Com a pele parcialmente exposta graças a somente aquela calça de moletom, Kaio foi apanhar uma de suas regatas para cobrir o torso, no entanto, optou por primeiro ligar a TV, fazendo surgir na tela escura um N vermelho. Mas, foi interrompido de fazer mais do que isso pela batida na porta entreaberta.
— Psiu... sua visita chegou — Cíntia cochichou à esquerda de Kaio, o qual só precisou girar a cabeça para vê-la segurando o pote alto, e sem mais palavras, a moça pôs-se a caminhar rumo ao criado-mudo, o que deu passagem para Felipe surgir atrás daquela brecha. No móvel ao lado da cama do rapaz foi posto o tal pote contendo pipocas banhadas em chocolate, de sua autoria. Cíntia era fascinada em fazer aquelas famosas pipocas gourmet; alimento extremamente bem-vindo pelos outros moradores da casa. — Tchauzinho, meninos.
— Tchau. — Será que alguém ouviu o sussurro de Felipe?
— Valeu. — Kaio teve tempo de agradecer antes de Cíntia sumir do seu campo de visão. — Entra logo, bonequinha.
Claro que Felipe se colocou para dentro do quarto de Kaio após exibir o dedo médio, mas nem foi tanto pelo, um dos, apelidos; no fundo, ele gostava. Apenas quis disfarçar o máximo que pôde, a timidez corriqueira. Se o motociclista estivesse pelo menos usando uma camisa, teria evitado o calorzinho no rosto. Tudo bem que Kaio sem roupas não era uma novidade — perdeu as contas de quantas vezes o rapaz dormiu em sua casa; sem falar das infinitas nudes que recebera daquele assanhado —, contudo, no quarto dele, era a primeira vez!
— Sasenhora! Mas, 'cê tá bonitinho, hein? Benza a Deus! — O look de Felipe foi depressa elogiado pelo dono dos olhos cravados naquelas roupas apertadinhas.
— Obrigado...? Você também está... — Ele só tinha aquele peito nu para olhar? E precisava interromper a frase para suspirar? — bonitinho.
Kaio atirou o controle remoto sobre a cama para que pudesse correr, passando por Felipe, e alcançar a porta a qual com pressa tratou de trancar... com três giros de chave! E, não se demorando mais nenhum segundo ali, aproveitou as costas viradas para si enquanto Felipe se mantinha imóvel, e sem cerimônias, laçou-o por trás, afundando o rosto naquele pescoço assustadoramente perfumado durante a volta calorosa de braços dada na cintura um pouco mais relaxada.
— Vai dormir aqui, né? — Kaio sussurrou ao pé do ouvido de Felipe antes de deixar um beijo úmido e estalado em sua bochecha, erguendo de imediato os pelos daquela nuca.
— Dormir? Achei que íamos só ver um filme mudo da Hello Kitty —, Se fazendo de desentendido, o mais novo girou o corpo, ficando de frente a Kaio no qual deixou um selinho nos lábios. — ou fui enganado?
Apesar do sorriso cafajeste, Kaio assentiu, devolvendo o selinho.
— Isso. Filme mudo da Hello Kitty, foi o que eu quis dizer.
A troca de palavras sobre a escolha do filme não levou muito tempo, apesar de tudo, ambos tinham a mesma preferência: comédia. O problema é que metade da pipoca de chocolate já havia evaporado e o ar frio lhes forçaram a voar para debaixo do cobertor. Logo, Kaio deu play, por fim se ajeitando na cabeceira da cama diante da televisão e recebendo a cabeça de Felipe acomodada em seu peito ainda livre de panos — o que óbvio, o mais novo não reclamou —, o qual por sua vez, o acariciava sobre os pelinhos presentes na pele nua.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Seta [COMPLETO]
RomanceAVISO: esta história foi adaptada para duas versões: gay e lésbica. Há a sinalização no título de todos os capítulos, basta ler a versão que lhe agradar mais. Respeitar as leis de trânsito é a obrigação de qualquer cidadão sensato, caso este não que...