CAPÍTULO 42

12.7K 775 221
                                    

Sentei em uma das cadeiras do corredor ao lado da Beah. Jhonatas resolveu ir pegar um café para nós.

Ele pode até tentar disfarçar, mas sei que ele também está preocupado.

Levantei sacando o celular do bolso. Preciso avisar aos meus pais o que aconteceu, afinal sai com o carro do meu pai sem avisar nada e de madrugada, se amanhecer e ele não o ver lá, ele surta.

Liguei para minha mãe, mas ela não atendeu, então liguei pro meu pai, o mesmo atendeu depois de três chamadas. Sua voz estava meio grogue por causa do sono, expliquei o que aconteceu e que agora a Emilly estava passando por uma cirurgia.

Em um estalar ele acordou de vez, ouvi ele chamar minha mãe, em questão de segundos ele falou tudo para ela.

- Não pai, não precisa vir para cá, ainda é madrugada. - Depois de muito relutância ele desistiu, mas disse que de manhã cedo estaria no hospital para ajudar no que fosse preciso. - okay! Também te amo. - Encerrei a ligação antes que ele mudasse de ideia.

É bom saber que eles se preocupam com a Emilly, a tratam como se fosse da família, o que não deixa de ser. Ela é minha namorada, companheira e quem sabe futuramente minha esposa.

Olhei para a Beah que massageava as têmporas, soltou um suspiro cansado quando o Jhonatas chegou lhe entregando um copo grande de café, sendo retribuído por um sorriso gentil da garota.

Me aproximei sentando ao lado dela pegando também um copo de café que o Jhonatas me trouxe. Não sei esperar, também não sou muito paciente nessas ocasiões. Levantei novamente começando a andar de um lado para o outro.

- Será que falta muito?. - Perguntei parando frente aos dois.

- Não se passou nem quinze minutos ainda, Brenda. Calma. - Revirei os olhos voltando a andar.

Beah levantou indo para o final do corredor, se escorou em uma parede qualquer cruzando os braços. Encostou a cabeça na parede atrás de si.

Eu e o Jhonatas a olhávamos de longe. Ele ia levantando quando o impedi.

- Deixa que eu falo com ela. - Ele assentiu voltando a sentar.

Me aproximei da Beah que tinha os olhos fechados. Era nítido sua preocupação. O médico deixou claro que a cirurgia é simples, que é só a retirada do apêndice, mas sabíamos que tem uma pequena chance de dar errado e tudo ir por água abaixo.

Afinal não deixa de ser uma cirurgia, por mais simples que seja.

Toquei em seu braço chamando sua atenção. Seus olhos estavam marejados.

- Ela vai ficar bem?. - Sua voz saiu trêmula.

- Óbvio que vai!. - falei confiante a puxando para um abraço acolhedor. - Fica calma.

- Só vou ficar calma quando nossa pequena sair de lá. Bem!. - Lhe apertei mais em meus braços. - Não podemos perde-la, ela também não.

- claro que não iremos. Tenha fé. - Meu coração apertou só em pensar nessa hipótese.

Não entendi o porque do: " Ela também não". Mas não é hora para perguntas e ninguém está em clima de explicar nada. Ambas queremos apenas uma coisa.

Notícias da Emilly.

Quase uma hora já tinha passado. Já passava das três da madrugada. Continuamos sentados nas cadeiras do enorme corredor esperando por uma mísera notícia.

Beah, apesar de lutar muito, acabou dormindo nos braços do Jhonatas, finalmente baixando a guarda para ele.

Doutor Fernando saiu por a grande porta caminhando até nós. Levantei e em um piscar de olhos Beah estava em pé ao meu lado. Ele se aproximou com uma expressão indecifrável.

A irmã do meu namoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora