Felipe arremessou a carteira sobre o painel do carro da prima assim que bateu a porta do carona, logo, puxando o cinto. Passara aqueles quatro dias, inconformado, xingando até as formigas no pote de açúcar devido ao dinheiro que teria que gastar com aquele sujeito. Uma fortuna! Tudo bem que ele fez por merecer; se tivesse intensificado a atenção no trânsito, situação como aquela teria sido evitada, mas... O motociclista não poderia ser um pouco mais compreensível?
Dar uns descontinhos?
— Tem certeza que esse moto peças existe? Não estamos indo para uma cilada, né? — Renata, sempre sensata, levantou a questão.
Com a garota, cuidado nunca era demais.
— Existe. Ontem tive que ir ao banco e passei em frente do estabelecimento para ter certeza. — Um tanto aéreo, utilizou o retrovisor à sua direita para modelar os cabelos com a ponta dos dedos.
Infelizmente, o vento fez questão de desmanchar tudo que havia feito antes de sair de casa.
— Então, tá! Mas, por que você está arrumado?
Bom... aí ele parou o que fazia para encarar a prima, a qual manobrava o carro na pista.
— Eita! Não estou arrumado. — A seguir, passou rapidamente os olhos sobre sua camisa polo cor de rosa, a qual sumia para dar lugar à bermuda branca levemente justa de algodão, que por sua vez ia até os joelhos. — Vim de chinelo. Eu, hein!
Balançando a cabeça, Renata se atentou apenas à rua, seguindo tranquilamente até o moto peças ao som discreto de "Tiê - Mexeu Comigo". Já Felipe, apanhou algumas barras de cereal da sacola de compras da prima e tratou de dar a primeira mordida; doce lhe relaxava. Mas, Felipe estava nervoso pelo que mesmo? Nisso, minutos mais tarde o destino se tornou visível. Por sorte, aquela quarta-feira se encontrava tranquila, portanto, não tiveram que enfrentar tráfego pelo caminho. Assim como Kaio, o qual já se localizava em frente ao local com o celular em mãos, pois, aproveitou que Cíntia não usaria o carro e prontamente o pediu emprestado. Foi então que, quase em simultâneo ao instante que Renata parou seu carro no outro lado da rua, o aparelho da garota apitou graças à notificação. O mesmo teria acontecido com o celular de Felipe caso este estivesse conectado à Internet.
15:08
Kaio batida: Cadê você, viado?
Se não aparecer em dez minutos, já sabe!
Kaio concluiu a mensagem com o envio da foto da placa do carro, a qual Renata achou melhor não mostrar a Felipe. Deixar o primo irritado não era uma boa ideia, ainda mais porque a garota não poderia acompanhá-lo no passeio.
— Vá logo, aposto que ele está impaciente. — Por fim, ela mesma soltou o cinto de Felipe. — E faça o possível para não aceitar as provocações dele.
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A Seta [COMPLETO]
RomanceAVISO: esta história foi adaptada para duas versões: gay e lésbica. Há a sinalização no título de todos os capítulos, basta ler a versão que lhe agradar mais. Respeitar as leis de trânsito é a obrigação de qualquer cidadão sensato, caso este não que...