Your Eyes 🌷 JIKOOK || KOOKMIN

🌷 One 🌷

Boa Leitura! ❤

“O meu coração pertence a você desde a primeira troca de olhares e irá continuar pertencendo até a última batida que der.”

~ Autor Desconhecido

🌷 JUNGKOOK 🌷

     Quase um mês se passou desde o acidente, e até o momento ninguém foi capaz de aliviar o peso da culpa que carrego sobre meus ombros. O responsável pelo acidente está preso e respondendo por seus crimes, porém isso não é o bastante para trazer meu Jimin de volta. Ele continua em coma, não precisou de medicação para atingir esse estado, quando chegou ao hospital, os médicos foram sinceros quanto às chances de recuperação.

     Há pouco mais de três semanas seu quadro mantém a estabilidade graças aos inúmeros aparelhos, nem sequer nos deixam ficar por tanto tempo no quarto de UTI. Houveram melhoras súbitas, como também passamos noites em claro pedindo aos anjos que não o levassem. Entre altos e baixos, não existiu um mínimo segundo de reação ou consciência, Jimin está adormecido desde que foi resgatado naquele maldito dia.

     A dor é imensa, não consigo fechar os olhos ou descansar por muito tempo. Tem medo de me deitar para dormir, e ser acordado com a triste notícia de que meu grande amor se foi. Sei que Jimin está lutando, mas reconheço que todos nós temos um limite, e me assusta não saber qual é o dele.

     É egoísmo pensar em como ficaremos caso ele não suporte até o fim dessa batalha, pois a dor maior continua sendo sua ausência e o imenso vazio que a saudade provoca. Há cada dia que passa as chances de tê-lo novamente em meus braços diminui, mas os médicos não parecem ter a intenção de desistir tão fácil de um caso com essa complexidade.

     Ainda me pego pensando nos inúmeros sonhos e planos que fizemos juntos, projetos que por ora foram esquecidos, pois me sinto incapaz de dar um passo sem que ele esteja ao meu lado. Definitivamente estou perdido sem Park Jimin, desesperado diante do futuro incerto, e tentando manter as forças para que possa apoiá-lo quando sua consciência finalmente retornar.

     Meu desespero aumenta a cada vez que o vejo sob a maca, ligado a inúmeros aparelhos sem uma perspectiva melhor. Os médicos sugeriram desligar os equipamentos desde os últimos exames, disseram que não há razões para mantê-lo já que clinicamente seu cérebro parou de responder aos estímulos. Essas são as palavras ditas por eles, mas em momento algum as abracei como sendo verdade absoluta.

     Enquanto tiver um por cento de chance para meu noivo, irei lutar até não ter mais forças. Sinto alívio em dizer que não sou o único a pensar assim, já que todos estão na torcida por ele. Difícil está sendo explicar para os nossos alunos sobre a ausência dele, afinal crianças sempre acabam prolongando a conversa mais que o necessário.

     Tenho passado mais tempo no hospital do que em qualquer outro lugar, por essa razão nossos familiares acabam o visitando com frequência, na tentativa de me convencer a sair um pouco e se certificar de que estou me cuidando. Minha mãe é quem mais me dá bronca pela falta de uma alimentação decente, mas me recuso a fazer qualquer coisa que me afaste por tanto tempo.

     Há semanas não sinto nada além de medo e desespero, lágrimas são companheiras diárias, quase como evidências de um sofrimento que está longe do final. Sei que preciso ser forte, mas é impossível quando o mundo parece nos odiar com todas as forças. Talvez o universo tenha seus favoritos, Jimin e eu nem sequer chegamos perto dessa lista.