Capítulo Dois

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10 de agosto de 2011.

A brisa fria nos fins de tarde em Seul já era uma rotina, apesar da maioria não gostar, Jimin gostava, pois esse era seu refúgio, sentir a brisa fria debaixo de uma árvore enquanto lia algum romance.

Nesses tempos ele andava triste por motivos um pouco complexos, para ele. Seu melhor amigo Jungkook havia chegado na adolescência, e nisso, houve seu primeiro cio. O motivo primordial para que separassem Park do amigo. Agora, Jimin pertencia ao quarto de crianças, na visão do ômega.

Por mais que ele veja o amigo todo santo dia, ainda sente falta das cócegas que Jeon fazia pela manhã, pois com elas o loiro acordava sorrindo.

O ômega não via a hora de ter seu primeiro cio, porque com ele o loiro poderia ficar cada vez mais próximo de Jungkook. O quarto dos ômegas se encontra em frente ao quarto dos alfas e isso era uma ótima notícia para Park.

— Jiminnie? — Uma voz feminina tira a atenção do ômega sobre o livro.

— Sim Nona — respondeu para Hyuna que se aproximou.

— Tudo bem pequeno… — perguntou a mais velha sentando ao lado do loiro.

— Nona, não me chame de pequeno! — Interviu Park. — Eu já tenho quatorze anos, não sou mais um bebê.

— Mas é claro que você é um — Insistiu a mais velha. —, e além do mais, nem chegou a ter vestígios da puberdade.

— Nona, eu não sou uma menina — Justificou o ômega. — por isso demoro mais que elas em relação a puberdade, e isso é injusto.

— Claro que não, menino, você tem é sorte. — A ômega aumentou o tom da voz. — Dores abdominais são simplesmente horríveis, além do que, você fica que nem retardado querendo que te comam, vai por mim, não é uma experiência boa.

— Credo Nona. — Riu o ômega com uma cara de nojo enquanto abraçava suas pernas. — E tem algum lado bom nisso?

— Claro que tem, sendo um ômega você pode desfrutar dá melhor sensação do mundo que é  gravidez, coisa que alfas não podem ter. — A ômega no mesmo instante parou e observou o ômega com um bico nos lábios.

— Mas Nona, como você pode dizer isso sendo que nunca experimentou? — perguntou inocentemente o ômega.

— Aish Jimin, não estraga o momento! — exclamou a ômega que na mesma hora riu, fazendo o menor rir também. — Chega de conversa, vamos para dentro, aqui está frio.

O ômega assentiu e em seguida os dois se levantaram indo para dentro.
Após o jantar e banho, a ômega resolveu ficar um pouco mais tarde com o loiro, conversando sobre suas experiências de ômega. Jimin já estava de pijama em sua cama, no quarto que dividia com mais nove garotos.

— Você lê tanto Park, deveria tentar escrever alguma coisa — disse Hyuna pegando a pequena mão do ômega —, por exemplo, sobre seus sentimentos, pois é uma ótima forma de esvaziar o que sente por dentro.

— Mas eu sou tão ruím Nona — choramingou o mais novo. — Se eu escrevesse sobre meus sentimentos na folha, seriam apenas lágrimas e linhas em branco.

— Oh meu pequeno companheiro, não desanime — consolou a morena —, isso tudo não é culpa sua, mas você não pode deixar que a tristeza te leve, seja mais forte que ela, ouviu? Tente fazer o que eu recomendei, garanto que irá melhorar.

No minuto seguinte a ômega levantou-se e pegou em sua bolsa um presente com um embrulho super fofo de gatinhos, o animal favorito de Jimin.

— Tome, isto é para você. — Ergueu a mão dando o presente ao loiro.

— Não acredito Nona, muito obrigada! — exclamou o menor surpreso e muito feliz com o inesperado presente.

— Que nada, você merece. — Sorriu. — Trate de usar viu, mas amanhã de manhã, porque já é hora de dormir.

— Claro Nona. — O menor mexia animado em seu novo diário de couro na cor azul, que tinha um simples cadeado circular na frente.

Não demorou muito, e a morena já havia saído do dormitório, convencida de que o ômega já estava no sétimo sono. Pobrezinha.
Jimin não estava nem um pouco com sono, apesar da confortável fronha branca de seu travesseiro. O loiro era ótimo com atuações, principalmente na questão de ser fofo que ele vencia sem fazer esforço.

O ômega sentou-se na cama e acendeu seu pequeno abajur localizado em seu criado mudo rustico com apenas duas gavetinhas.
Fez um pouco de esforço, e assim, alcançou seu diário que permanecia na primeira gaveta.

— Bom, então vamos lá… — sussurrou para si mesmo que logo abriu o diário, o preencheu com suas informações na primeira folha e em seguida começou a escrever.

"Olá, meu nome é Park Jimin, tenho quatorze anos e meu melhor amigo Jungkook me chama de Chimchim.
Não sei por que comecei a escrever agora, mas como eu não estou com sono apenas tive vontade.

Esses dias eu ando um pouco triste com o meu corpo, pois ele não colabora e não me faz crescer, assim continuo um ômega pequeno e frágil, como todos dizem. Hoje falei com Hyuna Nona e ela me disse que eu deveria agradecer por isso, mas eu não concordo, pois como ainda não entrei no cio sou chamado de criança e nisso, sou obrigado a ficar em um quarto longe do meu melhor amigo.
Eu conheço ele desde os meus quatro anos de idade, pois foi quando ele chegou aqui no orfanato.
Quando ele chegou todo mundo dizia que ele foi encontrado na rua, muito magro e fraco, e assim resolveram trazê-lo para cá. Mas eu não sei se é verdade.
Ele cuida de mim, pelo menos cuidava, até essas assistentes se convencerem de que ele havia virado adolescente e o mudarem de quarto, mas para mim ele não mudou nada, continua o mesmo hyung de sempre que adora falar sobre o quanto eu sou fofo. Aish, que saudade desse chato.

O orfanato onde vivo é simplesmente gigante. Ele fica em uma parte mais afastada da capital, por isso este lugar é muito grande e bonito. Temos o primeiro bloco, que é onde dormem e estudam os menores, e atrás um grande campo. E mais afastado ainda, é a parte dos maiores, onde Jungkook-shi está.
Nona fala que o dormitório dos maiores é muito bonito e organizado, diferente do dormitório dos menores que sempre está cheio de brinquedos por aí.

Como no orfanato existem poucos garotos ômegas, é muito provável que eu tenha que dividir o dormitório com meninas (Nona me disse isso também, pois a maioria dos ômegas machos são de  família nobre, que infelizmente não é o meu caso, e assim nunca passam necessidades a ponto de serem abandonados ainda bebês).

Mesmo que eu não seja adolescente, com quatorze anos eu já posso ir para o bloco dos maiores, pois Hyuna Nona disse que eu sou fofo e posso ir como uma exceção.

Eu cheguei aqui no orfanato com alguns meses, por isso não me lembro muito bem como aconteceu, as assistes disseram que eu vim em uma linda cesta com uma cartinha que elas só abrirão no meu aniversário de dezoito anos. Ainda faltam quatro anos.
Eu não vejo a hora de saber sobre o que fala, mesmo ainda não acreditando como elas conseguem esperar pacientemente por esse dia.
Bem, agora sim estou com sono, talvez amanhã eu escreva de novo, até mais diário."

Mesmo sonolento, o ômega guardou em sua gaveta com todo cuidado, seu mais novo diário.
Afofou a cama e em seguida desligou seu abajur e deitou-se em sua cama. E como sempre fez um pedido:

— Que eu fique mais perto de Jungkookie a cada dia, obrigada.

[…]

— Jiminnie, acorde. — O loiro ouve uma voz distante, e assim, abre apressadamente seus olhos…

❤❤❤

Obrigada pra quem leu até agora, e como sempre, se observarem algum erro por favor me corrijam.

Até o próximo capítulo!

Espero não decepcionar vocês.  ^-^

O Chimchim Cresceu - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora