3 Charlie

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Desde o acidente nas escadas, Bartra tornou-se ainda mais possessivo do que já era. Praticamente me mudei para sua casa, dormíamos em quartos separados, mas ele era uma presença constante. Controlava toda minha vida, e quase não me deixa voltar ao trabalho, foi com muito esforço e uma pitada de rebeldia, que consegui voltar a Casttle.

_ainda acho desnecessário... – resmungou quando seu motorista parou na frente da empresa.

_ora não me irrite ainda mais! – rebati – vamos voltar ao trabalho normalmente! – ele resmungou alguma coisa enquanto saíamos – a propósito, você cancelou a viagem para a Rússia? Dimitri não vai gostar disso, e precisamos desse acordo!

_não cancelei! – respondeu emburrado.

_quando partimos?

_eu vou, você não! – resmungou e eu resolvi para provoca-lo – irei ao anoitecer!

_ótimo! Assim tenho uma folga de você e seu controle! – ele cerrou os olhos me encarou – posso ir para casa e me afogar de sorvete e outras guloseimas! Talvez vá sair com algumas amigas...

_não! Você vai ficar em casa descansando! – falou contendo sua irritação.

_sim! Vou pro meu apartamento, depois eu resolvo o resto... – ele interrompeu-me, quando entramos no elevador.

_não! Você vai ficar na minha casa! – eu o cortei.

_claro que não! Vou para minha casa! Você vai estar viajando, não vai poder me controlar de qualquer jeito! – dei de ombros e ele rosnou como um animal irritado, pegando o celular do bolso e fazendo uma ligação.

_providencie a passagem a senhorita Bertolazzi, ela irá me acompanhar! – bradou para alguém no outro lado da linha, o elevador parou e duas pessoas entraram, e imediatamente ficaram tensas ao ver o CEO ali – apenas um quarto para a reserva, vou ficar de olho nessa garota rebelde! – desligou e enfiou o celular no paletó – nem ferrando você vai ficar longe das minhas vistas!

_ogro! – rebati.

_você sabe que eu posso te prender na mansão, não sabe? – ameaçou-me – dou a ordem para que não a deixem sair!

_com você longe, seu ogro idiota, não há nada que me impeça de fazer nada! – rebati o desafiando – e eu não vou!

_você vai e já está decidido! – falou por fim, espumando como um cachorro raivoso.

Quando saímos do elevador, eu tropecei e quase cai, mas ele me segurou com firmeza e não soltou mais. Nos últimos dias as coisas funcionavam desse jeito, discutíamos por trivialidades, ele espumava de raiva, mas não saia de perto. Os enjoou e tonturas tinham se tornados mais frequentes, e era normal no início da gravidez, e ele tinha mudado minha dieta de acordo com as instruções da ginecologista. Bartra funcionava como um relógio ambulante, acordava-me para tomar o desjejum as 06:40 em ponto, dava-me as vitaminas que a medica me receitou as 70:10 em ponto, as 09:00 levava-me para fazer outra refeição matinal, as 12:00 saiamos para almoçar... E assim durante todo o dia. Ele não perdia e não me deixava perder nenhuma refeição.
Para somar a tudo isso, Bartra dava demonstrações de carinho e afeto, deixando-me ainda mais a mercê de suas vontades, um beijo na testa de boa noite, um ou outro selinho roubado no meio de nossas discussões. Eu começava a sentir coisas, e culpava veemente os hormônios da gravidez, mas no fundo sabia que era outra coisa, só não iria admitir tão cedo.
O dia correu normalmente, com o trabalho exigindo todo o tempo, e a noite saímos mais cedo, para que eu pudesse arrumar minhas malas. Ele deixou-me em casa, e meia hora depois voltou para me buscar; iriamos jantar no aeroporto antes de partirmos.
Quando pegamos o avião, acabei adormecendo, vencida pelo cansaço, acordei somente horas depois quando senti as mãos de Bartra, retornando minha poltrona a posição inicial.

_já vamos pousar! – explicou com a voz rouca, fazendo-me estremecer.

Ainda era de madrugada, e aquele fuso horário estava tentando me matar, era a única explicação. Depois de sairmos do aeroporto, seguimos num carro particular para o hotel em que ficaríamos hospedados; só então lembrei: ficaríamos no mesmo quarto. Tentei me acalmar imaginando que teria duas camas no quarto, era normal para esse tipo de reserva... Doce e ingênuo engano! Chegamos no hotel, e após pegar a chave na recepção, subimos para o quarto, que só tinha uma enorme cama king size. Bartra colocou nossas malas num canto e suspirou, tivera um dia tão ou mais cansativo que o meu, e não sabia se ele tinha dormido no avião, devia estar tão cansado quanto eu.

_vamos dormir, por favor! – pedi derrotada pegando minha mala e abrindo-a, em busca de meu baby doll – amanhã discuto com você... – eu o escutei rindo.

_estou de pleno acordo! – ele imitou meu gesto, pegando sua tão habitual calça de moletom, possuía uma coleção delas.

Fui para o banheiro tomei um banho rápido e me troquei, já vestindo meu baby doll branco, de seda. Voltei ao quarto, mas não sem antes trombar com aquela muralha de músculos. Ele usava apenas a calça social com a qual viajara, estava sem camisa, descalço e muito próximo; O encarei sem fôlego, e ofegando por conta da nossa proximidade, Bartra era tão pecaminoso, e estava ainda mais irresistível desde que começou a deixar a barba crescer. Senti seus braços me rodeando sem qualquer pressa, puxando-me contra seu corpo, fazendo-me ficar na ponta dos pés.

_minha pequena... – falou contra meus lábios antes de me beijar.

Passei meu braços por sua nuca, puxando-o ainda mais para mim, eu queria aquele beijo a tempo demais para afastá-lo agora. Pela nossa diferença de tamanho discrepante, ele colocou-me em seu colo, e eu aproveitei para enlaçar sua cintura com minhas pernas. Seu beijo era duro e exigente, sua língua explorava cada cantinho da minha boca avidamente, quando nos separamos em busca de ar, sua boca desceu para meu pescoço, mordiscando, lambendo, chupando, fazendo-me soltar pequenos gemidos. Senti suas mãos apertando-me deliciosamente, pouco antes da gravidade mudar, e eu me ver deitada sobre a enorme cama.

_se quiser que eu pare... A hora é agora! – falou fitando-me com os olhos repletos de desejo.

_tarde demais para parar! – murmurei sentindo meu corpo inflamar de desejo – Bartra... – ele gemeu passando a mão por minhas pernas, subindo pela cintura, pela lateral do meu corpo. Com um puxão ele rasgou em duas minha baby doll, fazendo-me dar um gritinho.

_minha... – sussurrou em meu ouvindo, enquanto distribuía pequenos chupões por meu colo nu – meu... – tornou a repetir quando seus chupões passaram por meu ventre e seguiram até a beira da pequenina calcinha, a qual tirou bem lentamente, me causando inúmeros arrepios pela expectativa – calma, minha pequena... – sorriu malicioso enquanto se sentava e me puxava para seu colo – vou aproveitar cada segundinho deste momento...

Ele começou a sugar delicadamente meus seios, que já estavam começando a crescer ainda mais, por conta da gravidez, enquanto me apertava nos pontos certos, empurrando-me contra sua ereção ainda presa. Senti uma de suas mãos descendo lentamente até minha intimidade, tocando sutilmente meu clitóris, me fazendo arfar. Parecia que estava me torturando propositalmente, mas aquilo estava tão bom, que eu não ligava. Bartra bem lentamente penetrou-me com dois dedos, e eu gemi chorosa.

_calma... – repetiu mordendo o nódulo de minha orelha – não precisamos ter pressa... – falou enfiando mais fundo seus dedos, enquanto acrescentava mais um. Rebolei contra sua mão – ah, pequena... – grunhiu mordendo meu pescoço.

Perdi a noção do tempo, quando eu começava a pegar um ritmo, Bartra retirava seus dedos, e os colocava em seguida, o maldito estava ditando o ritmo daquela tortura, e os meus hormônios estavam todos a flor da pele.

_Bartra... – choraminguei quando ele tirou novamente seus dedos, mas dessa vez ele colocou-me na cama e se livrou do que ainda o mantinha preso. Ele riu maldoso e convencido, ao ver minha expressão diante do seu tamanho... E que tamanho. Sentou-se na cama novamente, e puxou-me para seu colo, beijando-me tranquilamente, saboreando aquele momento, guiando meu corpo, ele se encaixou em minha entrada, e lentamente me penetrou. Arfei ao senti-lo, enquanto ele grunhiu como um animal, completamente fora de si.

_rebola pra mim, pequena... – não sei se ele pediu, ou ordenou, mas ainda sim, comecei a rebolar gemendo ao sentir minhas entranhas revirarem de tesão.

Ele era tão grande, que eu não conseguia me mexer sozinha, Bartra segurava meu bumbum com firmeza, fazendo-me subir e descer, subir e descer. Cravei minhas unhas em seus ombros, deixando minha cabeça pender para trás. Naquele ritmo, nossos gemidos ainda eram abafados, mas conforme íamos aumentando, os gemidos transformaram-se em gritos. Senti meu corpo ter leves espasmos, e começar a se contrair, apertando seu membro contra mim, levando-nos a beira da insanidade. Num movimento rápido, ele me jogou na cama, e tomou de vez o controle da situação, investindo rápido, duro, forte e constante. Mal consegui dizer algo coerente, quando atingi meu orgasmo, Bartra investiu apenas mais uma vez, me fazendo delirar, e o levando a atingir o próprio orgasmo.
Ao contrário de mim, que fiquei completamente fraca após gozar, Bartra apertou-me contra si com força, enquanto urrava de prazer. Nossas respirações ofegavam, quando ele gentilmente escorreu para fora de mim e puxou-me para o seu colo.

_você está bem? – perguntou afagando minhas costas.

_sim... – respondi sorrindo, aquilo tinha sido uma loucura, e eu tinha adorado. Só então notei ele tenso – o que foi?

_não é nada... – falou e tornou a me beijar.

_Bartra... – segurei seu rosto com as mãos – o que foi? Se vamos entrar nessa relação maluca, o mínimo que podemos ter é uma relação sem segredos!

_fiquei com medo de machucar você! – suspirou parecendo derrotado – você sabe... – acariciou minha barriga me fazendo rir – tentei pegar leve com você...

_leve é? – imaginei o que ele teria em mente, mas só me veio aquele livro “50 Tons de Cinza” – hum, Bartra Grey... – murmurei sorrindo.

_não me diga que você também gosta desse tal Grey! – revirou os olhos e eu gargalhei.

_o que? Você vai dizer que deseja me amarrar, e me dar uma surra de chicote de montaria enquanto me fode... – comentei sorrindo, mas ele se tornou uma estátua ao meu lado. Sentei-me completamente surpresa – brinco comigo! – exclamei, e ele desviou o olhar – sério? – ele não respondeu, apenas sentou-se parecendo um pouco constrangido – Bartra! – falei.

_é apenas algo complicado... – comentou dando de ombros.

_você me bateria? – perguntei curiosa.

_não é assim... – resmungo – tem que ter consentimento... É pra ser prazeroso...

_me mostra! – ele me olhou como se eu fosse uma retardada.

_claro que não! – rebateu – não vou bater em você! Charlie, você esta gravida...

_você acabou de dizer que é pra sentir prazer, e não dor! – falei, sentando-me em seu colo novamente, sentido seu amigo “acordar” – eu estou dando meu consentimento a você!

_não sabe o que esta falando... – eu fiz uma carinha pidona, e ele suspirou – não tenho nada para brincarmos desse jeito, portanto, desista! – declarou, mas eu vi quando seus olhos recariam brevemente sobre seu sinto.

_ta bom... Se você não quer... – sai de seu colo, ficando de pé na sua frente – vou arrumar quem queira! Afinal, nesse acordo, não há nenhuma parte que exija exclusividade mesmo!

_não me provoque... – ameaçou e eu dei de ombros.

_depois de conto a experiência, Dannaford! – pisquei e me virei para caminhar rumo ao banheiro, mas ele me jogou na cama.

_lembre-se que você quem pediu... – declarou e pegou o cinto do chão, fiquei completamente molhada ao vê-lo tão selvagem daquele jeito.

Pertence a Mim - Duologia Possessivos - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora