⤴️ Marcha 5 -LÉSBICA

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Como se estivessem conectadas, em total sincronia ambas giraram os registros e deixaram a água quente tomar conta dos corpos inquietos; nervosos

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Como se estivessem conectadas, em total sincronia ambas giraram os registros e deixaram a água quente tomar conta dos corpos inquietos; nervosos. O perfume emanado daqueles banheiros tão distantes e tão pertos ao mesmo tempo, era um misto de shampoos e sabonetes, mas se a ansiedade tivesse cheiro, seria esta a fragrância predominante em meio a todo aquele vapor e espuma. O reboliço no peito em dose dupla parecia que aumentava conforme o horário marcado se tornava cada vez mais perto.

Vinte...

Dez...

Cinco minutos.

Por que a hora voava daquele jeito?

— Me empresta o carregador, o meu sumiu. — Bruno, como de costume, invadiu o quarto da irmã sem sequer pedir licença. — Oxi, vai sair? Terá que ir de Uber. Pega dinheiro na minha carteira porque vou usar o carro hoje.

Diana continuou a afivelar o cinto o qual marcava sua cintura sob a calça; estava ansiosa demais para dar atenção ao irmão. Apesar de as brigas corriqueiras e estresses com a moça que finalmente saiu da adolescência rebelde, Bruno sempre acabava paparicando a caçula... e oferecendo dinheiro.

— Obrigada, mas uma... amiga vem me buscar — disse baixo junto a dois jatos de perfume, concluindo de vez a produção ao jogar os cabelos para o lado.

"Você veio e mexeu comigo, depois disse que era apenas... um amigo. Quem você quer enganar?", a música soou da televisão ligada no quarto, na qual transmitia os instantes finais da novela adolescente. "Você pode até tentar, mas isso não tem jeito. Quem vai acreditar? Difícil convencer...", por fim ela mesma resolveu desligar a TV inconveniente.

E fofoqueira!

Já com o carregador branco em mãos pego de sobre a cômoda, o rapaz interrompeu o trajeto para analisar Diana de baixo à cima. Vê-la saindo à noite com uma desconhecida era novo para ele. Esse tipo de coisa acontecia apenas quando Renato tentava arrastar a prima para alguma festa, o que não parecia ser o caso. Mas, o que intensificou tudo, foi o fato daquela saída estar sendo justamente no Dia dos Namorados, "Ué?!". Entretanto, Bruno não era desligado e já havia notado a forma suspeita que a irmã tratava as amigas, embora não tenha visto nada muito revelador. Era apenas uma intuição.

— Ok, então. — Prosseguiu sem mais palavras, porém, tornou a se virar, já sob o batente da porta. — Eu conheço essa amiga?

O riso nasal de Diana surgiu de imediato. Aquele tipo de cena era bem comum, afinal, vira e mexe tinha os seus momentos de alvo da preocupação enciumada de Bruno.

— Ninguém conhece ninguém nesta vida — filosofou, sendo acompanhada pela buzina vinda de fora. E, sem disfarçar a curiosidade, Bruno rapidamente correu até a porta de entrada. — Oh, doido, o que você vai fazer?

A corrida à porta não foi longa. Segundos mais tarde Bruno já girava a maçaneta, puxando-a sem nenhuma cerimônia e encontrando após se pôs no corredor externo daquela pequena casa, uma moça sobre a moto vermelha através das grades do portão negro. Moça a qual não tardou a notar sua presença, removendo finalmente o capacete e balançando a cabeça para colocar os fios no lugar. Ato que fez Bruno julgar ter a mesma idade do garota.

A Seta [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora