Vulnerable

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Lá estava eu, sentada no sofá, toda nervosa, perguntando pra Nancy por quê ele atrasou.

– Calma, Jade. São 20:02.

– Dois minutos atrasado. Ele deve ter desistido.

– Depois vem dizer que não gosta dele. – Nancy me deu as costas. Agora na sala estávamos apenas eu e a ansiedade que eu nem sabia que tinha.

Por Luke

Tava frio pra caraca. Só a Jade pra me fazer sair de casa uma hora dessas, num frio desses,mas é a nossa última noite juntos em LA e eu adoro ficar perto dela. Vai ser legal.

Ficamos andando pelo shopping e bebendo um chocolate quente. Conversávamos sobre coisas aleatórias e ela realmente é muito diferente do que pensam que ela é.

Ela é uma criança, é idiota e divertida. Ela adora falar, mas nunca sobre ela.

– Eu já falei sobre mim, sua vez. – falei enquanto sentávamos na praça de alimentação.

– Naaaah. Eu não sou muito interessante.

– Como? Você tem 21 anos e já é uma atriz renomada, cheia de fãs. Como?

– Essa não sou eu. – quando percebi que ela iria mudar de assunto continuei olhando-a pra ela não parar de falar e ela respirou fundo com uma expressão triste já instalada em seu rosto. – É como se eu fosse um clone de mim mesma.

– Explica.

– A Jade que nasceu em Cambridge...

– Você é inglesa? – tive que perguntar porque eu realmente não imaginava isso.

– Sim, vim pra cá com 10 anos. Enfim, essa garota ninguém conhece. Na verdade, ninguém quer conhecer. – ela falou a última frase em tom baixo e eu sorri, porque era raro vê-la falando sinceramente e sobre ela.

Era engraçado também, porque nós estávamos falando dela na 3° pessoa e depois que a conheci de verdade, percebi que ela realmente era uma outra pessoa.

– Eu quero.

– Isso não é importante. As pessoas gostam de quem eu sou agora. "A baladeira, a garota que vive bêbada, que vive como se não houvesse amanhã". – falou fazendo aspas com os dedos. – Eu só faço isso pra esconder quem eu sou. Eu também tenho sentimentos, por mais que eu não os deixe transpassar tanto. Eu amo minha profissão, mas tudo são aparências. – ela deu um sorriso fraco.

– Eu te entendo completamente, no início da banda tentaram fazer isso com a banda. "A perfeição é a fórmula do sucesso!" Queriam nos dar rótulos, mas nós somos rebeldes. – ela riu da cara que eu fiz.

– Queria ser rebelde também.

– Você é rebelde. Quer que eu te lembre de quando a gente se conheceu? Você me odiava.

– Não, eu só não queria que você se aproximasse. Pode parecer estranho, mas você me lembrava um garoto que me magoou muito quando eu era adolescente.

– Você gostava dele? Como ele foi capaz de não corresponder? – ela riu.

– Não. Eu era aquela garota nerd que todo mundo zoa.

– Sério? – ela concordou. – É que é um pouco difícil imaginar.

– Eu apenas me enquadrei nos padrões, mas esquece.

– Eu não vou esquecer. Eu gosto da Jade de Cambridge, talvez até mais do que da Janai. – ela olhou pra mesa e colocou uma mecha cacheada atrás da orelha sorrindo.

A Junção De Todas As Cores || L.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora