O Treino Começou

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As lágrimas não paravam de escorrer. O rapaz parecia um mero bebê que apenas deseja o colo da mãe. Todos o olham espantados por ver seu estado, o garoto estava debilitado tanto mental como fisicamente. Aquele não era mais Felipe, mas sim uma pessoa diferente, um tanto receosa, amargurada e chorosa, que desejava apenas voltar para a paz do fronte de sua província. Ao menos... Deveria ter aprendido algo com tudo que ocorreu, ou pelo menos seus músculos marcaram em seu sistema nervoso o que era o desespero de não poder fazer tudo aquilo que sua mente inflada pudesse acreditar que faria. 

Eloá calmamente vai ao seu lado, pega em sua mão e, com um tom meigo fala:

- Venha aqui meu querido, não se preocupe, já acabou.

O rosto de todos era de puro favor, se entreolhavam a fim de tentar achar alguma explicação. Sabiam como o teste de habilidade poderia ser difícil, no entanto, Felipe estava totalmente horrorizado. Nunca haviam visto o garoto daquela forma.

Eles caminham para dentro da floresta, enquanto Eloá calmamente consola o garoto, falando para ele se acalmar que já havia acabado.

Enfim chegam.

Estavam em frente a uma bela cachoeira, envolta de belas árvores e pássaros.

- Os testes de habilidades muitas vezes são muito profundos, - começa Eloá - não só nos testa fisicamente, como também, mentalmente. Hoje você lutou bravamente com sua arma, porém sua mente estava em outro lugar, ela se encontrava em uma ficção que você mesmo criou, a ilusão que tudo que você quisesse se realizaria e efetivaria, a sua certeza e o seu ego foi o que fez que tudo ocorresse daquele modo.

Enquanto isso Felipe soluçava, já havia parado de chorar e agora ouvia sua avó com atenção.

- Sua luta não é em batalhas contra milhares de monstros, sua luta é mental meu querido, mental. Eu estou aqui, seu teste já acabou, porém sua luta não. Ela realmente mexeu com você e somente você pode fazer essa situação alterar. Você me entende?

Ele a olha, seu olhar era de como de uma criança perdida, e fala:

- Mas... Aquilo foi demais, as vozes, a pressão, a terra, os monstros...

- Sim, mas você precisa lidar com isso, já descobriu que é um excelente guerreiro, seu passado não nega isso, porém precisa lidar com sua luta interna, com suas emoções e o mais importante, com suas ações, e precisa fazer isso aqui, e agora. Pense e reflita sua vida e seu comportamento. - Continua ela - Agora você faz parte de um grupo, e suas ações refletirão sobre todos, e o pior, terá consequências sobre o Globo. Você não é mais o príncipe rebelde que vivia sob as asas do pai, agora você terá apenas a sua equipe, que será do mesmo nível que você, logo vocês precisam se ajudar.

Felipe se mostra pensativo, olhando para sua avó, mal conseguia interpretar direito o que acabara de ouvir. Ela, por sua vez, retribui o garoto com um macio e aconchegante beijo em sua testa.

- Está na hora de continuarmos, o tempo não para, e não nos espera. Levante.

Em um estalar de dedos as roupas de Felipe estão perfeitas novamente e suas feridas já estão saradas, além de estar com seu corpo limpo.

- Essa conversa fica entre nós, ninguém precisa saber o que aconteceu.

Felipe consenti e os dois caminham de volta para o acampamento.

O Globo era repleto de florestas mágicas e maravilhosas, conduto, mesmo com suas diferenças, aqueles lugares sempre se resumiam a árvores, terra fértil e muito espaço. Nesta em questão a floresta de Bria, suas árvores dotavam de uma madeira de cor mais forte, um marrom azulado, e a copa das árvores levavam várias cores por conta das folhas.

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