O abismo que eu encaro
está erguendo lentamente o queixo
se preparando pra me encarar de volta
posso apostar que ele tem olhos negros
O mostro debaixo da minha cama
já cansou de se alimentar dos medos
eu consigo ouvir a sua respiração através do ar rarefeito
ele está se arrastando pra fora
Em questão de instantes
ele está em cima de mim
agora eu posso sentir a sua respiração
o hálito quente no meu rosto
e o toque suave de suas mãos
Olhos negros me encaram
me absorvem
o monstro sussurra alguma coisa assustadora em meu ouvido
com a calma de quem canta uma canção de ninar
e no segundo seguinte
me engole
- os passarinhos morreram também
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Estrelas Mortas
PoetrySe até mesmo a morte de uma estrela foi capaz de gerar a vida e tudo o que conhecemos e amamos, quem sabe dessa dor não sairá algo belo?