c e n t o e t r i n t a e d o i s

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Pequenas mortes

como uma sombra nos perseguem

ao longo da avenida de nossa existência

e nós experimentamos cada uma delas

o ardor da ferida na sua essência

Não importa quanto tempo passe

quantas vezes aquela gota de fel toque a língua

e atravesse a garganta

feito agulha fina

o gosto é tão acre quanto da primeira vez

A morte não te faz esperar

ela chega espantosamente cedo

a primeira delas vêm de mãos dadas com o teu primeiro choro

quando você é expulso do único lugar onde não existe medo

e permanece contigo até o teu último beijo

Morrer um pouco

aos poucos

lentamente

seguindo o fluxo do passar dos dias

é a condição de se estar vivo

e para isso não há cura, não há alquimia

além da própria morte e auto sacrifício

Morrer se torna rotineiro

e ainda assim nunca nos acostumamos com isso

o velho conhecido sabor do abandono

todos os dias descobrimos de novas maneiras

que esse mundo é uma fábrica de assassinato de sonhos

Estrelas MortasOnde histórias criam vida. Descubra agora