O IRMÃO DA MINHA AMIGA (VOL. 1 - SÉRIE OS IRMÃOS)

7

Mariana e eu estávamos fazendo compras e passeando pelo Teresina Shopping na tarde de sábado. Paramos para fazer um lanche e descansar um pouco da andança. Minha amiga estava radiante com suas novas mechas no cabelo, feliz consigo mesma. Eu também estava radiante, mas com o coração e o corpo morrendo de saudade da cama do Danilo, que vínhamos dividindo há três noites seguidas.

— Fiquei sabendo que você está praticamente morando com o Dan. – começou Mariana, já rindo e me mostrando aquele olhar maldoso.

— Nada a ver, Mariana. Só dormimos juntos algumas noites.

— Você dorme lá quase toda noite. E há três dias não pisa na sua casa. Aposto que vai sair daqui direto para lá. Sua mãe está praticamente abandonada.

— Deixa de ser intrometida, amiga! – ri alto – Sobre a minha mãe, ela está amando que eu não saia da cama do Danilo. E falo sério!

— Dona Antônia é ótima! – ela riu – Ela e minha mãe estão daquele jeito, criando mais expectativas que todo mundo junto.

— Isso contribuía para afastar Danilo e eu no passado, mas agora não nos importamos muito. Na verdade, estamos muito satisfeitos com o nosso relacionamento e com o apoio que recebemos. As coisas aconteceram muito rápidas, mas nós já havíamos esperado tanto tempo, não é? Nem fazia sentido ficar enrolando.

— Então você está feliz?

— Eu estou mais do que feliz, Mariana! O Danilo é como um sonho se tornando realidade e eu nem tinha me dado conta de que tinha esse sonho até ele aparecer e virar o meu mundo de pernas para o ar. E o sexo... Meu Deus do céu! Só não entro em detalhes porque ele é seu irmão, mas saiba que a cama dele é o meu lugar favorito em todo o mundo.

Trocamos um olhar maldoso e caímos na gargalhada. Mariana então encarnou a irmã que tem repulsa à vida sexual do irmão implorando para que eu não desse detalhes.

— Eu fico muito feliz, Alice. Por você e pelo Dan. Eu amo vocês e depois de anos te tenho como minha cunhada! Diz para mim se não é o sonho de quase toda garota que tem um irmão que ele se relacione com a sua melhor amiga para que sejam cunhadas?!

— Vou te confessar que já fantasiava que você fosse minha cunhada na adolescência. Eu tinha uma paixonite pelo Danilo e sempre tive vergonha de assumir isso para você.

— O quê? – ela arregalou os olhos e cobriu a boca com as mãos – Pensei que nunca fosse assumir isso!

— Hã?

— Eu sempre soube dessa paixonite! Acha que iria conseguir esconder isso de mim? Somos amigas há muitos anos, Alice. Mesmo quando ele foi embora, eu sabia que tinha alguma coisa aí além da raiva pelo episódio da tinta.

— Acho que sempre fui louca pelo Danilo, mesmo quando ele era um babaca comigo. Mas agora não. Temos uma dinâmica muito boa. Sintonia, intimidade e respeito mútuos. E o sexo, Mariana, ah, minha nossa! Eu já te falei que ele é o melhor sexo da minha vida?

— Tá bem, já chega! Para de babar pensando no pênis do meu irmão.

— Tenho o direito de babar pensando, já que hoje eu não vou encontrar ele. Como você mesma disse mais cedo, minha mãe está abandonada. Vamos sair juntas para jantar. E pode ter certeza que ela vai querer saber todos os detalhes que não quero e nem vou contar!

Nós duas rimos e o resto da tarde continuou de forma descontraída. À noite, saí para jantar com a minha mãe, que implorou por detalhes. Quando voltei para casa, fui surpreendida por Danilo, que estava pronto para me sequestrar dizendo que não ia conseguir dormir sem mim e que o final de semana havia sido feito para os apaixonados ficarem abraçadinhos. Com um sorriso no rosto, minha mãe me disse para fazer uma mala e ligar quando quisesse visitá-la.

— Está me expulsando de casa, mãe? – ri um tanto surpresa.

— Não. Eu só acho que a sua saída definitiva não vai demorar a acontecer e já aceitei isso. Quero que você seja feliz, minha filha. E que me dê netos também.

— Também quero lhe dar netos, Dona Antônia! – disse Danilo com um sorriso estampado no rosto. Os dois se olharam com cumplicidade e eu me senti a pessoa mais feliz do mundo.