"Veronica"

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Conto inspirado nas histórias macabras do Hotel Cecil, localizado em Los Angeles, onde foi o cenário de várias mortes misteriosas.


Era noite, nove horas para ser mais exato. Minha respiração estava ofegante, entrei no apartamento e me joguei no sofá, recuperando o fôlego.

— Eu acho que vou morrer! — falei, respirando fundo.

— Me espera que eu também vou! — Veronica, jogada na poltrona ao lado, estendeu sua mão para segurar a minha e fortalecer o drama — Namjoon, vamos morar na mesma casa no céu, ok?

Eu ri, quase sem forças.

— Tá ok.

O elevador do prédio havia quebrado e tivemos que subir pelas escadas. Não era para demorar tanto, mas Veronica e eu éramos bem procrastinadores. Morávamos juntos já tinha dois meses. Nos conhecemos na faculdade de Direito e viramos melhores amigos. Como ambos estávamos em situações apertadas, resolvemos morar juntos para dividir o aluguel e não pesar tanto.

— Vou tomar um banho e ir para a cama, acho que já deu por hoje — falei antes de sair em direção ao banheiro, para colocar a banheira para encher.

— E eu vou comer a pizza que sobrou da noite passada.

— E isso ainda presta? — fiz cara de nojo.

— Claro que presta né, Joonie.

Não sei o que acontecia com Veronica mas ela amava comer comida do dia anterior, já eu odiava. Ela dizia que o gosto melhorava, eu juro que não conseguia entender.

Segui para o banheiro e tirei minhas roupas. Desliguei as torneiras e entrei na banheira, me permitindo relaxar os musculos cansados. Eu já estava com tanto sono que não demorei tanto no banho.

— Veronica? Cadê você? — chamei por ela quando saí do banheiro, mas a mesma não respondia — Não acredito que essa garota saiu de casa e não me disse nada.

Peguei meu celular e procurei pelo seu número. Apertei em chamar e esperei.

Logo o barulho de seu celular chamando começou a soar pela sala.

— Sério que ela não levou a droga do celular? — bufei.

Comecei a me preocupar. Veronica gostava de sair a noite, sempre saíamos juntos, mas quando ela saia com as amigas dela, ela sempre me avisava, assim como eu também avisava à ela, para nenhum de nós ficar acordado esperando o outro.

Eu sinceramente não teria ficado tão preocupado se nos últimos dias Veronica não estivesse agindo de uma forma estranha. Ela parecia distante as vezes, e começava com uns papos sobre morte do nada. Isso me assustava, mas logo a divertida Veronica voltava fazendo suas piadinhas ruins porém engraçadas.

Havia dado uma hora da madrugada e Veronica ainda estava fora. Minhas piscadas estavam pesadas por conta do sono. Eu não queria dormir até que ela chegasse, mas não resisti e acabei dormindo.

Na manhã seguinte acordei procurando por Veronica. Corri por todos os lados do apartamento tentando achá-la, e nenhum sinal da mesma.

— Mas que droga,Veronica! — gritei, em uma mistura de raiva e preocupação.

O celular dela ainda estava no mesmo lugar, ela não havia voltado para casa desde a noite anterior.

Liguei para todas as suas amigas e nenhuma soube me dizer onde Veronica estava. Vários cenários de onde ela poderia estar começaram a rondar minha cabeça, eu só conseguia pensar no pior.

Perguntei por ela na portaria e o porteiro apenas disse que não tinha a visto depois que nós dois voltamos juntos à noite. Isso significava que ela não tinha saído do prédio, eu não estava entendendo mais nada.

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