3x01 - Regroup

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Louis acordou ao sentir uma respiração contra seu pescoço.

— Bom dia — Sam sussurrou, a voz rouca de sono e os olhos azuis vidrados no garoto; sorrindo lentamente logo em seguida.

— Bom dia — Louis murmurou de volta, forçando um sorriso. Bastou apenas abrir os olhos para lembrar o porquê de toda a felicidade de Sam.

— Finalmente hoje começaremos nossa meta e acabaremos com esses doentes. — Sam sorriu, como se lesse os pensamentos de Louis, que sentiu o bile na garganta.

Queria gritar que não, que o doente era ele por querer tirar tantas vidas; mesmo sabendo que Sam não era realmente culpado por àqueles pensamentos. Cresceu ouvindo que aquela era a verdade, e a Cura havia fazido sua parte também.

— É tão bom ter você ao meu lado — Sam continuou, a voz calma enquanto passava os dedos pelo queixo e lábios de Louis. — Acho que enfim nos encontramos e isso é muito bom. Já estava até com medo. — revelou, sorrindo e olhando Louis novamente.

Louis sentiu uma dor interna. Era parecido com o Sam que ele conhecera no jantar, antes do casamento. O Sam que Louis acreditava poder ter uma nova chance de ser feliz após perder Brandon. Mas sabia que não era verdade. Porque Sam estava danificado pela Cura; nunca teria reais sentimentos por ele.

— Porque? — Louis perguntou, a voz contida e Sam continuou passando a mão delicadamente em seu queixo antes de responder.

— Pensei que havia recebido um noivo danificado. — a resposta de Sam foi tão baixa que se não tivesse tão perto, Louis não teria ouvido.

— O quê? — ele devolveu, xingando-se no mesmo segundo pelo tom de voz que colocara e o modo como afastara-se, levantando um pouco o corpo.

— Brincadeira. — Sam deu um novo sorriso, selando seus lábios. Mas era como todos os outros: um beijo frio, sem sentimentos e quase mecânico; quase um lembrete de que era isso que casais deviam fazer, uma tentativa de manter aparências. — Agora vamos, não podemos nos atrasar. — Samuel concluiu, levantando da cama e seguindo para o banheiro.

Mas Louis sabia que não era um convite para ir com ele. Nunca tomaram um único banho juntos, sequer. Aquela ação era sentimental demais para um mundo curado; banhos eram um simples ato de limpeza individual e nada mais. Mas àquilo não o magoava, muito pelo contrário. Louis respirou aliviado ao ficar sozinho no quarto. Quanto mais distante de Sam e de seu genro, melhor.

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— E agora, o que vamos fazer? — Toni questionou Adam, que bufou. — Podíamos nos unir ao Governo pra acabar com os Inválidos.

Ao voltarem para o esconderijo dos Saqueadores, presenciaram o massacre: de alguma forma, Chris estava morto e Kyle, Shawn e Zayn - e os outros prisioneiros - haviam fugido. Adam surtou e destruiu o resto do lugar, quebrando tudo que viu pela frente.

Toni sabia que ele era narcisista, mas nunca o vira naquele estado - e nem no que ficara ao reencontrar Walter. E não podia esquecer que ele a deixara para trás e ela poderia estar morta agora, se Ginny não houvesse desistido de atirar. Definitivamente, não poderia confiar cem por cento em Adam. Pelo menos não estava sozinha com ele, pensou, olhando Lucien.

— Acho que a Toni pode ter razão — ele falou para Adam. — Definitivamente, estamos em menor número e não vamos aguentar se os Inválidos quiserem se vingar. — ponderou e olhou para os outros Saqueadores agrupados um pouco distante. Pouco menos de vinte haviam sobrevivido.

— Não vamos recuar. Se unir com o Governo pode ser uma boa opção; nunca me identifiquei nas ameaças contra Thomas Foster. Mas precisamos pensar melhor... Mas se tem uma coisa que sei é que não vou recuar. Se Walter e o pessoal dele vierem, terão guerra. E se não vierem, iremos até eles novamente. — Adam sorriu como um lunático.

DELIRIA NERVOSA [• ziam] [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora