O sonho

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Estou perdida entre duas grandes vias. Nada de placas, iluminação, pessoas, carros, vizinhança. Somos só eu e a luz da lua. Preciso sair desse lugar. Esquerda ou direita? Eu nunca fui boa quando o assunto é múltiplas escolhas. Não consigo me mover com a velocidade que deveria. Sinto algo ruim se aproximando de mim. Olho para trás e vejo algo como uma velha, rosto sombrio, longos cílios, com curvatura suficiente para enganar qualquer um, dando a impressão de uma grande queda, uma longa manta preta. Ela corre com a velocidade de um coiote em minha direção. Sinto medo. Preciso escolher uma das vias. Opto pela esquerda, mas decido ir pela direita. Meus passos são dados em velocidade falha, parece que faço parte de algum programa velho de um computador velho. Não consigo correr. A velha se aproxima de mim. Estou assustada. Ela me toca. Sinto um frio que percorre toda minha costela. Ela agarra meu ombro com força e sussurra algo em meu ouvido. "Não espere das pessoas mais do que você oferece". Tudo fica escuro e sinto que estou caindo de uma altura tão, mas tão longa. Fecho os olhos. Nada disso pode ser real.

17 maneiras de permanecer vivaOnde histórias criam vida. Descubra agora