O inferno era como um clarão branco exatamente como eu imaginava, cheio de enfermeiras gostosas atenciosas, que passavam de um lado para o outro, loucas para serem saciadas. O único problema é que eu ainda não tinha morrido. E todas aquelas injeções e cuidados médicos comprovavam isso.
Eu sempre odiei hospitais, como o meu pai Alejandro, era preciso que me levassem amarrada, pois até morta eu iria insistir em não ir. Todas aquelas pessoas doentes e aquele ambiente pesado me dava nos nervos. Muita gente se arrepende em morte o que deveria se arrepender em vida, se os mortos falassem com certeza tudo isso ficaria ainda mais divertido.
Ariana estava com um semblante preocupado, mas ao mesmo tempo aliviado, no final das contas ela salvou minha vida, por mais que eu quisesse não ser salva.
- Você está melhor? – ela disse.
- Um pouco, com todos esses remédios fica difícil de sentir alguma coisa.
- O importante é que agora você descanse e depois se recupere. – disse pegando em minha mão.
- E por que eu deveria me recuperar?
- Sei que as coisas andam difíceis, mas quero que saiba que eu acredito em você.
- Quem te contou? – perguntei impassível.
- Lauren Jauregui. – ela respondeu em um sussurro.
- Você a viu? – meus olhos se acenderam.
- Não... Mas ao te ver naquele estado e te trazer para cá, eu sabia que existia uma única pessoa no mundo capaz de te salvar. Como sabia sua senha, eu liguei para ela.
- E onde ela está?
- Vindo para cá o mais rápido possível, em um enorme cavalo branco, com aqueles olhos verdes sexy.
- Poxa... Não sei como seria capaz de agradecer.
- Permaneça viva e se cuida é o que posso pedir.
- Por que você se importa tanto Ariana?
- Eu preciso mesmo responder?
Paramos por um momento nos fitando até que Lauren finalmente apareceu, rompendo assim um momento calmo, para dar vida em meu coração insosso.
***
Lauren não colocou a música em seu carro, deixando o silêncio pairar sobre nós. Minha boca secava aos momentos onde as palavras insistiam em vir, mas por covardia eu não queria proferi-las. Até que finalmente ela disse:
- Quando você iria me contar?
- Possivelmente nunca, não é algo que eu me orgulhe.
- Estou tentando entender o porquê, mas é realmente difícil vindo de você. Não quero ser chata nesse momento de fragilidade, mas eu estou extremamente preocupada.
Pude ver seus olhos enxerem de lágrimas e me senti a pior pessoa do mundo, Lauren frágil não é uma figura que se passa muito na minha cabeça, nem nos meus piores sonhos. Mas eu sabia o quanto eu poderia ser destrutiva, por isso que apesar daquilo não ser comum, ao meu lado a mágoa nunca é passageira.
- Não precisa se preocupar comigo, eu sei me cuidar sozinha.
- O que você estava fazendo naquele hospital então?
- Erro de cálculo...
- Você teve uma droga de uma overdose Camila. – ela não se conteve e começou a chorar. – O pior poderia ter acontecido sabia?
- Poderia me explicar o que pode ser pior do que a merda de vida que eu tenho?
- Essa é a solução que você achou? Se drogar e ver onde poderia chegar?
- Pode não ser a solução mais inteligente, mas foi à única que eu encontrei.
Novamente ficamos em silêncio no carro, até que chegamos ao nosso destino, que era a minha casa. Por mais que eu tivesse um ímpeto de fugir para mais longe possível, não queria ficar sem Lauren, ainda mais ao saber que ela realmente se importava comigo.
- Você não vai sair? – ela disse com o rosto impassível.
- Preciso fazer um telefonema antes.
- Fique a vontade. – pareceu não entender, mesmo assim concordou.
A cada toque o meu coração acelerava um pouco mais, o poder de tomar decisões e mudar a sua vida é mesmo algo incrível, mesmo que isso possa acarretar em uma desgraça ainda pior do que se encontra.
- Cuarón? Não é nada importante, apenas que eu me demito!
Lauren arregalou os olhos surpresa, mas eu não permiti que ela dissesse nenhuma palavra.
- Eu pensei muito sobre tudo, sobre a minha vida e entendo que eu não posso mais fazer parte do quadro de funcionários. Espero que seja compreensivo nesse momento, é tudo que eu posso pedir.
Cuarón murmurou algumas palavras, perguntou se eu tinha certeza, mas eu segui adiante com meu pensamento, não poderia voltar atrás e eu sentia que realmente era o melhor. Após muito desgosto, desliguei e eu me senti estranhamente mais leve.
- Quer falar alguma coisa? – disse olhando para Lauren.
- Posso entrar?
- Claro. – respondi com um sorriso.
Lauren se sentia em casa, tanto que foi a primeira a entrar e notar cada uma das partes, eu gostaria muito de saber o que se passa em sua mente, mas é complicado, porque ela é expressiva, mas ao mesmo tempo contém os sentimentos mais valiosos.
- Surpresa com a decisão que eu tomei?
- Camila... – ela murmurou e se aproximou de mim. – Você me deixa louca sabia?
Puxei-a e a beijei com um misto de ternura e desejo contido. Não só sabia Lauren, como é recíproco.
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Sei que o capítulo foi um pouco curto dessa vez, mas estamos chegando na reta final. Desde já quero dizer que eu concluí a história, logo vocês podem odiar o final, mas não ficarão sem ele haha.
Estou fazendo alguns testes para o novo livro que irei escrever, por isso não se assustem se verem algumas mídias, como eu acabei de colocar, servem para enriquecer o livro e ver se realmente irá funcionar para o próximo, tudo bem?
Estão preparados para as emoções finais? Eu estou, espero que vocês também estejam hahaha Até a próxima, beijão <3
Twitter: @stefaniafonso
Instagram: stefani.afonso
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Control (COMPLETA)
FanfictionCamila Cabello é apaixonada por poemas e tragédias, até que sua história resolve virar uma grande peça de Shakespeare. Se o amor costuma intoxicar e ao mesmo tempo causar ardor, pode Camila ser considerada culpada de sua síndrome e obsessão? O álcoo...