filhos.

- Eu tenho dinheiro mãe, como eu poderia estar mal?

- Não seja ridícula, não foi essa educação que eu te dei.

- Não quero discutir com você hoje, de verdade. Se não for pedir muito gostaria que me deixasse em paz.

- Por que eu deveria te deixar justo hoje filha? – sua voz seguia temerária, enquanto eu me debruçava em minhas próprias dores.

- Mãe quantas vezes tivemos conversas onde desabafei com você?

- Nenhuma...

- Sim, porque não somos amigas. Para de romantizar essa droga de relação e acorda para sua vida, vai fazer um crochê, cuidar da vida dos seus vizinhos, enquanto eu me ocupo cuidando da minha e da sua vida! – eu sabia que tinha passado dos limites, mas me mantive firme, pois minha cabeça não queria deixar.

- Sofi, você realmente não está bem, na maioria das vezes você é gentil comigo e quando não é, sei que tem alguma coisa errada.

- Meu Deus mãe... Tudo bem pense o que você quiser!

- Venha me visitar, por favor, precisamos conversar... Você precisa desabafar como nunca fez comigo.

- Por que eu faria isso agora?

- Porque eu sinto que é o momento, apenas isso.

Desliguei sem esperar seus beijos ou suas palavras de amor vazio, quanto mais eu rodeava minha vida, mais eu me afundava na merda.

(...)

Cuáron tinha sido claro, eu deveria desocupar aquela sala, o problema é que o trabalho sempre me serviu de escapatória e sem ele eu me sentia terrivelmente pior.

Iria precisar de algo muito mais forte que ocupasse minha cabeça e me desse prazer, para minha sorte eu sabia exatamente o que seria.

Peguei as chaves do meu carro e fui como um cão que se entrega ao seu dono, não é saudável você querer entregar sua felicidade unicamente na mão de uma pessoa, mas as pessoas pouco se fodem para saúde, por isso que ao invés de irem ao nutricionista elas tomam Herbalife.

Sentir o vento em minha face me ajudou a tomar o ar que faltava, eu me sentia enojada com tudo, mas sabia que fazia parte do jogo. Se você quer ganhar qualquer partida deixe seu adversário achar que está ganhando, gente autoconfiante é um porre.

Aquele apartamento minúsculo, aquela porta marrom avermelhada, apenas uma batida seria o suficiente e foi o que fiz.

Assim que abriu a porta, senti aqueles olhos verdes me devorarem e aquele sorriso me fez queimar inteira.

- Que surpresa agradável, já estava morrendo de saudade. – Lauren disse em um sussurro.

~***~

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