2x11 - Invasion

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Olarrr.

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Ella seguia pela floresta, correndo mas atenta ao que acontecia ao seu redor. Corria há algumas horas, com medo dos Inválidos encontrarem-na.

Não sou culpada pelo que houve, sua mente gritava e ela sabia que ter apontado a arma para os amigos não havia lhe ajudado. Mas era a única forma de fugir, eles não teriam acredito nela. Sua corrida, porém, foi interrompida quando ela ouviu galhos sendo quebrados. Passos, assimilou, escondendo-se rapidamente em uma mini caverna que havia ali perto.

— Ela não deve estar muito longe — ouviu uma voz masculina falar, mas não pertencia a ninguém dos Inválidos.

Os passos afastaram-se e ela esperou alguns minutos antes de sair, produzindo o menor som possível. Olhou em direção onde os passos pareciam ter seguido e preparou-se para correr, mas ao virar-se, só teve tempo de avistar a sombra de um homem e foi acertada por um soco, caindo insconciente.

— Bom dia — Sam desejou, dando um rápido selinho em Louis e fazendo-o estremecer. Sensação esta que só piorou quando Gideon Ledger, seu sogro, juntou-se aos dois e a esposa na mesa do café da manhã.

Louis mais uma vez o observou, vendo o quanto o homem e Sam tinha em comum; ambos com o rosto frio e indeferente - assim como a sogra, Elara. Toda a família Ledger era fria, mais ainda do que as outras que Louis conhecera após a cura. Alguns dias haviam se passado desde que descobrira a verdade e ele encontrara outros diários de Freddie Kent, que comprovavam cada vez o quão ele era manipulador e doentio, e que a Deliria não passava de uma loucura sua. Loucura essa que o Governo comprou, com a intenção de controlar a população.

— Seu bacon irá esfriar, Louis — A voz cortante de Sam lhe tirou de seus pensamentos e Louis sentiu a espinha gelar ao perceber que ele o flagrara olhando Gideon.

— É que eu... estou com um pouco de dor de cabeça — falou a primeira mentira que lhe veio a cabeça, forçando um sorriso.

— Paris — Sam chamou a empregada e continuou quando a mesma chegou: — Traga aspirinas para o sr. Louis, sim? — Paris assentiu, saindo em seguida novamente. Sam olhou novamente para Louis, que forçou um novo sorriso fingindo agradecer.

— Então, Samuel — a forma como Gideon falava o nome do filho, sem nenhuma emoção, como se fosse um soldado, deixava Louis fraco. —, como andam a proposta da Lei para queimarmos além das cercas?

Louis forçou os dedos em torno do garfo para não esboçar nenhuma reação. Gideon era um dos Conselheiros do Governo, então sabia exatamente como as coisas iam. Mas Louis percebeu que ele queria ver a imersão do filho naquele plano, ver se o garoto que moldara estava perfeito.

— Bem, pai — Sam sorriu, presunçoso. — Precisamos estudar toda a área para saber que nada ficará sobrando; acredito que no máximo em um mês ou dois começaremos. — finalizou, causando um novo arrepio em Louis. Paris voltou com as aspirinas e serviu a Louis, que sorriu agradecido, pegando o copo d'água.

— E você, Louis? — quase sentiu o comprimido engasgar na garganta quando Gideon dirigiu-se à ele. — Pensa em juntar-se ao meu filho? — perguntou sem tirar os olhos de Louis, que assentiu, fingindo engolir o comprimido.

— Eu quero ajudar. Iria até falar com o Sam depois sobre — Louis forçou-se a olhar o marido, pois era menos amedrontador do que o sogro. — Pensei nos saldos positivos que isso trará para a Sociedade, e concordo. — forçou a mentira, sentindo o gosto do bile. Nunca sentiria-se bem em machucar ninguém, ainda mais as pessoas que descobrira estarem certas. Lutando pelo direito de amar.

DELIRIA NERVOSA [• ziam] [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora