Aquele mês se passou sem trocas de mensagens alguma. Nenhuma interação foi feita no grupo; a Batida havia sido definitivamente esquecida e arquivada com força dupla. Quer dizer, nem tão esquecida assim. Por um lado Felipe deu graças a Deus por aquilo, pois, decerto o motociclista tinha deixado aquela confusão de trânsito para lá e ele não precisaria mais mexer no seu dinheiro. Cem por cento de lucro, já que o irmão voltara a lhe emprestar o carro. Tudo seguia enfim como antes. Porém... por que Felipe não conseguia apagar o dito grupo, igual como Renata fez uma semana depois? E quanto ao print screen o qual a prima lhe enviou, onde Kaio pediu que o colocasse no grupo novamente... Por que Felipe guardou a imagem?
Por que vez ou outra, ele ia até os arquivos do aplicativo e relia aquelas mensagens nem um pouco interessantes? Mas, principalmente: por que afinal, Kaio estava fazendo o mesmo naquele exato momento?
Justamente no dia doze de junho.
09 DE MAIO DE 2018
Cadê você?
Se não aparecer em dez minutos, já sabe!
16 DE MAIO DE 2018
Fia do Acidente saiu do grupo
Contudo, a pergunta que realmente não queria calar, era: por que diabos após tantos dias, Kaio foi até os membros do tal grupo, e, sem sequer hesitar, abriu a foto de perfil daquele sujeito? Foto esta que antes não estava ali, mas não tinha como ele saber. Por fim, não parando nem um segundo para pensar na razão daquela fotografia estar visível para ele, Kaio ampliou a imagem, cobrindo toda a tela do aparelho como se quisesse olhá-la por todos os cantos... polegada por polegada; pixel por pixel. Cada pedacinho do sorriso espontâneo; dos olhos com um sutil delineado; também do rosto ligeiramente avermelhado, o qual carregava uma nítida camada de glitter, fazendo-o deduzir que se tratava de uma lembrança alegre do carnaval.
— Sorrindo desse jeito, e no Dia dos Namorados, só pode estar falando com mulher — comentou Cíntia ao adentrar o quarto do rapaz trazendo as toalhas de banho que tirara do varal. Função esta que naquela semana, era de Kaio, porém, ele aparentemente estava sonhando acordado.
O celular rapidamente teve a tela bloqueada, culpa do ligeiro susto que o dono do aparelho levou. Ela podia ao menos ter batido na porta, não é mesmo?
— Deixa de ser fuxiqueira, fia. — Apanhou uma almofada ao lado, atirando-a na mulher a qual desviou com facilidade. — Meu pai comprou o capacete?
— Sim, ele deixou lá na sala. Aliás, para que você precisa de outro? O seu quebrou? Roubaram?
Na verdade, Kaio só queria ter dois capacetes, apenas isso, sem nenhum outro motivo aparente.
Nem ele acreditava nessa baboseira.
— Não, mas é bom ter um de reserva — concluiu apanhando de novo o celular enquanto Cíntia simplesmente se retirava do quarto. O spin off de Sons of Anarchy iria começar e ela não pretendia perder nem um centésimo. — Espera... — No entanto, Kaio precisava falar daquilo com alguém ou explodiria; já estava o sufocando; angustiando. Portanto, percebendo seu tom diferente, talvez um tanto nervoso, a namorada do pai se virou para ele, aguardando em silêncio o mais novo prosseguir. — E se... vamos supor que... hipoteticamente... existir uma possível chance de... o sorriso não ter sido... por causa de uma... mu-lher...? E se foi por um...
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A Seta [COMPLETO]
RomanceAVISO: esta história foi adaptada para duas versões: gay e lésbica. Há a sinalização no título de todos os capítulos, basta ler a versão que lhe agradar mais. Respeitar as leis de trânsito é a obrigação de qualquer cidadão sensato, caso este não que...