7 Zaratras

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Estava sentado em minha varanda apreciando o finalzinho de tarde, quando recebi uma mensagem de meu filho. Estranhei de imediato, Bartra odiava ter que mandar mensagens, então para ele apelar a isso, não poderia falar no momento, mas precisava comunicar algo. Peguei o celular e abri a mensagem.

“Pai, preciso de ajuda!” assimilei as palavras devagar, com cuidado para saber como agir.

“O que houve?” mandei de volta e aguardei sua resposta, que veio em seguida.

“Sebastian está vivo e está de volta!” inspirei profundamente e soltei o ar pesado de meus pulmões.

Como aquele maldito ainda estava vivo? Tivemos certeza que enterrar seu corpo numa cova funda! Será que alguém o tinha salvo? Tinham descoberto o local da desova? A ideia era tão absurda que chegava a ser irreal, aquela propriedade era nossa, ninguém entraria ali sem permissão; então como diabos aquele maldito sobreviveu?

“Ele ligou! E já começou a agir...” sua mensagem chegou tirando-me de meus devaneios.

“O que ele fez?” mandei e sua resposta demorou um pouco. Ele não podia falar mesmo, e então chegou.

“Engravidou Charlie!” aquela revelação pegou-me de surpresa.

“Providenciarei escolta para vocês, dobrarei a guarda na mansão e alertarei os amigos! Quando pisarem em solo americano, serão intocáveis!” mandei tentando tranquiliza-lo.

Então algo deixou-me em alerta, tanto que liguei para ele imediatamente.

_pai... – falou soando estranho.

_você precisa apenas manter-se no controle Bartra! – falei firme, repetindo as palavras que disse ao mesmo por anos seguidos – Charlie não é ele, e não merece ser tratada como tal!

_eu sei! – respondeu curto, mas eu o conhecia bem o suficiente para sentir a fera acordada.

_estou falando sério, Bartra! – aumentei o tom de voz – irei tirá-la de você se for preciso!

_eu sei... – murmurou quase inaudívelmente.

_vamos resolver essa merda juntos! – afirmei – preciso que volte o mais rápido possível, não quero ter que pedir nenhum favor ao seu tio Axl, aquele maldito cobra muito caro por favores, mas em solo russo, é nosso único recurso! – resmunguei a contragosto.

_estou partindo ao amanhecer! – falou e ouvi um murmuro – é meu pai, pequena! – comentou com sua menina – ele se esqueceu do fuso e ligou para saber como foram as negociações, você sabe... A raposa velha sempre gosta de manter um olho nos negócios! – ela sorriu e mandou um beijo para mim – você ouviu!

_sim! Mande outro a pequena menina! – declarei por fim e desliguei o celular. Levantando-me para tomar as devidas providencias – Vicktore! – o chamei pelo interfone que ficava na entrada – preciso de você, meu amigo!

Fui para o escritório, organizando mentalmente tudo o que precisava ser feito, quando ouvi nitidamente aquele grito.

Tinha descoberto tudo o que vinha acontecendo com meu filho, depois de muitas desculpas esfarrapadas dadas por seu AP comecei a desconfiar, e descobri que o mesmo estava mantendo meu filho cativo em sua casa. Aquele homem era doente. Junto com Vicktore, fui¬ até a mansão de Bartra, porém nos separamos e ele acabou me nocauteando, com uma pancada na cabeça, usando um taco de baseball. Quando voltei a mim estava preso em uma cadeira, amordaçado no escritório, felizmente Vicktore me encontrou e me libertou, e então começamos a ouvir uma gritaria.
_SIM!!! – a voz gritava de algum lugar da mansão e começamos a percorrer todos os cômodos, estávamos no segundo andar, mas os gritos não vinham dali.
Descemos as escadas correndo, e os encontramos na sala, Bartra com o atiçador de sua lareira, surrando Sebastian que gritava insanamente pedindo por mais, ambos completamente fora de si. Algo que não sairia da minha cabeça tão cedo.

_SIM, SIM, ME BATE! ME BATE DANNA!!! – berrava sorrindo enquanto chorava e gritada de dor. Bartra urrava como um animal enfurecido, em certo momento o atiçador quebrou-se em sua mão tamanha era a força empregada nele.

_EU FUI UM MENINO MAL, DANNA, ME BATE!!! – meu filho o puxou e passou a soca-lo com todas suas forças, quebrando-lhe cada vez mais. Vicktore e eu corremos, e tentamos parar aquele gigante, Bartra era do meu tamanho, porém possuía o dobro do meu vigor e força, e passou a debater-se.

Pertence a Mim - Duologia Possessivos - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora