Capítulo 29 - Malditas mentiras

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Com a vista turva caminhei em sua direção, era uma merda ter milhares de sentimentos e saber que tão pouco se poderia fazer para com eles. A verdade é que um bobo apaixonado por mais que tente se sentir lúcido e se manter autêntico será em vão. Não seríamos apaixonados se pudéssemos medir o quanto somos dependentes de alguém ou não, e não me venha com a história de que amor e paixão são completamente diferentes. Isso foi apenas uma desculpa que a sociedade inventou para casais que não se suportam mais tentarem reerguer a instituição falida que é o casamento.

Seu apartamento tinha o cheiro de café familiar e seus lábios contrastavam com o ambiente vermelho vivo. O sorriso ao me ver me trouxe náuseas e ao contrário do que as pessoas fazem eu não disfarcei o meu rancor.

- Preparei o café do jeito que você gosta.

- Eu dispenso. – respondi secamente.

- Vem cá, senta comigo. – ela pediu.

Dei de ombros e sentei no sofá com distanciamento.

- Vai começar a me repelir?

- Como espera que eu me comporte?

- Você queria que eu saísse de cima dela e parasse com tudo?

- Seria pedir muito? – respondi com exaltação ao me levantar.

- Camila... – ela levantou-se e começou a me perseguir. – Me escuta, eu e ela namoramos, eu não posso negar certas coisas...

- Não pode ou não quer negar? – olhei firme em seus olhos.

- O que você espera que eu responda?

- Lauren... – soltei um escárnio. – Você sabe bem como ser uma vagabunda.

- Não precisa me ofender para alcançar o que almeja.

- Ela fode melhor do que eu? – a segurei pelos braços e comecei a sacudir.

- Isso tão pouco importa?

- Suas palavras são imundas e carregadas de falsidade garota.

- Por que veio aqui? – disse ao soltar-se.

- Porque sou uma tola que te ama e que tem esperança até nos vazios mais imensos de mulheres podres que me cercam.

- Você sempre responde de forma errada, é por isso que essas merdas não fazem sentido Camila!

- Sabe o que não faz sentido? Ela te satisfazer de tal forma e você continuar infernizando a minha vida... O que você espera de mim?

- Paciência...

- Você só pode estar de sacanagem comigo. – me virei e sentei no sofá, enterrando minhas mãos sobre meu rosto.

- Camila... – ela sentou-se se aproximando de mim.

- Tudo o que eu fiz foi te amar Lauren e é com isso que você me retribui?

- Eu também amo você, muito mais do que posso ser capaz de amar qualquer pessoa.

- Estou cansada de suas mentiras!

Meus olhos não se aguentavam e eu chorava copiosamente, Lauren engolia em seco aguardando a melhor hora para poder me soterrar em todo aquele pesadelo carregado de luxúria, mas que enfim despertou.

- Eu quero fugir com você. – Lauren disse.

- O quê? – respondi sem entender.

- Você me disse para pensar e essa é a minha resposta, eu quero fug...

Antes que ela terminasse suas palavras agarrei sua bochecha entre os dedos e comecei a apertar sua cara com força em direção ao sofá.

- Me larga, você está me machucando...

Meus olhos estavam em fúria e cada vez mais minha visão ficava turva.

- Quer dizer que agora você quer fugir comigo? O quão idiota você pensa que eu sou sua vadia? Você deu seu cu, deu sua boceta para aquela maldita e em menos de um dia me dá sua resposta?

Soltei seu rosto por entre meus dedos e ela começou a ofegar.

- Você é uma fodida Camila!

- Posso até ser Lauren Jauregui, mas pelo menos não serei mais por você, sua grande puta mesquinha!

Saí sem nem ao menos dar a chance para que ela pudesse responder, depois da forma que eu tinha aberto minha vida e minhas cicatrizes para ela não me parecia justo que ela me tratasse daquela forma.

Só tinha um lugar que poderia me salvar agora.

***

O pó branco incendiava todas as paredes do meu cérebro, é como se a minha dopamina implorasse por ele e tudo que eu poderia fazer era dar o que ela realmente desejava.

Cada injetada que eu dava me sentia mais heroína que a própria mulher maravilha, era capaz de fazer tudo e ninguém seria capaz de me impedir. Os meus ossos iam se quebrando e o paladar era mais intenso que uma coca gelada no deserto, minha boceta se umedecia e se intensificava, só conseguia sentir sons de risos e bocas femininas me mordiscando e procurando por mais.

Eu precisava de mais, eu precisava de tudo. Eu injetava. Eu era a merda da Camila Cabello. A revolucionária CEO. A chupadora de bocetas mais incrível que uma mulher já conheceu. A assassina do meu pai e da minha irmã. A falsa estupradora de merda. A amante da Lauren Jauregui. Aquela puta, com aqueles malditos olhos.

Lauren...

Foi com esses pensamentos que eu pude sentir a minha respiração se perdendo e eu pude enfim descansar em paz.

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