Constantemente
eu espero por uma tragédia
um funeral
um incêndio interrompendo a festa
é só uma questão de tempo
até as roupas secarem no varal
Eu vivo colecionando caixões
vazios
sem corpos
aguardando pelos seus moradores
já consigo sentir o cheiro da putrefação
abafando todos os outros odores
Os vermes circulam ao redor
mal podem esperar para roer a fria carne
os abutres lhes fazem companhia
com suas penas cor de luto
ansiosos por um desastre
eu, como uma boa coveira
seguro a minha pá
com as mãos coçando para enterrar
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Estrelas Mortas
PoesíaSe até mesmo a morte de uma estrela foi capaz de gerar a vida e tudo o que conhecemos e amamos, quem sabe dessa dor não sairá algo belo?