Ficamos paradas em total silêncio, eu ainda tentava fazer com que meus pensamentos se alinhassem, mas era difícil me manter calma com a presencia da Dinah me fitando.
- Camila me responda! Quero saber qual o tamanho da audácia que te permitiu vir aqui!
- A culpa foi minha. – Normani interrompeu.
A cara da Dinah transformou-se em ódio para puro espanto, como se não bastasse discutir comigo, ela teria que colocar na parede sua mulher, tarefa das mais difíceis também.
- Como assim a culpa foi sua?
- Encontrei a Camila no Walmart e disse para ela vir nos visitar.
- Sem a minha permissão? – Dinah estava cuspindo de nervoso.
- Não preciso da sua autorização para nada! – Normani respondeu a altura.
- Garotas, não precisamos passar por isso, eu vou embora, sem problemas. – respondi tentando esfriar os ânimos.
- Não sei nem o porquê de você ter vindo! – Dinah gritou.
- Camila, você fica! – Normani interpelou.
As duas se olharam firmemente por alguns segundos, quando aparentemente Dinah se deu por vencida.
- O que você quer que eu faça? Que a chame para passear no Central Park?
- Ótima ideia, sempre soube que minha mulher era inteligente.
Dinah parecia não acreditar no que estava vendo ou ouvindo, mas rendeu-se, talvez por conhecer melhor a esposa que tem ou teve a ideia de me matar e esconder o meu corpo no mato.
- Vamos Camila, passear? – Dinah disse em tom irônico.
- Mal posso esperar. – respondi com tremor.
Era uma tarde fria e estava começando a anoitecer, as ruas de Nova York nunca me sufocaram tanto e o silêncio pairava entre nós. De qualquer forma Dinah tinha aceitado sair comigo, o que parecia um grande avanço, depois do ocorrido nunca imaginei que fossemos nos olhar de novo, quem dirá dar uma volta no parque.
Achamos um banco e nos sentamos, sei que qualquer diálogo deveria partir de mim e a minha vontade era cair de joelhos e implorar por seu perdão, mas aquilo estava fora de questão para uma mulher de 27 anos, que é a minha idade.
- Você sabe que nunca irei te perdoar. – Dinah interrompeu o silêncio.
- No seu lugar, eu nunca me perdoaria também. – respondi.
- Por dias, por meses, aquela cena se passou na minha cabeça e a única dúvida que sempre se manteve é como você teve coragem?
- Eu não tive coragem, sou apenas covarde, uma pessoa corajosa jamais teria feito isso com a melhor amiga.
- E se eu não tivesse chegado Camila? Você iria para a cama com ela?
- Sim.
Ela bufou, mas o meu objetivo naquele momento era ser sincera, quando estamos prestes a perder alguém tudo o que nos resta é a verdade.
- Com tantas mulheres aos seus pés, você foi justo querer a que eu amo?
- Nunca se tratou em querer a Normani, eu nunca tive a noção de compromisso, na verdade acho que até hoje isso é obscuro para mim.
- Não me venha justificar suas ações com o seu passado miserável.
- Não estou justificando, apenas dizendo que pude entender um pouco do sentimento de fidelidade e tristeza, quando te perdi.
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Control (COMPLETA)
FanficCamila Cabello é apaixonada por poemas e tragédias, até que sua história resolve virar uma grande peça de Shakespeare. Se o amor costuma intoxicar e ao mesmo tempo causar ardor, pode Camila ser considerada culpada de sua síndrome e obsessão? O álcoo...