#7 Imortais - REVISADO

13 1 0
                                    

- Estamos perto Shaco? - Perguntou Mhysa com as pernas vermelhas da sela, sentindo suas mãos arderem das rédeas.
- Sim, estamos! - Queria dizer que não, pois só de lembrar desse caminho já fazia suas pernas tremerem.
Mas ao passar por entre as árvores, olhando o reino um pouco afastado, tendo que passar por uma grande planície até lá, ouviram passos fortes ao lado direito, batendo nas árvores com força.
Mhysa fez branca parar e tirou o arco da longevidade das costas. Rubky sacou sua varinha de suas vestes e mirou para onde o barulho vinha.
Depois de chegar mais perto, o último galho se quebrou e encontraram um homem robusto, barbas longas e ruivas,com um machado na mão.
- Eu não conheço vocês? - Disse ele com uma voz meio abobalhada. - Agora estou lembrado, vocês me salvaram a sul de Calladan, pela geringonça da Legião, sou Jory o lenhador se lembram de mim?
A princípio Mhysa não se lembrou, mas quando ele comentou da geringonça, a imagem dele lhe veio na lembrança na hora.
- É verdade! - Disse Arianna. - Você havia mesmo dito que era de um vilarejo próximo a Lockland.
- O que estão fazendo por aqui?
- Vamos confrontar o rei. - Disse Arianna séria, porém nada convincente.
- Lockland pode ser uma potência da Legião escondida, queremos descobrir a verdade. - Disse Raegal olhando para a elfa corrigindo-a.
- Estão malucos! Vocês não fazem ideia de como é dentro desse reino!
- O quê tem? Para que todos temam tanto esse lugar? - Perguntou Mhysa.
- Zaru, o rei de Lockland, ele é um tirano! Abusa do poder e explora seu povo, só pensa em si mesmo!
- Que horror. - Keyla apertou mais forte a mão de Raegal.
- Típico de tiranos. - Disse Rubky. - Ele não faz mais parte da Ordem, é um renegado.
- Seus reis humanos não possuem honra! - Resmungou Fhorturin.
- O quê faremos em relação a isso, Mhysa? - Perguntou Raegal.
Na realidade nem ela sabia o que fazer, ela não fazia ideia no que estava se metendo, podia simplesmente ser a boca do lobo esperando suas presas morderem a isca, mas não tinha como saber no que estava por vir, então o único caminho que ela encontrou foi respirar fundo e dizer: - Eu não sei dizer, e se eu disser para irmos, e algo de ruim acontecer? Eu não quero ter que tomar essa decisão.
- Está tudo bem. - Disse Arianna. - Mhysa, todos aqui estão cientes do risco, se algo acontecer, ninguém será culpado, somos um grupo, devemos permanecer unidos, agora mais do que nunca...
- Ari...
- A elfa tem razão. - Disse Fhorturin voltando a tomar as rédeas de seu pônei. - Se algo der errado eu dou uma machadada neles.
Todos soltaram gargalhadas leves.
  - Jory. - Disse Shaco em um tom sublime. - Aqui pelos ermos existia uma guilda de alquimistas e piromantes, sabe me dizer o que houve com eles?
   - Me lembro bem. - Disse ele apertando seu braço esquerdo como se tivesse sofrido um calafrio. - Eles foram extintos.
    - O quê? - Shaco estava horrorizado, ele não queria acreditar. - Mas como assim? Eu os conheci! Eram homens do bem! Honrados, não eram como as pessoas achavam que eram, não queriam causar destruição e desgraça, eles lutavam pela paz!
    O lenhador abaixou a cabeça. - Eu entendo a sua indignação, mas eles se foram, brutalmente assassinados, ninguém sabe ao certo por quem.
   Shaco desviou o olhar e fechou seus olhos como quem ressentia pela perda.
   - Eu sinto muito Shaco... - Arianna aliviou o rapaz com a sua voz doce.
- Já está escurecendo pessoal. - Disse Fhorturin. - Se vamos entrar no inferno, melhor irmos andando.
- Tem razão. - Concordou Raegal.
Mhysa então tomou a frente e foi cavalgando,
Arianna acenou para Jory e foi seguindo Mhysa, assim como todos os outros em direção a Lockland. Ele foi perante as árvores os seguindo devagar.

