Epílogo

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O observo pelas laterais do palco enquanto ele canta a última música do show de hoje, pelo menos depois de tantos coisas ruins Justin conseguiu transformar aqueles momentos em músicas muito boas.

Apenas com um violão, sentado no meio do palco, ele canta de olhos fechados e parece sentir tanto cada palavra que sai de sua boca, que é impossível conseguir conter as lágrimas. Talvez por que a música descreve muito bem alguns momentos que nós dois passamos nos últimos anos, e ouvi-la me faz ficar agradecida por termos conseguido sair daquela situação.

Eu experimentei sensações que nunca achei que eram possíveis ao lado dele, nós dois fomos ao limite e perdemos todas as peças antes de achar o caminho de volta para nossa casa. Mas nós achamos.

Nós estávamos conectados e tínhamos duas opções: transformar essa conexão em algo tóxico e corrosivo para os dois ou tentar viver nossa relação de forma saudável, fazendo escolhas que priorizam nossa saúde mental e física, em vez de apenas dinheiro e trabalhos. Então nós procuramos ajuda e achamos um jeito de virar o jogo ao nosso favor.

Nos últimos meses Justin tem me ensinado que o amanhã não nos pertence e tentar planejar demais o futuro pode ser destrutivo. Aprendemos a viver um dia de cada vez, aproveitar cada momento da forma mais verdadeira possível. E agora eu te digo, o mundo tem muito mais sentido.

Depois do show acabar, decidimos sair e então pedimos para nos levarem para algum lugar bom da cidade. O carro estaciona na porta de trás de uma boate, Justin segura em minha mão antes de descermos do carro. Muita coisa mudou em nossas vidas, mas isso não quer dizer mudamos nossos gostos. Sair para festas e baladas sempre foi uma coisa que Justin gostou, a diferença agora é que fazemos isso juntos.

Tentamos nos manter discretos, mas em poucos minutos somos reconhecidos, na verdade agora isso já não faz mais tanta diferença. Ser reconhecido ou não, tanto faz.

O DJ reconhece Justin e o chama para o palco, eles animam o público juntos por um tempo. Quando Justin em meio a empolgação tira a camisa, de repente sinto-me elétrica. Minhas bochechas queimam, na verdade, sinto todo o meu corpo queimar de desejo. Espero até que ele me olhe, e quando isso acontece abaixo um pouco o decote do meu vestido, revelando a lingerie que ele me deu de presente antes de sairmos de casa.

Aos poucos Justin começa a se desvencilhar das pessoas ao seu redor, e desce do palco vindo em minha direção. O pego pela mão e seguimos para o banheiro, ele me empurra contra a parede assim que a porta se fecha.

- Parece que você gostou do presente, Norah. - Ele diz, sua boca a centímetros da minha.

- Você acha que ficou bom? - Pergunto o empurrando, e com as mãos na cintura dou uma voltinha.

- Acho que você tem que trazer sua boca para mim agora, Norah. Ou eu vou ter que ir aí pega-la.

Sorrio e me aproximo lentamente, olhando bem seus olhos. Entrelaço meus dedos em seus cabelos, o puxando para um beijo. Suas mãos apertam minha cintura e me prendem mais junto ao seu corpo. A batida abafada de Rockstar do Post Malone me deixa ainda mais animada.

- Estava com saudades disso. - Sussurro quando nos afastamos.

- Eu também. A coisa mais estupida que fiz foi achar que realmente conseguiria viver longe de você. Não posso. Não consigo. - Ele suspira e o ar chicoteia minha pele - Preciso do seu toque, do seu corpo - ele passa a mão pelo contorno dos meus lábios - da sua boca, dos seus olhares. Eu preciso de você inteira.

Com um impulso subo em seu colo e ele me leva até a bancada. Sorrio. Acho que nós temos uma coisa com bancadas.

- Eu estou perdendo a noção, Norah. E eu espero não a encontrar nunca mais. - Ele me encara com os olhos de um predador, e eu sou a sua presa. Totalmente ciente do perigo e louca para me entregar a ele, sem nenhuma restrição.

Eu sou dele, e ele é meu. Se nós tivéssemos um milhão de dólares, ou só dez centavos não faria diferença, no fim, é ele e eu. Nós ainda sentimos dor em alguns dias, nós ainda sofremos, mas essas merdas fazem parte da vida e você precisa aprender a lidar com elas para sobreviver.

After YesOnde histórias criam vida. Descubra agora