"Noite no Metrô"

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O conto original foi escrito por Collin Thompson.


   Meus pés inquietos batucavam no chão do vagão o ritmo da música pop que tocava nos meus fones. Eu estava voltando de mais um dia de trabalho, meu patrão me pediu que eu ficasse até mais tarde, e como eu precisava desse dinheiro extra, não hesitei em aceitar.

   Já era tarde da noite e eu odiava andar no metrô a essas horas. Mas hoje eu estava com menos medo, pois nos bancos à minha frente, estavam sentados dois homens grandes, usando ternos e óculos escuros, ambos pareciam ser guarda-costas da pequena garotinha de vestido branco e cabelos escuros quase cobrindo seu rosto, que estava sentada no meio dos dois. Ela também usava óculos escuros, e logo notei que ela poderia ser cega e por isso andava com os guardas, o que fez todo o sentido para mim.

   Só havia nós três alí e me senti um pouco seguro com os dois caras fortes. Se algo ruim acontecesse, eles provavelmente iriam intervir.

   Meu celular vibrou com uma mensagem nova.

   "E aí, Jimin. Espero ver você nesse final de semana, você vem na minha festa, certo?    x. TaeTae"

   Sorri com a mensagem do meu amigo, mas guardei o celular no bolso para responder depois.

   O metrô parou em uma estação e as portas se abriram, observei curiosamente o garoto que entrou. Ele parecia jovem, talvez da minha idade. Suas roupas pareciam gastas e sujas, seus cabelos estavam bagunçados e ele adotava uma aparência de quem não dormia muito bem há um bom tempo. Comecei a estranhar o jeito como ele olhava para mim, para a garotinha e para os dois homens; ele olhava como se tivesse algo em nós que o assustasse. Guardei meus fones de ouvido dentro da minha mochila e passei a mão no rosto para dar uma espantada no sono.

   Tentei não prestar tanta atenção no garoto, mas ele continuava a me encarar sem nem disfarçar. Seus olhos passavam de mim para a menininha, e em seguida para os dois homens. Ele então levantou de seu banco e sentou-se mais perto de mim, comecei a ficar nervoso e com medo de ser assaltado, mas ele parecia não ligar, pois pulou mais alguns bancos e se aproximou ainda mais de onde eu estava sentado.

   Senti o metrô desacelerar, o que indicava que já estávamos chegando no próximo ponto, que infelizmente não era o meu. O garoto continuava me olhando e só eu estava pensando em como sair daquela situação. E se eu pedisse ajuda para os guarda-costas da menininha? Eles me ajudariam?

   Depois de ficar imóvel durante todo o tempo, notei que a criança finalmente se mexeu e começou a virar a cabeça, lentamente, na direção do garoto desleixado que estava se aproximando de mim. Ela não demonstrava nenhuma expressão em seu rosto.

   Sem que eu percebesse, o garoto me pegou pelo braço e me puxou com toda força para fora do vagão assim que as portas se abriram. Eu já estava imaginando se ele iria me matar ou apenas pegar meu dinheiro, eu estava desesperado.

   — Ei, calma. Qual é o seu nome? — ele perguntou, me segurando pelos braços para eu me acalmar.

   — Jimin — minha voz saiu baixa e fraca por conta do medo.

   — Jimin, olha. Meu nome é Kim Namjoon e eu sou estudante da Escola médica de Columbia, trabalho com cadáveres o dia inteiro. Não sei direito o que acabou de acontecer, mas eu te garanto que aquela garotinha... ela não estava viva.

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