Não há salvação para a humanidade
gritam as manchetes de jornal
não há cura para essa mortal loucura
O primeiro impulso é se esconder de medo
se encolher em posição fetal
fechar os olhos
ranger os dentes
Mas tudo isso perdeu o sentido
qualquer tentativa será em vão
os monstros saem debaixo das camas
os pesadelos infantis saltam pra fora dos mundos oníricos
e aterrissam no mundo real
O segundo impulso é perceber
que quando temos tudo a temer
não temos nada a perder
Aos poucos, se desatam todos os nós
as pessoas tomam conta das ruas
festejando toda a sua desgraça
e toda a sua glória
Os demônios choram de tanto gargalhar
quebrando os cadeados
voando para longe de suas gaiolas
finalmente livres
agora eles flutuam pelo ar
O mundo, que antes fervia
hoje está em chamas
tomam forma, coisas que antes eram mera fantasia
chegamos ao ponto em que o caos se torna harmonia
Todo mundo pode amar quem quiser
com a máxima potência dos seus corações
todos beijam as bocas que desejam
dançam nus em torno da fogueira
e por fim, gritam tudo o que estava sufocado no fundo do peito
e preso no topo da garganta
- o último carnaval
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Estrelas Mortas
PoesíaSe até mesmo a morte de uma estrela foi capaz de gerar a vida e tudo o que conhecemos e amamos, quem sabe dessa dor não sairá algo belo?