Capítulo 4 - Nathalie

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Acordei sem saber onde eu estava, olhei ao redor e percebi que estava em casa – como eu cheguei aqui? – reparei em minhas roupas e ainda eram as que eu estava usando pela manhã. Me levantei e vi que havia um bilhete caído no chão ao lado da cama.

Você parecia um anjo dormindo, não quis te acordar. Te vejo amanhã no escritório. JS

Qual é o problema desse cara? Até uma semana atrás ele não olhava na minha cara, reclamava de tudo que eu fazia no trabalho e agora está assim, depois da noite do casamento – quando ele me beijou pela primeira e segunda vez – resolvi ignorá-lo, eu não queria aquilo se estendesse, eu não tinha tempo para ter dor de cabeça com um homem como Jake, o único homem da minha vida é meu filho, que agora está longe, isso está me matando, mal passou um dia que ele viajou com Ash e Emy e eu já quero ele de volta.

Nos últimos cinco anos Brian se tornou meu mundo, nunca passamos mais de uma noite longe um do outro e agora ele vai ficar quinze dias fora, num país diferente, eu estava morrendo de saudade do meu pestinha. Ash sempre foi um pai ótimo para Brian, mesmo não sendo pai biológico, mas isso é um assunto que não gosto de lembrar, o pai de Brian foi a pior pessoa que pude conhecer em toda minha vida, me deixei envolver por um cara mais velho, acabei perdendo a virgindade e engravidando dele. Me lembro até hoje de como eu caí no papo daquele miserável.

****

– Eu não quero ir nessa festa, eu não estou no clima e ainda estou em semana de prova, não vou. – Eu tentava argumentar com minha amiga Rachel, mas ela era insistente.

– Você nunca sai para se divertir, fica nesse quarto o dia todo desenhando vestidos de noivas e não sei mais o que. Hoje você sairá comigo.

– Tudo bem, mas não vou demorar, quero acordar cedo amanhã para revisar a matéria da minha prova.

– Tá, que seja, vamos trocar de roupa e ficar lindas, vários gatinhos vão estar na festa, quero terminar minha noite na cama com algum deles. Vamos.

Eu não acreditei no que ela tinha acabado de falar, tudo bem, eu acho que na minha classe eu sou a única virgem, mas acho que esse pensamento era demais para mim. Nos arrumamos e quase duas horas depois estávamos indo para o local da festa, a boate era enorme, dois andares e a fila estava dobrando a esquina.

– De jeito nenhum eu vou entrar nessa fila, estou voltando para casa agora. – Eu disse e dei as costas.

– Volte aqui, eu tenho meus contatos, o segurança já está com nossos nomes para nos deixar entrar, não vamos pegar essa fila, vamos ficar em um camarote, confie em mim. – Confiar, claro, eu resmunguei e fomos andando direto para a porta.

– Eu não vou demorar, olha como isso está cheio, eu odeio essas coisas e você sabe.

– Caramba, como você é chata Nathy, vamos nos divertir um pouco e vê se acha alguém para dar uns beijos na boca. Esse mal humor todo é falta de homem.

– Como você é engraçada, vamos logo, antes que eu volte daqui mesmo.

Passamos direto para a parte superior da boate, a visão lá de cima era boa, para mim não cabia mais ninguém ali, mas quanto mais o tempo passava mais gente entrava. Alguns homens tentaram me dar alguma bebida, mas eu recusei, eu não gostava de beber, não depois que fiquei sozinha no mundo há 3 anos, eu não sabia se cuidarião de mim se eu me perdesse no álcool então eu resolvi que não beberia.

Me sentei numa sofá e fiquei ali, só observando o movimentos, muitos casais estavam se beijando – quase fazendo sexo explícito – ao meu lado e na pista de dança. Estava perdida nos meus pensamentos quando fui distraída.

Outro Olhar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora