Capítulo 13

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Até parecia que aquela era nossa primeira vez. Desde o momento em que subi naquela moto não houve mais conversa. Lorenzo, entretanto, pilotou o tempo agarrado à minha mão em volta da sua cintura. A subida pelo elevador até seu apartamento também foi feita em silêncio. Em momento algum ele deu a entender que me levaria para o meu apartamento. Ele provavelmente imaginava que isso me faria acordar da loucura que estava fazendo. Talvez sim... talvez não. Eu estava confusa. Razão e emoção batalhavam dentro de mim, mas no fundo eu sabia que minha emoção venceria. Como venceu.

Eu o queria e não havia nada no mundo que me fizesse voltar atrás agora. Eu entrei na sala e parei de costas para ele. Pelos movimentos atrás de mim, imaginei que estava colocando minha bolsa e meus livros sobre o sofá. E então, quando meu coração deu um salto e passou a bater erraticamente, eu soube que ele estava se aproximando. Eu fechei meus olhos, quase em êxtase ao sentir as mãos dele em meus braços, subindo numa caricia suave até meus ombros.

Logo depois seu corpo estava quase colado ao meu e como se tivéssemos combinado aquilo, minha cabeça pendeu para o lado, dando acesso ao meu pescoço. Eu estremeci ao sentir os lábios de Lorenzo em minha pele, suas mãos descendo novamente e parando em minha cintura. Ele não precisava fazer mais nada para acender minha paixão. O fogo já se alastrava pelo meu corpo, e um longo gemido escapou pelos meus lábios quando ele me puxou mais para trás, dessa vez deixando seu corpo realmente colado ao meu.

Talvez eu me arrependesse disso mais tarde, entretanto, nesse momento eu só queria pegar tudo o que me era oferecido. Ainda que esse tudo não fosse o suficiente. Mas era o bastante agora. Eu girei o corpo, me agarrando à jaqueta dele e olhando nos olhos dele. Quando percebi aquela chama em seus olhos, eu me entreguei sem reservas. Segurando em sua nuca, eu busquei sua boca, beijando-o com paixão.

A partir daí parecia não haver mãos o bastante para tirar nossas roupas. Não havia boca o suficiente para beijar e morder o corpo um do outro. Não percebi em que momento meu corpo caiu sobre a ampla e macia cama, já completamente nu e com o corpo também nu de Lorenzo sobre o meu. Nada de palavras... apenas gemidos... altos, carregados de luxuria e paixão. Gemidos que se transformaram em gritos incontidos, mas às vezes abafados por nossos beijos sedentos.

Lorenzo investia avidamente dentro de mim e eu erguia meus quadris em súplica, querendo trazê-lo por inteiro. Eu não queria que ele parasse... não queria que acabasse. Alucinada, eu deslizei minhas unhas por suas costas largas, incentivada por seu gemido de prazer mordi e deslizei a língua por seu peito fazendo Lorenzo soltar um urro de prazer e aumentar o ritmo de suas investidas.

Num espasmo forte do meu corpo, arqueei minhas costas e gritei seu nome, ao mesmo tempo em que sentia Lorenzo se liberando dentro de mim, beijando minha boca, meu rosto, meu pescoço e colo. Suspirei e o abracei com força, quase sufocada com seu peso, mas desesperada demais por senti-lo perto de mim. Quando ele se jogou ao meu lado, imediatamente me puxou para mais perto... e eu não me afastei.

Somente o som de nossa respiração ainda ofegante era ouvido. Eu fechei meus olhos, mas não resisti à tentação de acariciar seu peito, apreciando sentir sua pele arrepiada sob meus dedos.

—Perdoe-me.

A voz dele soou rouca depois de uns longos minutos. Eu mordi os lábios, sem saber o que dizer, pois não tinha certeza sobre o que exatamente ele buscava perdão. Então, apenas esperei que ele dissesse mais alguma coisa.

—Nunca tive a intenção de magoar você, Sherrie... nunca. Eu vi a bola de neve criar forma, mas quando dei por mim já estava sendo engolido por ela. Eu juro que tentei outras alternativas, mas... eu tive que fazer isso.

Enganos - Degustação -Estreia 01/04/2018Onde histórias criam vida. Descubra agora