O entardecer estava relativamente lindo aos olhos de Elric, que admirava o sol se pondo em cima de uma rocha, e sentia a brisa bater em seus cabelos, que já estavam batendo em seu pescoço, sua barba antes quase inexistente, agora dava algum sinal de vida, Aelin se aproximou do rapaz e se sentou perto dele. - Você disse algo sobre destruir o Éther com as armas dos deuses, mas sabe onde ele está?
- Não faço a menor ideia. - Disse ele observando Cristinna alimentar os cavalos. - Mas se a Legião encontrar algum dia, devemos estar precavidos, por isso de ir até a Torre Arcana, a ordem inteira precisa ter conhecimento disso.
  Embaixo deles estava Agmos meditando com as palmas das mãos abertas, e seu tronco ereto, quando ele abriu seus olhos assustado.
- Pessoal! Eu senti um movimento, tem alguma coisa com um poder imenso se aproximando.
- De onde? - Perguntou Aelin puxando sua lança e seu escudo pequeno.
- Do leste! - Disse ele se levantando.
- Se armem! - Ordenou Cristinna puxando seu escudo de corpo das costas e erguendo sua espada longa.
Quando olharam ao leste, avistaram um grupo se aproximando, com o homem mascarado no meio, ao seu lado um elfo de cabelos escuros, uma mulher com poucas roupas usando uma tiara na cabeça, segurando na mão de uma garotinha, e ao seu lado, um rapaz muito pálido e frio.
- São eles. - Disse Aelin com sua mão da lança trêmula. - Eles que atacaram a Catedral da luz...
- O que querem?!! - Gritou Cristinna.
- Nossos assuntos não são com você, Titânia. - Disse o homem mascarado com sua voz abafada. - É com ele! - Apontou para Elric. - Estamos atrás da relíquia de Thannar.
- Não daremos a vocês! - Gritou Aelin entrando na frente de Elric. - Terá que passar por nós primeiro.
O homem mascarado tirou sua montante das costas e correu muito rápido, arrastando sua espada enorme no chão.
    " Como é veloz, é incrível como ele se move tão rápido, mesmo empunhando uma espada tão pesada". - Pensou Aelin.
Cristinna se moveu mais rápida ainda e defendeu o golpe desferido por ele com seu enorme escudo, fazendo o barulho de aço batendo em aço ecoar fortemente.
- Elric! - Trovejou ela fazendo força para segurar o golpe. - Fuja! Agora!
- E deixar vocês? Não! - Disse ele.
- Eles não podem por as mãos na espada da justiça, obedeça sua líder e fuja!
- Desculpe... - Disse ele desamarrando todas as faixas e cordas que prendiam a espada de Thannar. - Mas, vocês disseram que me seguiriam por onde quer que eu fosse, então eu não vou fugir, nós vamos lutar! Agora! - Ele correu e atacou o mascarado com força, o homem tirou sua espada enorme do escudo de Cristina, para tentar defender, mas não conseguiu a tempo, foi arremessado para longe, fazendo suas vestes se rasgarem e sua máscara trincar. - Maldito... - Disse ele se levantando.
- Você subestimou o garoto. - Disse a bruxa que segurava a garotinha ao fundo. - Mas agora... A brincadeira está só começando! - Disse ela em tom de deboche soltando a criança, e correndo em direção deles.
- Preparem- se! - Agmos sacou seu bastão das costas e fez sua posição de combate. Ao perceber o movimento da feiticeira negra, dobrou um dos joelhos, empurrou o vento com a mão direita e Trovejou: - Vácuo Cortante! - E uma rajada de vento forte o suficiente para derrubar um urso foi na direção dela.
Ela parou e soltou seu cajado, ele ficou flutuando enquanto ela fez runas no ar e conjurou . - Escudo mágico! - E um escudo brilhante feito de magia impediu que o vento passasse adiante.
- Mas como...
- Um poder medíocre desses jamais vai me acertar. - Zombou Évora.
  - Agmos, Aelin! Sigam me! - Ordenou Cristinna, a paladina correu com seu escudo enorme na mão esquerda e sua espada empunhada com a direita, Aelin correu junto dela segurando firme sua lança branca e Agmos juntou- se a elas com seu bastão em mãos.
- Estão enraivecidos. - Disse Azazel o elfo, para a feiticeira em tom de rebaixo.
- Vou adorar brincar com eles. - Sorriu Évora, vendo eles se aproximarem e agachou tocando as mãos no chão. - Grande barreira negra! - Conjurou ela, fazendo com que uma barreira escura subisse do solo, os protegendo.
Ao ver a barreira sendo lançada sobre eles, Cristinna pulou girando sua espada e atacou com força a barreira, gritando : - DESTRUIÇÃO DIVINA!
A barreira mágica de Évora se destrói em estilhaços mágicos, deixando assim os paladinos continuarem avançando.
- Não esperava menos dela. - Disse Évora levantando suas mãos do solo. - Faz jus a alcunha de "Titânia".
- Não deveria brincar com oponentes desse porte Évora. - Disse Icarus com o som da sua voz parecendo que estava arranhando sua garganta.
- Icarus, cuidado! - Gritou Azazel o elfo negro, quando Icarus olhou para sua frente, apenas viu um vulto pulando em sua direção gritando. - Punhos Flamejantes! - Agmos afundou o homem pálido e gelado no solo, com suas mãos completamente em chamas, ele foi capaz de ouvir os ossos de Icarus se quebrando todo de tanta força.
- Que velocidade absurda, e que... força. - Disse Évora surpresa com o que havia acontecido com o seu companheiro.
- Deixe ele comigo! - Disse Azazel. - Cuida da Titânia!
Évora acenou com a cabeça lambendo seus lábios. - Ouviu Titânia? Você é minha!
- Calada! - Disse Cristinna correndo com a sua espada, Aelin corria do seu lado.
- Não atrapalha sua fedelha! - Disse ela aborrecida com Aelin. - Agonia Ardente! - E do seu cajado um jato de luz vermelho foi lançado acertando Aelin, fazendo com que ela caísse e gritasse de uma dor insuportável.
- Aelin! - Gritou Cristinna olhando para o corpo da garota que se revirava de dor.
- Você não pode salva-la, Titânia, a menos que me derrote. - Évora fez um gesto no ar e surgiu uma espada negra espectral, ela agarrou com a mão direita e apontou para Cristinna. - Vai ser uma delícia acabar com você.
- Sua...Maldita! - Cristinna espumava de ódio. - Eu não vou te perdoar, vou acabar com você!
- Assim que se fala... Titânia... - Disse Évora sorrindo.

A lenda do Éther e o Reino amaldiçoado (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora