- Pronto. – Avisa Connor quando paramos em frente ao prédio. Olho para cima e vejo todas as luzes desligadas. Fico encarando o retrovisor de carro, eu não quero sair. Não entendo como Peter pode ser tão idiota ao ponto de me deixar na festa. Pelo menos alguma parte da festa valeu a pena, encaro Connor.
- Obrigada. Você salvou minha vida...- Digo.
- Não foi nada. – Sorri. – São quase três da manhã...
- No primeiro dia de aula eu vou estar morrendo de sono, fora que vou ter que aturar o Peter. – Faço careta. – Eu queria não ter que entrar.
- Vai ficar tudo bem. – Ele segura minha mão e dá um leve beijo nela. – Bons sonhos senhorita.
- Bons sonhos pra você também. – Digo e então saio do carro. Pego minhas chaves e destranco o portão, ele só vai embora quando entro dentro do prédio. Subo as escadas devagar e logo chego em frente a porta do apartamento. Assim que entro vou direto para o quarto e lá está Peter. Dormindo como um anjo. Não vou discutir com ele agora, quero estar pelo menos um pouco descansada amanhã. Tomo um banho rápido e coloco meu pijama, pego meu travesseiro e um edredom e vou para o sofá.
- Eu é que não vou dormir com alguém fedendo a bebida. – Digo para eu mesma.
Meu despertador toca e eu levanto em um pulo. Vou até o banheiro e faço minhas higienes matinais e em seguida vou pegar uma roupa. Peter se remexe na cama e então abre os olhos.
- Bom dia. – Diz.
- Bom dia.- Digo ríspida.
- Está tudo bem? – Ele se senta na beirada da cama.
- Não está não Peter. – Fuzilo ele com meus olhos. – Você por acaso me largou na festa.
- Você quem sumiu! – Exclama.
- Peter, você me disse que iria cumprimentar alguns amigos e não voltou mais! Eu fiquei praticamente a droga da festa sozinha. E ainda por cima você nem se deu o trabalho de me procurar pra voltar para casa! – Fico na frente dele.
- Megs eu estava bêbado, me desculpe. – Ele me abraça.
- Peter vamos nos atrasar, se arruma logo. – Me desvencilho dele.
- Não fique brava comigo...
- Peter me dá um tempo, por favor. – Saio do quarto.
Bebo uma xícara de café e então seguimos para a faculdade. Peter tenta falar comigo, mas eu dou apenas respostas curtas. Fico olhando a paisagem até chegarmos. Ele estaciona o carro e então logo vejo Emília e Marcos. Largo Peter e vou até eles.
- Oi gente. – Digo.
- Oi Megan. – Marcos sorri.
- Megan! – Emília me abraça. Marcos cumprimenta Peter e eu reviro os olhos. – Brigaram?
- Digamos que estou dando o gelo nele. – Rimos.
- E como foi com o bonitão ontem? – Ergue uma sobrancelha.
- Eu já conhecia ele. – Digo e então Emília fica de queixo caído. – Nos trombamos no aeroporto, longa história...
- Você é rápida não é mesmo? – Pisca.
- Megan quem te levou para casa ontem? – Marcos pergunta. – Não vi você sair...
- Um amigo. – Falo.
- Foi um bonitão, isso sim! – Emília fala.
- Quem foi Megan? – Peter chega mais perto de mim.
- Já disse um amigo. – Dou de ombros. – Pelo menos ele foi gentil e me ajudou, diferente do meu namorado. – Viro de costas e vou embora.
- Megan espera eu! – Emília corre.
- Desculpa, eu não aguento o Peter, quero ficar quieta no meu canto e ele vem e me cutuca. – Digo. – Ele não me dá cinco minutos, que ódio.
- Relaxa, hoje é o primeiro dia, os professores sempre dão trabalhos legais. Pelo menos no início. – Rimos. – Esquece o Peter.
- Você tem razão.
- Nos vemos depois qualquer coisa. – Ela segue para um lado do corredor e eu vou pelo outro. Subo dois lances de escada até chegar na minha sala. Entro e me sento do lado da janela. As pessoas vão entrando aos poucos, deve ter umas vinte pessoas no máximo. A professora logo chega e se apresenta. Depois de todas apresentações feitas e de muito blá blá blá, ela explica sobre um trabalho do qual teremos que fazer.
- Vou repassar as funções com vocês sobre o ISO, diafragma, velocidade, enquadramento, essas coisas e depois vamos fazer um sorteio de temas. Vou querer sete fotos e vocês podem escolher como elas vão ser...apenas vão ter que seguir o tema.
Na hora do intervalo, que é só de dez minutos, apenas como um bolinho e logo volto para a sala. A professora termina as explicações e então ela passa com uma caixa cheia de papéis. Torço para eu pegar algo legal e que não seja tão difícil assim...pego um papel que está bem no canto e o abro. Fico encarando o papel em minhas mãos, não acredito nisso.
Música
Poxa destino. Daqui a pouco vou começar a achar que ele está infiltrado na faculdade. A aula logo termina e vou encontrar Peter no estacionamento. Ele conta como foi a aula dele e conto como foi a minha. A raiva que eu sentia por ele já tinha diminuído um pouco.
- Onde vamos? – Peço.
- Almoçar. – Sorri. – Achei que seria legal...
- Hum.
Logo nós chegamos no restaurante e fazemos nosso pedido. O dia está lindo, bem ensolarado e os carros passam a todo vapor. Dez minutos depois nossos pedidos chegam e então comemos.
- Megs me desculpa por ontem...- Ele me olha. Realmente Peter parece bem arrependido. Dou mais uma garfada no prato e como. Sei que a minha demora deixa ele nervoso, mas faço de propósito.
- Tudo bem Peter. Só não faça isso novamente. – O encaro. – Por sorte Connor estava lá...
- Quem?
- Lembra do aeroporto? – Peço. Ele assente. – Esse é o Connor.
- Sério que aquele idiota estava lá? – Ri. – Marcos convida cada um...
- Peter não começa. – Repreendo ele. – Pare de agir assim.
- Está defendendo ele agora? – Pede e balança a cabeça.
- Não é defender, você que está estranho. – Ele me olha. – Podemos ir?
- Vamos.