We work well together

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Acordo e noto que estamos enroscados um no outro, fico na cama aproveitando o momento e o espero acordar para levantar. Penso em como as coisas poderiam ser diferentes, fecho os olhos e nos imagino em um universo alternativo.

Um universo em que nós não casamos tão cedo, ou melhor, que não deixamos ninguém entrar no meio do nosso casamento. Que dormir com ele todas as noites fosse algo normal. Que acordar com nossas pernas enroscadas fosse algo normal. Que sentir seu toque e seus beijos por todo o meu corpo fosse normal.

Abro os olhos quando sinto as lágrimas se acumularem nos cantos, me aconchego para mais perto de Justin que continua dormindo. Deixo o choro fluir, liberando um pouco do que prendi nesses anos todos.

Eu ainda o amo inexplicavelmente.

A Norah jovem que se apaixonou por Justin ainda está aqui, suas mãos ainda suam quando ele está perto e o coração continua disparando ao ouvir seu nome. Mas agora eu estou tão machucada que tenho medo de soltar essa Norah, se eu deixar essa versão de mim que ainda o ama assumir o controle, vou me machucar de novo.

Justin também está machucado, eu o machuquei. Agora é muito mais fácil fingir que o amor morreu do que tentar consertar isso. Para concertar nós teríamos que remover as pedras que desmoronaram do nosso castelo, e isso significa mexer em coisas que já não doem mais tanto assim. Nós teríamos que cutucar nas feridas para poder cura-las. É mais fácil desistir. Nós já desistimos.

Talvez ele encontre outro amor quando o contrato acabar, talvez se case de novo. Não sou boba a ponto de pensar que só existe uma única pessoa perfeita para nós nessa vida. Podemos nos encontrar em outras pessoas, o problema é que nós queremos só uma.

Respiro fundo e mordo o lábio, controlando as lágrimas. Justin se meche e se espreguiça ao meu lado. Me afasto dele e viro para o lado contrário, não quero que ele veja meu rosto molhado.

- Bom dia. - Ele diz.

- Bom dia. - Respondo baixinho.

Fecho os olhos com força quando sinto ele se aproximando de mim, Justin apoia a cabeça em meu braço e espia meu rosto.

- Você está chorando, Nori? - Dou um sorrisinho com o apelido, só os irmãos dele que me chamam assim.

- Tive um pesadelo. - Minto.

- Ah. Você quer me contar? - Faço que não balançando a cabeça.

- Tudo bem. - Ele se afasta e levanta da cama - Vamos para a praia, o dia está lindo lá fora.

- Pode ir, vou ficar mais um pouquinho aqui.

- Você que sabe. - Justin diz.

Minutos depois ouço a porta do quarto fechar.

Rolo na cama e me enrosco nos lençóis, pego um travesseiro e coloco em cima da minha cabeça; chorar tira as minhas forças, então fico ali em silencio até me sentir bem para encarar a realidade.

Tomo café da manhã e vou para a praia encontrar todo mundo, o lugar aqui é realmente muito lindo. Pulamos no mar, fizemos castelo de areia e brincamos. Ao final do dia quando voltamos para o Iate, vejo que Justin está na parte de cima assistindo o sol se por. Encosto-me ao lado dele, mas Justin não faz menção da minha presença e eu apenas fico o admirando. Eu amo o seu perfil, acho que já falei isso, não é? Pego o celular e tiro uma foto, o baralho da captura faz com que ele olhe para mim.

- O que você está fazendo? - Justin pergunta.

- Tirando fotos suas. - Digo e tiro mais uma, dessa vez dele olhando sem entender para a câmera do celular.

After YesOnde histórias criam vida. Descubra agora