"Marcas"

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— Aquilo foi um absurdo, nunca mais me convide para algo do tipo!

Ah para, Seokjin! Aposto como aquela noite na boate rendeu pra você.

— Rendeu em que exatamente? Não sei o que está querendo dizer, Jungkook.

Sabe sim. Mas aí, preciso desligar porque os caras estão me esperando, sabe como Hoseok é quando está com pressa. Vê se toma cuidado nessa estrada.

— Está bem, te mando mensagem quando chegar em casa.

Desliguei o celular, que estava no banco do passageiro e voltei a prestar atenção na estrada totalmente escura.

Árvores e mais árvores. Era tudo o que eu via a minha volta. Já era bem tarde e eu estava voltando de uma pequena aventura na qual resolvi que seria uma boa ideia me meter. Eu amo meu trabalho como jornalista, porque me permite ser o total curioso e aventureiro que eu sou.

Coloquei uma música para tocar enquanto dirigia, para não me sentir tão sozinho.

Eu não gostava de túneis, ainda mais à noite e quando meu carro era o único na estrada. Como agora. Achei curioso e ao mesmo tempo um pouco assustador o fato do túnel estar totalmente escuro, sem nenhuma luz funcionando em seu interior. Fiquei receoso de entrar, mas não havia outra opção, aquele era o único caminho.

Tentei não me apavorar, mas logo alguns barulhos começaram a atingir meu carro. Barulhos vindo de todos os lados e direções, como se eu estivesse cercado, mas eu não conseguia enxergar o que estava atingindo o veículo. Pressionei o acelerador para sair dalí o mais rápido possível.

Segui desesperado para encontrar algum posto de gasolina ou pousada para que eu pudesse sair do carro com cuidado e ver o que estava acontecendo. Eu me encontrava em estado de pânico, tirava breves segundos para olhar para os lados mas não via nada.

Quando finalmente saí do túnel escuro, avistei um posto de gasolina não muito longe. Senti um forte alívio. Parei o carro e saí, eu precisava de uma água.

Entrei na pequena lojinha, ainda respirando forte por conta do ocorrido e peguei alguns salgadinhos e duas garrafas de água.

— Boa noite — disse o atendente quando joguei as coisas no balcão.

— Boa noite — tentei me acalmar e me distrair, puxei um jornal que estava ao lado e li a manchete — "garota é encontrada morta dentro da caixa d'água do prédio onde morava" caramba, que bizarro.

— Não é? Isso me deixou arrepiado, parecia que ela estava fora de sí. — comentou o atendente — Deu 15 dólares.

Puxei uma nota do bolso e coloquei no balcão, peguei as sacolas e o troco e saí da loja.

Estava caminhando em direção ao meu carro quando notei marcas estranhas nos vidros. Eram marcas de mãos empoeiradas, muitas e de diferentes tamanhos. Pedi para que o funcionário limpasse os vidros para mim. Entrei no carro e esperei, enquanto bebia a minha água, e o homem passava pano.

— Com licença, senhor — ele acenou para mim do lado de fora.

— Sim? — abaixei o vidro.

— As marcas de mãos não estão saindo.

— Como assim? Por que não?

— Sinto muito mas elas estão do lado de dentro do carro.

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