Prologo

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Observo os caixões de meus pais descerem ate o fundo da cova. A partir de agora vou morar com meus tios e Ana Luíza.  Ela não tem mais ninguém alem de mim. 

-Vamos querido. - minha tia me chama. 

Pego Ana Luiza em meu colo e entramos no carro. Depois de algum tempo o carro para em uma casa desconhecida para mim. Meus tios descem, e pedem para que eu desça com Ana Luiza, que dormia em meu colo.

- Sejam bem-vindo! - diz uma mulher, assim que entramos na casa. 

- Obrigada! - diz minha tia, ela pega Ana Luíza de meu colo. - Esta é a menina da qual falamos, não vamos ficar com ela. 

- O que isso quer dizer tia? - pergunto já com o coração disparado. 

- Querido, nao vamos ficar com Ana Luíza. Ela vai ficar aqui, neste orfanato. - diz com naturalidade.

- Não podem fazer isso. A guarda dela esta comigo agora que meus pais não estão mais aqui ela é minha responsabilidade. 

- Mas, você é nossa responsabilidade, e nós não queremos a menina. – meu tio que ate então estava calado se pronuncia.

- Não podem fazer isso. – digo.

- Podemos sim. Você é da família ela não.

- Ela é só uma criança. – insisto.

- Que ficara melhor aqui. – minha tia diz.

A porta é aberta e por ela passa um homem carregando as malas de Ana Luiza. Sem muitas opções deixei Ana Luiza no orfanato, com a promessa de que voltaria para buscá-la assim que fosse possível.

Os anos foram passando, nunca deixei de vigiar Ana Luiza. Eu sempre estava lá mesmo que de longe, já que minha tia me proibiu de chegar perto dela.

Assim que me formei no ensino médio, me mudei para Nova Iorque. Fiquei por lá quatro anos ate me formar. Quando voltei, já não pensava em manter minha promessa. Já não a vigiava, tomei a frente da empresa que era dos meus pais associada com os pais de Ana Luiza. Abri uma conta em seu nome e todo lucro que das ações que estavam em seu nome era depositado nessa conta mensalmente. Quando ela completar dezoito anos irei atrás dela, e se ela quiser poderá assumir suas ações.

Depois de dois anos da minha volta de Nova Iorque decidi voltar a vigiá-la. Ela estava mais linda ainda do que quando eu voltei. Quando voltei a Seattle a primeira coisa que fiz foi ir ate o orfanato. Ela estava muito bonita, mas foi a única vez que fui atrás dela, deixei um segurança atrás dela, seguindo seus passos. Eu soube de tudo que acontecia em sua vida, e ate mesmo vi uma foto de seu primeiro beijo. Depois desse dia eu mesmo passei a segui-la. Eu via os olhares que ela atraia, e isso me incomodava.

Não gostava de ver outros homens olhando para ela. Então em seu aniversario de dezesseis anos eu a tirei de lá. 

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