Jungkook observava pela janela a forte chuva que caía lá fora. O som da ventania lhe deixava arrepiado, enquanto se preocupava com o marido que estava a voltar do trabalho.
— Vamos torcer para que essa chuva não atrapalhe o papai de chegar em casa, não é filho?
O pequeno filho do casal se distraía brincando com seus carrinhos no carpete da sala. Jungkook sorria olhando o pequeno se divertir.
Um forte barulho de trovão, seguido por raios, assustou ambos, o que fez a criança começar a chorar.
— Vem, vamos nos deitar — Jungkook o pegou no colo e seguiu para o quarto.
Assim que entraram no cômodo, as luzes se apagaram. Jungkook apertou o interruptor, mas nada. A luz havia caído e não tinha velas por perto.
— Papai já está chegando.
Jungkook se deitou ao lado da criança, que abraçou seu corpo, e fechou os olhos tentando não se preocupar. E, sem nem perceber, pegou no sono.
Aos poucos, seus olhos se abriam após o rápido cochilo. A claridade dos raios entravam pela janela e iluminavam o quarto escuro, e em uma dessas vezes, Jungkook se assustou ao ver a silhueta de algo, ou alguém, sentado no canto de sua cama.
— Taehyung? — ele chamou pelo seu marido — É você?
A claridade iluminou o quarto novamente e a figura havia desaparecido.
Jungkook começou a achar que fosse coisa de sua cabeça e ignorou. Puxou o celular que estava em cima do criado-mudo e viu as horas. 10:15 da noite. Seu marido já estava há duas horas atrasado do horário de chegar em casa.
Puxou a criança mais pra perto e sentiu sua pequena mãozinha apertando sua cintura.
— Ele não quer que fique com medo — disse o pequeno de olhos fechados.
— Ele quem, Oliver?
— Ele.
Jungkook seguiu o olhar para onde o dedo da criança apontava e se assustou ao ver, novamente, a figura no canto de sua cama.
— Q-quem é ele? — Jungkook perguntou aos sussurros, porém sem respostas, pois a criança estava em um sono profundo.
A tal coisa então se pôs de pé e começou a andar em sua direção. Nem a luz fraca entrando pela janela conseguia fazer com que Jungkook enxergasse o rosto da figura, até parecia que não tinha um rosto.
— O que você quer? Vá embora! — a voz de Jungkook tremia em desespero — Saia daqui agora!
A coisa continuou a se aproximar e então parou, deitou sua cabeça para o lado e se se inclinou para frente, como se quisesse ver Jungkook mais de perto.
E então Jungkook viu, lentamente, um buraco se abrindo no rosto da criatura, um buraco com dentes afiados e sujos de sangue. O grito que a figura soltou foi ensurdecedor, mas que fez Jungkook abrir os olhos e ver que tudo não passou de um sonho, pois havia cochilado uma segunda vez sem perceber.
Jungkook olhou para o lado e o pequeno Oliver continuava a dormir. Passou a mão no rosto para secar o suor e se levantou da cama.
— Que sonho bizarro — comentou sozinho.
Andou até a cozinha e pegou um copo de água. Com a outra mão, procurava pelo número de seu marido no celular para ligar e perguntar onde o mesmo estava.
Apertou em chamar e, no mesmo instante, seu marido atendeu o telefone.
— Taehyung? Onde você está?
Tudo o que Jungkook ouvia eram ruídos na linha.
— Alô? Taehyung? Está preso no trânsito? — o ruído continuou — Amor? Fala alguma coisa.
Jungkook desistiu e desligou o celular. No momento em que se virou para voltar para o quarto, tomou um susto que sentiu que seu coração podia sair pela boca. Cacos de vidro estavam espalhados pelo chão, após deixar o copo cair.
— De novo não...
A mesma figura sombria estava de pé na porta da cozinha. Jungkook se apoiou no balcão atrás de si e puxou da gaveta a maior faca que conseguiu encontrar.
— Não sei o que você é, mas eu peço que saia da minha casa.
A criatura começou a andar em direção a Jungkook. Seu coração estava disparado. Apontou a faca para a coisa e esperou que recuasse, mas não foi isso o que aconteceu, a coisa sombria continuou a andar devagar.
A luz voltou de repente, fazendo com que a criatura desconhecida soltasse ruídos de dor, como se a luz estivesse o queimando. E então, desapareceu como fumaça.
— Papai?
A voz de Oliver soou na cozinha.
— Oli?! — Jungkook se desesperou e correu até o filho — Oli, você está bem?
A criança concordou com a cabeça, ainda com o rostinho inchado após dormir.
Ouviram-se o barulho da porta abrindo e sons de chave.
— Papai chegou! — Oliver correu para a entrada da casa.
Jungkook correu atrás da criança, ainda com medo pelo o que acabou de acontecer na cozinha. Suspirou de alívio ao ver seu marido com Oliver no colo e ambos sorrindo.
— Desculpem pelo atraso para chegar, a tempestade derrubou uma árvore na Avenida 35 e fechou completamente o trânsito, demorou para tirarem ela de lá.
— Imaginei que algo devia ter acontecido. — Jungkook selou os lábios de seu marido — Ficamos sem luz por um tempo, aliás, acabou de voltar.
— Sério? Eu acabei de falar com o Sr. Byers e ele disse que achou até estranho essa tempestade toda não ter derrubado a eletricidade do bairro.
— Então... aqui foi o único lugar onde faltou luz?
— Parece que sim.
Jungkook não conseguia parar de pensar no que havia acontecido minutos atrás e se aquela coisa poderia voltar.
— Talvez — Oliver disse de repente, pegando em sua mão, quando Taehyung seguiu para a cozinha.
— Talvez o que, meu amor? — Jungkook perguntou.
— Talvez aquilo volte. Não foi um sonho. — a criança respondeu como se tivesse lido seus pensamentos, o que deixou Jungkook assustado — Espero que não falte luz novamente.
— Por que, querido?
Oliver se inclinou para sussurrar no ouvido de Jungkook.
— Ele mora no escuro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
contos de terror・bts ver.
Horrore se os membros do bts fossem os personagens de diversos contos de terror? ➳ as histórias são inteiramente reescritas do meu jeito, mas sempre com foco na original. ➳ sugestões e pedidos são bem-vindos.