《 chapter twenty-nine 》

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   Ten não estava mais aguentando aquilo. Toda aquela confusão em sua cabeça só o fazia ficar mal. As peças não se encaixavam mais, ele não sabia em quem acreditar, era impossível decifrar os pensamentos de Yuta e de Taeyong. Em quem acreditar? Em Yuta que o conhece à anos ou em Taeyong que conheceu semanas atrás?

   Chittaphon só sabia chorar.

   Ele sabia que se trancar em seu quarto, colocar a cabeça entre as pernas e as abraçá-las não iria adiantar nada, mas era o que ele queria fazer. Seu telefone começa a tocar, o tailandês hesita em ao menos ver quem é, ele estava ocupado demais. Duas, três, quatro ligações, parecia ser urgente, então Ten decide atender.

  - Seu livro de ciências ficou comigo, espero que não demore para vir buscar, só ocupa espaço na minha mochila - A voz grave de Taeyong parecia estranha.

  - Você não pode levar amanhã na escola? - Ten se esforça a disfarçar o choro e enxuga suas lágrimas.

  - Não me peça favores, Chittaphon.

   Ten suspira e se levanta.

  - Estou indo buscar, Lee Taeyong.

   Em frente ao espelho, o tailandês arruma seu cabelo e sua camiseta. Por que eu tô me arrumando, droga?  Respira fundo e passa as pequenas mãos sobre seu rosto na tentativa de se livrar do semblante choroso. Sem sucesso. Desce as escadas devagar, ainda arrumando de cabelo.

  - Pai, posso pegar o carro?

  - Posso saber onde você vai?

  - Vou buscar um livro que deixei com um... amigo - força um sorriso e dá de ombros.

  - Pode, a chave tá em cima da mesa. Cuidado, ok?

   Ten sorri e sela os lábios no rosto do pai, como um agradecimento. Pega a chave e não demora a ir para a garagem.

   Para em frente à casa de Taeyong e respira fundo. Uma parte de Ten queria acabar com aquilo tudo e beijar os lábios do maior novamente, sentir seu calor, se sentir seguro em seus braços. Mas a outra parte estava machucada o bastante para não querer vê-lo novamente e insistia que odiava o coreano.

   Pressiona a buzina uma vez e logo vê a silhueta de Taeyong por trás da janela. O mais alto abre a porta e não se apressa em ir até o carro do tailandês.

  - Onde está meu livro?

  - Não há livro nenhum - Taeyong abre a porta do carro e se senta no banco do passageiro.

  - O quê? - Ten revira os olhos - O que você quer?

  - Eu estou ficando louco, Ten. Toda essa história está muito mal contada. Precisamos esclarecer tudo isso de uma vez.

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