▶️ Marcha 1 - GAY

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Notas iniciais

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Notas iniciais

Escrevi esta história me baseando na personalidade de personagens de uma outra história minha, só que de fantasia e que nem foi postada ainda (sim, eu tenho problemas sérios — prometo procurar ajuda). Vi um print de um grupo de Whatsapp no Twitter e pensei... Por que não, transformar os meus filhotes em humanos?

É fanfic que chama?

Também usei alguns trechos da música "Mexeu Comigo - Tiê" (é uma mistureba de texting com songfic). E, só uma observação: não terá descrição da aparência de nenhum dos personagens (cor da pele, olhos, cabelo, etc.). O banner acima é como eu os vejo, mas essas características físicas não serão inseridas no texto, então, imaginem eles como quiser.

Enfim, botem o cinto e vambora :3

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"Foi muito mais do que eu queria

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"Foi muito mais do que eu queria

Foi bem mais forte, durou muito mais que um dia

Mesmo assim... Quem ia imaginar?"
(Tiê)

A viseira aberta do capacete deixava o jato frio não só atingir, como também gelar o rosto de Kaio, porém, independente da temperatura baixa daquela manhã de sábado, seu péssimo costume não lhe permitia cumprir esta lei de trânsito; o vento batendo forte contra a pele representava a liberdade, e... Ah, ele amava aquela adrenalina! Por isso a mão sob a luva torcia suavemente o punho para aumentar a velocidade; a ilusão de que pilotava o mundo; o Universo. Mão esta a qual tinha a companhia por baixo da manga da jaqueta de couro, um enigmático desenho gravado no antebraço.

Tudo culpa daquele transe no qual o rapaz de vinte e três anos ainda se encontrava. E não era para menos, uma vez que, após longos meses, finalmente conseguira crédito e adquiriu a sua primeira...

— Mas, que... — Imediatamente tirou a moto da pista, parando-a rente ao meio-fio. Com o coração pipocando e sentindo perder o controle para o pânico, arrancou o capacete ao descer para o asfalto a fim de analisar o... estrago. — Não tô acreditando, não tô acreditando... — resmungou consigo mesmo antes de remover os olhos da parte frontal de sua moto e encarar o motorista do carro à frente, o qual acabara de estacionar e também correu para verificar o estado do automóvel em completo desespero. — Qual é o seu problema, desgraça?! Não me viu pelo retrovisor?! Aliás, já que não usa, vou ali arrancar num chute, beleza?!

"Motoqueiros e esse fetiche em quebrar retrovisores, cruzes", do banco do passageiro, havia descido uma garota, e esta, era provavelmente a única tranquila ali.

— Fique calmo, a gente tem seguro. O Bruno tem seguro, né? — Renata cochichou o final enquanto fitava um Felipe desesperado com o amassado no para-choque do carro.

— Meu irmão vai me matar... — Um tanto dramático demais, talvez reflexo dos seus recente, dezoito anos, Felipe esfregou a nuca sem prestar atenção no que a prima disse, e, devido ao nervosismo, acabou deixando soar seu típico tom manhoso e afetado.

À frente dele, Kaio se encontrava cada vez mais furioso com o ocorrido. Ainda mais pelo tipo de falha infantil que ocasionou tudo aquilo. Falha esta que poderia ter causado algo bem mais sério caso a rua não estivesse pouco movimentada.

— Tinha que ser viado! Escuta aqui, fia, seguro nenhum irá cobrir negligência por burrice! — A seguir, aproximou-se de Felipe. — Eu ainda estou pagando as prestações e olha só o que você fez com a minha roda! Por que a boneca não deu a seta?!

— Eu dei a droga da seta! — defendeu-se, também perdendo a paciência. "Tenho certeza que usei a seta", tem mesmo? Claro que aquela primeira frase, claramente preconceituosa vinda do sujeito aparentando ser mais forte, contribuiu com a irritação. No entanto, sua voz ligeiramente feminina não conseguiu passar o efeito de confiança que ele pretendia com aquele grito. — Se não estivesse no corredor igual um maluco, isso não teria acontecido!

O riso de Kaio veio no automático.

— Engraçado, se a gente segue pelo corredor vocês reclamam, se ocupamos o mesmo espaço de um carro na pista, reclamam também! Desse jeito terei que pôr asas na moto e sair voando!

— Dou todo o apoio, pernilongo. — Felipe completou com o gesto positivo de polegar.

"Pernilongo? Gíria nova?"

Kaio, o qual apertava o capacete e estava prestes a arremessá-lo no asfalto para pelo menos assustar o rapaz que o fuzilava de um modo nem um pouco intimidado ou arrependido, foi obrigado a recuar assim que a garota entrou no meio dos dois.

— Moço, fica tranquilo — começou Renata, tentando acalmar o estranho — independente do seguro...

Fia, como vou ficar tranquilo se...

— Querido, dá pra parar com o chilique por causa de mixaria?! — Felipe não se segurou e o interrompeu, tomando a frente da prima já pensando em ir buscar a carteira dentro do carro e fazer o outro comer o dinheiro. — Quanto é pra desamassar essa rodinha? Vinte conto? Dez?

"Vou quebrar a cara desse viado!", com isso, o sangue de Kaio ferveu a ponto de seu rosto ganhar um tom forte de vermelho. Ah, aquela situação não iria acabar bem se ninguém interferisse. Ainda mais por Felipe não ter absolutamente noção do que fazia. Provocar um estranho enfurecido e que tinha quase o dobro do seu tamanho, não era nem um pouco inteligente.

Porém, para a sua sorte Renata estava ali.

— Moço, que tal fazermos o seguinte... Vamos trocar contatos? É melhor a gente resolver isso com a cabeça fria. — Logo, puxou o celular do bolso. — Pode ser?

Diante de toda aquela calma e educação da garota, Kaio não teve como se recusar, por fim, passando seu número enquanto Felipe lhes dava as costas e retornava ao carro soltando palavrões a si mesmo mentalmente. Depois daquilo, o irmão nunca mais lhe emprestaria o carro e era só nisso que ele pensava.

— Veja... — Ela exibiu a tela do aparelho. — criei este grupo e coloquei vocês dois. Assim que ele conversar com o dono do carro, a gente combina o resto. Ok?

Sem se conter, Kaio riu de nervoso.

— Além de tudo o carro nem é da bonequinha? Aquela desgraça tem carta pelo menos? Olha, se eu fosse você, fia, tomava a chave dele antes que mate alguém. — Pendurou o capacete no punho da moto, sem desfazer a carranca. — De qualquer forma, já tirei foto da placa. Se me derem calote, avisa lá que em um segundo registro o B.O!

Sem mais nenhuma palavra dita, Kaio partiu a pé carregando a moto e acabou por passar ao lado de Felipe, já dentro do carro, sem sequer encará-lo. Se tivesse olhado para trás, teria visto o dedo médio o qual surgiu pela janela, lhe sendo apontado pelas costas.


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Notas finais

A história está completa, mas irei postar conforme eu for revisando a outra versão (tem seis partes e um extra)

A Seta [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora