Meu Tutor

Dezenove

Antes de sair do hospital hoje pela manhã convoquei uma reunião. Irei desmascarar Mirelli na frente de todos. Ana continua do mesmo jeito. Não teve nenhuma melhora em seu quadro.Chego a empresa e vejo muitos funcionários cabisbaixos; alguns se aproximam e perguntam por Ana Luiza e desejam melhoras, outros com quem não tenho tanto contato apenas me dão um aceno de cabeça como quem quer dizer: Ela vai sair dessa.

A sala de reuniões já esta cheia, disse a Matias que queria chegar e ter todos a minha espera. A policia esta no andar de baixo, chegaram junto comigo, mas Xavier me deu a oportunidade de mostrar a todos do que Mirelli é capaz.

- Senhores, bom dia! Gostaria de me desculpar pelo atraso, mas como todos sabem Ana Luiza esta internada, e passei a noite no hospital com ela.

- E como ela esta? - Jean Carlo pergunta, fiz questão que ele estivesse presente.

- Esta melhor. – minto e pelo canto dos olhos vejo a postura de Mirelli mudar. Ela esta visivelmente nervosa.

Começo a reunião como se fosse uma qualquer. E depois de cinco minutos comunico que mostrarei um vídeo.

- Em minha empresa a câmeras por todos os lados, mas elas nunca estão visíveis dando a falsa impressão de que não estão sendo vigiados.

- Antes de tudo posso ir ao toalete? – Mirelli pergunta nervosa, já se levantando.

- Sente-se, esse vídeo é importante demais para que você perca. – ela volta a sentar.

Dou inicio ao vídeo e ele começa com as portas do elevador não se fechando, em seguida mostra Ana Luiza andando em direção as escadas e Mirelli a seguindo. Segundos depois mostra Mirelli passando a sua frente e por fim empurrando o meu Anjo escadas abaixo.

- Como todos podem ver Ana Luiza foi empurrada escada abaixo por Mirelli. – ela se levanta e tenta andar ate a porta, mas é detida pela policia.

- Senhorita Mirelli Donavam, você esta presa por tentativa de homicídio e agravante. – diz o delegado Xavier.

- Agravante? – um dos acionistas pergunta.

- Ana Luiza estava gravida. – digo com dor no coração. – Com a queda ela perdeu nosso filho. Vejo os olhos de Mirelli se arregalarem.

- Eu não queria isso eu juro. Era para ser somente um susto. – ela diz em lagrimas.

- Um susto? – minha voz sai contida mas é nítido o ódio nela – Um susto se dá quando nos escondemos atrás de uma porta e gritamos "bú" o que você fez não foi um susto e eu vou fazer de tudo para você passar o resto da sua vida vendo o sol nascer quadrado.

O delegado a tira de minha sala e eu encero a reunião.

***

Já tem dois meses que Ana esta em coma. Os médicos dissera que seu corpo esta recuperado e que depende dela querer acordar. Passo todas as noites no hospital a espera que ela acorde, quando não estou, Maria ou João estão com ela, e as vezes ate Jonathan. Mas ele não fica sempre por causa da escola, mas sempre que pode esta no hospital atrás de noticias dela. Mia, Dean, Roberta e Andrew também veem com muita frequência.

- Oi, meu amor! Você esta dormindo por muito tempo; esta na hora de acordar, de mostrar para o mundo seus lindos olhos novamente. Já tem dois meses que esta nessa cama. Você tem que voltar para mim, eu não sei o que faço sem você. Me tornei seu dependente.

***

- Quando vai sorrir para mim de novo? Sabe, acho que você cresceu, mas você não esta acordada para me arremessar alguma coisa por eu estar implicando com seu tamanho. – sorrio triste ao me lembrar de todas as vezes que ela jogou algo em mim por que a chamei de pequena.

Tem três meses e meio que Ana Luiza esta em coma, os médicos não sabem explicar porque ela não quer acordar, acham que ela pode estar querendo se proteger de algo.

- Lembra quando você me acertou uma almofada? Foi a primeira vez que nós conversamos de verdade. E tenho certeza que foi naquele momento que realmente me apaixonei por você. Pelo seu sorriso, por seu jeitinho tímido. E por todas as vezes que você me acertou. – estou segurando sua mão, estou tão concentrado nas lembranças que quase não ouço um sussurro ao meu lado.

- Eu ainda posso te acertar. Sabe disso, não é? – ela diz de olhos ainda fechados. Não passa de um sussurro mas ainda sim eu fui capaz de ouvir.

A minha Ana voltou, ela voltou para mim.

- Meu amor, você voltou. – a beijo suavemente sobre a testa – Eu vou chamar o medico.

Saio como um louco pelo corredor atrás do medico da Ana. O encontro na recepção. E vou em sua direção.

- Doutor, Ana acordou. - Digo afobado.

Ele vai em direção ao quarto da Ana. A minha menina acordou.

O medico examina Ana com cuidado e atenção. Eu observo todos os seus movimentos, em seguida olho para Ana, pois sei que ela também o olha com atenção, como se ela o estivesse examinando e não o contrario.

Ao final do exame o medico me chama ate sua sala.

- Ana Luiza esta muito bem para alguém que acabou de sair de um coma, ela não possui nenhuma sequela ou outra consequência, a manterei no hospital por mais dois dias e vou lhe dar alta. - o alivio de saber que vou poder levá-la para casa é enorme, mas ainda tenho duvidas pairando sobre minha cabeça. Pergunta que já deveriam ter sido feitas e não foram porque tive medo.

- A Ana, terá algum problema para engravidar futuramente?

- Não! Ela é uma jovem muito saudável e fértil, eu diria ate que ela engravidaria muito facilmente se tentarem de novo, mas eu aconselho a esperarem um pouco, Ana Luiza ainda é muito jovem, e vocês terão muito tempo pela frente para tentarem.

- Sim, nós teremos, mas não por enquanto. Quero que ela se forme primeiro e, sei que ela também irá querer isso. E eu ainda nem sei como falar com ela sobre a perda do nosso filho.Ana ja lidou com muitas perdas a vida, ainda bebê perdeu os pais e eu me lembro muito bem de como ela ficou quando contei sobre a morte de ambos; as amigas que a traíram de forma baixa. E agora a perda do nosso filho que tenho certeza que ela não sabia da existência.

- Eu recomendo de seja sutil, mas que não fique dando voltas sobre o assunto isso poderá deixá-la nervosa. Seja sutil, mas direto e esteja sempre com ela. Também aconselho acompanhamento com um psicologo, ela pode vir a desenvolver depressão. No mais é so isso.

- Obrigado!

Saio de sua sala e vou e direção ao quarto de Ana, e antes de entrar paro de frente a porta e a encaro como se ela fosse me dar as respostas ara todos os meus problemas; depois de uma longa e profunda respiração eu finalmente entro.

- Oi! - me recebe com um sorriso. - O que o doutor disse?

- Ele disse que em dois dias te dará alta.

- Tudo isso? Quero ir logo para casa. - diz fazendo um biquinho fofo, e nesse momento me pego imaginando como seria um filho nosso, com seus cabelos e meus olhos como ela queria. Sinto meus olhos marejarem, e luto contra as lagrimas para elas não caírem, tenho que ser forte por Ana.

- Carlos, esta tudo bem?

- Nós precisamos conversar. - digo com um nó na garganta.

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Bom menina, não desistam desse casal eles ainda tem muito  o que viver.

Não darei explicações agora, mas quando finalizar o livro vou explicar o por que da demora com os capítulos.

Bjs.