Pequenas mortes
como uma sombra nos perseguem
ao longo da avenida de nossa existência
e nós experimentamos cada uma delas
o ardor da ferida na sua essência
Não importa quanto tempo passe
quantas vezes aquela gota de fel toque a língua
e atravesse a garganta
feito agulha fina
o gosto é tão acre quanto da primeira vez
A morte não te faz esperar
ela chega espantosamente cedo
a primeira delas vêm de mãos dadas com o teu primeiro choro
quando você é expulso do único lugar onde não existe medo
e permanece contigo até o teu último beijo
Morrer um pouco
aos poucos
lentamente
seguindo o fluxo do passar dos dias
é a condição de se estar vivo
e para isso não há cura, não há alquimia
além da própria morte e auto sacrifício
Morrer se torna rotineiro
e ainda assim nunca nos acostumamos com isso
o velho conhecido sabor do abandono
todos os dias descobrimos de novas maneiras
que esse mundo é uma fábrica de assassinato de sonhos
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Estrelas Mortas
PoetrySe até mesmo a morte de uma estrela foi capaz de gerar a vida e tudo o que conhecemos e amamos, quem sabe dessa dor não sairá algo belo?