Negô

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Eu me vejo assim, meio calmo, meio anestesiado.
Me vejo de lá, daqui, de frente pro mar.
Sem onda, sem som, sem lugar.

Meus pés estão assim, ó
Juntinhos, beira-mar
Ô, maresia, pode me levar!

Foi tempo, sem hora.
Vim de lá, de nossa senhora Yemanjá.
Quiseram me prender...

Mas sou nego livre,
Sou da terra, do mundo.
Eu vim daqui e vou pra lá.

Ô, meu mar, pode me libertar!

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