#3 Caça as bruxas - REVISADO

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   Elric acordou da magia de sono que havia afetado a todos, e se espantou, ao ver toda a companhia no chão, levantou se ajeitando, limpando a poeira da roupa, olhou para o seu amuleto, e lá estava ele brilhando outra vez, ele apertou firme, se perguntando se o seu sonho tinha alguma coisa a ver com isso, caminhou até o anão, tocou em Fhorturin e o acordou.
  - O que houve?!! - Fhorturin disse assustado levantando procurando pelo seu machado.
   - Sou eu, relaxa. - Disse Elric em um tom sereno. - Fomos pegos por uma magia de sono. - Ele foi caminhando e acordou um a um.
   - Levaram as garotas? - Perguntou Shaco.
Elric explicou rápidamente o quê havia acontecido e que as meninas foram levadas.
   - Você não viu o rosto dessas mulheres que as levaram?
Elric balançou a cabeça. - Não deu para ver, eu só sei que seguiram para o oeste, adentrando por entre as árvores.
  - O que acha Rubky? - Perguntou Shaco.
   - Eu não sei bem, mas isso não é estranho, se foram elas que nos fizeram dormir, e levaram as garotas, provavelmente devem ser bruxas.
   - Você pode ter razão, mas porque não levaram a gente também?
   - Eu ouvi histórias de bruxas e acredito que tenha duas alternativas. - Respondeu Raegal. - Elas não tinham como levar todos nós, por estarem em três, ou acham que mulheres mais belas que elas são uma ameaça, bruxas não gostam de nada que é belo, mas elas gostam de iludir viajantes se passando por lindas mulheres.
   - Acredito que se foram bruxas mesmo, acho que a segunda opção é mais valida. - Disse Elric.
Rubky colocava a mão no queixo encarando eles parecendo estar com o foco em outra coisa. - Sim! - Disse ele parecendo voltar de outro mundo. - Agora tudo faz sentido, " elas gostam de iludir viajantes se passando por lindas mulheres", por acaso se lembram daquele amuleto que seu amigo mercante Jesper carregava não é? Como eu não reparei antes?! Aquilo deve ser um olho de bruxa.
   - Que diabos é isso? - Perguntou Fhorturin.
   - Uma bruxa quando rapta pessoas, normalmente tem o costume de se alimentar delas, fazer um ritual dando vida a outra bruxa, ou arrancam os olhos das vítimas, envernizam até parecer uma espécie de pérola, transfere parte de sua alma para aquele objeto, e é como se fosse o olho dela, ela enxerga tudo aquilo que o olho vê.
   - Provavelmente deve ter entregado ao Jesper. - Disse Raegal. - Por isso elas sabiam que estaríamos aqui, pois nos viu através do olho de verniz.
   - Mas o quê acontece se destruirmos o olho dela? - Perguntou Shaco. - Se ela transfere sua alma para ele, no mínimo um dano muito grave deve acontecer a ela não é?
   - Eu não sei dizer com certeza, pois nunca ouvi boatos de alguém que já tenha feito isso, mas acredito que se o olho de verniz for destruído ela deve sentir muita dor ou ela morre.
   - Então temos que ir rápido! - Disse Fhorturin com sua voz grave, levantando seu pônei. - Vamos atrás delas, paladino, nos mostre o caminho!
Elric montou em seu cavalo, tomou as rédeas quando Rubky os interrompeu.  - Pessoal vou deixar isso com vocês. - O feiticeiro sacou sua varinha das vestes e a balançou no ar, um corvo fantasmagórico surgiu e se empoleirou em seu braço. - Isso irá guiar vocês, ele pode fazer um reconhecimento, estarei com vocês através dele.
   - Como assim Rubky? - Disse Raegal segurando as rédeas de seu cavalo. - Para onde vai?
   - Eu irei voltar até o vilarejo para localizar e destruir o olho da bruxa, para que nenhuma outra mulher seja raptada por elas, e talvez isso possa matar uma delas.
   - Certo, se apresse.
O corvo saltou do ombro de Rubky e abriu vôo para o oeste.
   - Vão! Nôs vemos mais tarde, se cuidem! - Rubky tomou as rédeas de seu cavalo e cavalgou em direção oposta dos outros, em direção ao vilarejo.

   Elric e os outros cavalgaram por longos minutos seguindo o corvo fantasma, até que ele pousou em uma árvore, soltou um grunhido e fechou as asas.
  - Está logo ali, eu vejo! - Disse Fhorturin apontando para uma velha cabana, bem grande, feita completamente de madeira e parecendo que fosse desabar com um sopro, não dava para imaginar como madeiras tão velhas suportavam o peso dessa cabana enorme, dos lados da porta tinha estacas com crânios perfurados, símbolos estranhos e flores negras, ao que parecia fazer parte de um ritual.

A lenda do Éther e o Reino amaldiçoado (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora