Capítulo 3

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- Pronto. – Avisa Connor quando paramos em frente ao prédio. Olho para cima e vejo todas as luzes desligadas. Fico encarando o retrovisor de carro, eu não quero sair. Não entendo como Peter pode ser tão idiota ao ponto de me deixar na festa. Pelo menos alguma parte da festa valeu a pena, encaro Connor.

- Obrigada. Você salvou minha vida...- Digo.

- Não foi nada. – Sorri. – São quase três da manhã...

- No primeiro dia de aula eu vou estar morrendo de sono, fora que vou ter que aturar o Peter. – Faço careta. – Eu queria não ter que entrar.

- Vai ficar tudo bem. – Ele segura minha mão e dá um leve beijo nela. – Bons sonhos senhorita.

- Bons sonhos pra você também. – Digo e então saio do carro. Pego minhas chaves e destranco o portão, ele só vai embora quando entro dentro do prédio. Subo as escadas devagar e logo chego em frente a porta do apartamento. Assim que entro vou direto para o quarto e lá está Peter. Dormindo como um anjo. Não vou discutir com ele agora, quero estar pelo menos um pouco descansada amanhã. Tomo um banho rápido e coloco meu pijama, pego meu travesseiro e um edredom e vou para o sofá.

- Eu é que não vou dormir com alguém fedendo a bebida. – Digo para eu mesma.

Meu despertador toca e eu levanto em um pulo. Vou até o banheiro e faço minhas higienes matinais e em seguida vou pegar uma roupa. Peter se remexe na cama e então abre os olhos.

- Bom dia. – Diz.

- Bom dia.- Digo ríspida.

- Está tudo bem? – Ele se senta na beirada da cama.

- Não está não Peter. – Fuzilo ele com meus olhos. – Você por acaso me largou na festa.

- Você quem sumiu! – Exclama.

- Peter, você me disse que iria cumprimentar alguns amigos e não voltou mais! Eu fiquei praticamente a droga da festa sozinha. E ainda por cima você nem se deu o trabalho de me procurar pra voltar para casa! – Fico na frente dele.

- Megs eu estava bêbado, me desculpe. – Ele me abraça.

- Peter vamos nos atrasar, se arruma logo. – Me desvencilho dele.

- Não fique brava comigo...

- Peter me dá um tempo, por favor. – Saio do quarto.

Bebo uma xícara de café e então seguimos para a faculdade. Peter tenta falar comigo, mas eu dou apenas respostas curtas. Fico olhando a paisagem até chegarmos. Ele estaciona o carro e então logo vejo Emília e Marcos. Largo Peter e vou até eles.

- Oi gente. – Digo.

- Oi Megan. – Marcos sorri.

- Megan! – Emília me abraça. Marcos cumprimenta Peter e eu reviro os olhos. – Brigaram?

- Digamos que estou dando o gelo nele. – Rimos.

- E como foi com o bonitão ontem? – Ergue uma sobrancelha.

- Eu já conhecia ele. – Digo e então Emília fica de queixo caído. – Nos trombamos no aeroporto, longa história...

- Você é rápida não é mesmo? – Pisca.

- Megan quem te levou para casa ontem? – Marcos pergunta. – Não vi você sair...

- Um amigo. – Falo.

- Foi um bonitão, isso sim! – Emília fala.

- Quem foi Megan? – Peter chega mais perto de mim.

- Já disse um amigo. – Dou de ombros. – Pelo menos ele foi gentil e me ajudou, diferente do meu namorado. – Viro de costas e vou embora.

- Megan espera eu! – Emília corre.

- Desculpa, eu não aguento o Peter, quero ficar quieta no meu canto e ele vem e me cutuca. – Digo. – Ele não me dá cinco minutos, que ódio.

- Relaxa, hoje é o primeiro dia, os professores sempre dão trabalhos legais. Pelo menos no início. – Rimos. – Esquece o Peter.

- Você tem razão.

- Nos vemos depois qualquer coisa. – Ela segue para um lado do corredor e eu vou pelo outro. Subo dois lances de escada até chegar na minha sala. Entro e me sento do lado da janela. As pessoas vão entrando aos poucos, deve ter umas vinte pessoas no máximo. A professora logo chega e se apresenta. Depois de todas apresentações feitas e de muito blá blá blá, ela explica sobre um trabalho do qual teremos que fazer.

- Vou repassar as funções com vocês sobre o ISO, diafragma, velocidade, enquadramento, essas coisas e depois vamos fazer um sorteio de temas. Vou querer sete fotos e vocês podem escolher como elas vão ser...apenas vão ter que seguir o tema.

Na hora do intervalo, que é só de dez minutos, apenas como um bolinho e logo volto para a sala. A professora termina as explicações e então ela passa com uma caixa cheia de papéis. Torço para eu pegar algo legal e que não seja tão difícil assim...pego um papel que está bem no canto e o abro. Fico encarando o papel em minhas mãos, não acredito nisso.

Música

Poxa destino. Daqui a pouco vou começar a achar que ele está infiltrado na faculdade. A aula logo termina e vou encontrar Peter no estacionamento. Ele conta como foi a aula dele e conto como foi a minha. A raiva que eu sentia por ele já tinha diminuído um pouco.

- Onde vamos? – Peço.

- Almoçar. – Sorri. – Achei que seria legal...

- Hum.

Logo nós chegamos no restaurante e fazemos nosso pedido. O dia está lindo, bem ensolarado e os carros passam a todo vapor. Dez minutos depois nossos pedidos chegam e então comemos.

- Megs me desculpa por ontem...- Ele me olha. Realmente Peter parece bem arrependido. Dou mais uma garfada no prato e como. Sei que a minha demora deixa ele nervoso, mas faço de propósito.

- Tudo bem Peter. Só não faça isso novamente. – O encaro. – Por sorte Connor estava lá...

- Quem?

- Lembra do aeroporto? – Peço. Ele assente. – Esse é o Connor.

- Sério que aquele idiota estava lá? – Ri. – Marcos convida cada um...

- Peter não começa. – Repreendo ele. – Pare de agir assim.

- Está defendendo ele agora? – Pede e balança a cabeça.

- Não é defender, você que está estranho. – Ele me olha. – Podemos ir?

- Vamos.

AcasoWhere stories live. Discover now