contos de terror・bts ver.

"A Casa da Morte"

Baseado em uma história real.

Os ventos sopravam forte naquela noite, soltando leves ruídos e balançando os galhos das árvores, o que deixava um clima sombrio na décima rua. Após muita insistência da minha parte, Jungkook e Jimin aceitaram me acompanhar em algo que eu já estava querendo fazer há um bom tempo, mas que eu não sabia que mudaria minha vida para sempre.

Estavamos parados em frente à casa assombrada mais conhecida de toda Nova York, "A Casa da Morte", e estavamos prestes a entrar nela pela primeira vez.

— Ok. Isso. É. Definitivamente. Insano. — Jungkook se expressou pausadamente. Entre nós, ele era o que mais estava assustado — Que ideia maluca, Taehyung.

— Vocês não queriam diversão? Vamos ter diversão — respondi com empolgação. Eu era fascinado por tudo o que envolvia terror  e coisas sobrenaturais.

— Cara, quando a gente disse diversão, estávamos falando de bebidas, garotas e música alta, entendeu? — Jimin tinha seus braços abraçados ao corpo por conta do frio.

— Confiem em mim, isso aqui vai ser divertido — eu tentei animá-los. — É fácil entrar nesse edifício, já me disseram que ela está trancada mas é só dar um pequeno empurrão que abre facilmente. Vamos?

Jungkook e Jimin se entreolharam, procurando no outro um jeito de sair e irem curtir em alguma festa jovem que estivesse rolando por aí. Mas eu, animado, peguei os dois pelos braços e puxei para que subíssemos logo as escadas.

Eu era um jovem de 17 anos e tinha uma paixão por edifícios antigos e abandonados, pois eles guardavam tantas histórias, sendo elas boas ou ruins. A Casa da Morte era um belo edifício que foi construído em 1874 e depois dividido em apartamentos. As pessoas diziam que nele habitavam 22 espíritos, e entre os seus habitantes estaria o famoso escritor Mark Twain, que morou alí por um ano e que diziam ser possível ver seu fantasma acompanhado por um gato.

— Ainda dá tempo de voltar? — Jimin perguntou assim que chegamos na porta da casa.

— Não, me ajudem a empurrar a porta — respondi sem medo, já colocando as mãos na madeira.

Os meninos fizeram igual à mim e começamos a empurrar até ouvir o som do trinco se abrindo.

— Isso! — comemorei — Vamos, vamos.

Entrei na frente, sendo seguido por Jimin e por último Jungkook. Eu estava prestes a fazer algo do qual me arrependeria, eu devia ter ido para alguma festa boba com os meninos.

Tudo estava com muita poeira. O balcão da recepção estava coberto por um longo pano branco e sujo. Apontei a lanterna para os corredores, um do lado esquerdo e outro do lado direito. Pensei que tudo fosse estar mais acabado, mas, apesar da poeira, os móveis de madeira estavam em bom estado.

— Cara, isso é muito assustador. — Jungkook estava segurando em meu braço — Quero ir embora daqui, estou com uma impressão ruim e já está de noite.

— Para de ser bobo, só temos a noite para conseguir entrar aqui, pela manhã ninguém pode. — falei — Vamos subir as escadas.

— Eu também estou sentindo isso, Taehyung. — Jimin parou de andar, fazendo todos pararem — Acho melhor a gente ir embora, mas se quiser ir lá, vá sozinho, eu fico na porta te esperando.

— Eu também — Jungkook voltou correndo junto com Jimin, me deixando alí sozinho.

— Bobões! — ri — Vou dar uma olhada rápida e já encontro vocês! — falei alto.

Eu devia tê-los escutado.

Apontei as lanternas e segui em direção às escadas. O corrimão de madeira ainda brilhava, como se tivesse sido limpo há pouco tempo. Os quadros na parede estavam levemente empoeirados também. Eu observava cada detalhe do lugar, passava a mão nas paredes, móveis e pegava alguns dos vários objetos para olhar de perto.

Eu já estava me virando para voltar e descer as escadas novamente, quando senti algo atrás de mim. Me virei rápido mas não era nada. Ri soprado com o leve susto.

— Não seja tolo — falei para mim mesmo.

De repente parei de andar, e comecei a sentir uma presença muito pesada ao meu redor, que parecia estar em todos os cantos. Um cheiro muito desagradável começou a emanar do chão, o que logo concluí ser algo estragado que haviam deixado por alí. Eu apontava a lanterna para todos os lados, e em uma dessas voltas com a luz, consegui ver uma sombra escura com a silhueta de um homem muito alto e forte. Mas quando iluminei o mesmo lugar novamente, a sombra não estava mais lá.

Resolvi deixar toda a curiosidade para trás e corri para a saída da casa, onde encontrei com Jungkook e Jimin, os dois estavam dividindo um cigarro sentados na calçada.

— Acho que vi algo lá dentro mas deve ter sido algum móvel com um pano por cima, sei lá. — eu corria apressado até eles — Quero ir embora.

— Você é louco — comentou Jimin enquanto a fumaça saía de sua boca.

— A festa ainda tá rolando aqui perto. Vamos? — Jungkook deu a ideia e nós três fomos embora para curtir o resto da noite e beber um pouco.

Eu estava mesmo precisando de uma boa bebida. Pela primeira vez eu havia ficado um pouco assustado enquanto caçava por coisas sobrenaturais, e isso não era comum para mim. Eu mal sabia que aquilo ela apenas o começo de algo pior.

O tempo se passou...

Anos se passaram desde todo o ocorrido, e o tal ser escuro que vi na casa continuou a me perseguir. Para onde eu fosse, ele estava junto. Uma noite, quando eu ia à cozinha para tomar água, ouvi passos atrás de mim, mas quando me virei, não vi ninguém. Ao voltar, senti que alguém roçava meu pescoço.

Desde àquele dia, me sinto estranho e observado. E, mesmo agora, enquanto lhe conto essa história, a silhueta do homem está no canto do meu quarto, me observando com seus olhos escuros e sombrios.