Você não escapa de mim

757 54 11
                                    

- Naruto, eu não te entendo. Você me leva para uma sorveteria e não compra sorvete pra você. – Sakura caminhava ao lado do loiro indo para casa.

- Err... Sou alérgico. – Coçou a nuca envergonhado.

A nuvem que cobria o local onde estavam se dissipou dando lugar ao radiante sol. O Uzumaki imediatamente se cobriu com o capuz do casaco.

- O tempo que estou com você percebi que não gosta de sol. Né?

- Hm, tenho tendência a ter câncer de pele, hehe. – Soltou mais uma desculpa para que a rosada não desconfiasse de nada.

- Sério?! Deve ser horrível! Nunca foi à praia? – Sakura espantou-se com a resposta. – Você usa protetor solar?

- Nunca fui. E sim, uso protetor solar.

- Então você vai à praia comigo, de noite! É uma promessa. Um dia nós vamos. – Ela disse da forma mais verdadeira.

Naruto soltou um sorriso fraco. Talvez não desse para ela cumprir essa promessa.

[...]

Naruto chegou tranquilo em casa e se jogou no sofá. Começou a pensar no que faria dali para frente. O selo estava mais fraco do que o normal. Deveria ver Orochimaru e pedir para ele poder fechá-lo novamente. Só que ele sabia que Orochimaru sempre estava envolvido em assuntos estranhos, afinal ele era um representante dos vampiros. Antigamente, fazia parte de uma organização de vampiros que almejavam a paz entre todos da sua espécie, chamada Akatsuki. Existe muitas gangues de vampiros e sempre há brigas e as vezes guerras. A Akatsuki cuidava disso, mas depois do massacre do clã Uchiha, se desmembrou. Naruto sabia também que se ousasse entrar no território dos vampiros, talvez não sairia mais. Ele é alvo por todo canto. O portador de um demônio. E se fosse até o covil do Orochimaru... Na terra tomada por vampiros e seres de outras espécies, nunca mais poderia ver Sakura. E sua vida seria um inferno sem poder vê-la.

O que acabou com sua linha de pensamento foi a ânsia de vômito que sentiu. Correu pro banheiro e na privada colocou o sangue da sua última vítima para fora. Sua barriga doía mais do que se fosse perfurado. Ele deu um grito de dor e levantou a camisa. As marcas pretas iam desaparecendo aos poucos, isso significava que o selo estava acabando. Seus olhos ficaram vermelhos, dentes pontudos e unhas afiadas. Quando ele ficava desse estado, é que tinha se preparado para matar. Sem nenhum pingo de controle, saiu de casa às pressas. Estava com fome.

[...]

Era noite, Sakura saía do estúdio de ballet. Tinha sido o aniversário de Tsunade. Caminhava alegremente rodopiando e pulando pela calçada. Estava tudo bem deserto. Naquele momento as pessoas da cidade estavam com suas famílias jantando. Sakura resolveu pegar o celular para entreter até chegar em casa. Verificou as redes sociais, sem querer clicou no mapa em vez do Facebook. Mas algo lhe prendeu àquele aplicativo. Um pontinho piscando na tela. Ela tinha um app que podia saber a localização do celular de quem tivesse o número. Mas ela só tinha ativado esse programa para o celular de Ino e de Naruto. Na primeira esquerda, em um beco. Tinha uma sinalização. A Haruno parou de andar, trêmula. Pensou várias coisas naquele momento. Podiam ter roubado o celular de um dos dois, ou um deles estava ali, ou teriam perdido naquele lugar. Claro, tinha várias outras possibilidades. Um pouco de coragem surgiu dentro de si. Iria passar pelo beco e olhar para dentro discretamente. Quando chegou perto, Engoliu a seco a vontade de sair correndo e olhou para aquela Escuridão assustadora.

Parou em frente ao beco, levou a mão à boca. E em segundos lágrimas de medo caiam sobre suas bochechas. Ela queria que fosse só coisa de sua cabeça. Mas não era. Era real. Ela viu a pessoa que ama matando outra friamente.

The light of my obscure lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora