Q u a r e n t a

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Eu me sentei e assisti

enquanto a luz do meu sol te queimava

invadindo lentamente os seus poros

você estava em ponto de ebulição

fervia

e por fim

se desmanchava

bem na minha frente

Você se converteu em poeira

e se juntou à areia

vermelha

só mais um punhado de grãos

insignificantes

compondo o frágil solo da praia

indo das cinzas ao pó

até não restar quase nada

na minha garganta não se formou um nó

Eu sorri

e antes que o vento te levasse de mim

te segurei em minhas mãos

e com muito esmero

te juntei

mais uma vez

reunindo cada uma das suas partículas solitárias

Com a sua dor

construí o meu castelo

e nele eu fui rei

Estrelas MortasOnde histórias criam vida. Descubra agora