Organização Secreta De Glasgow: LDC Parte 2

Capítulo 3 - Prisão

Depois do almoço, decidi ir ver a herança física que meu pai me deixou. Os diários e a carta. Sentei-me na cadeira no canto mais claro do quarto, onde havia uma parede inteira de vidro. Peguei o envelope da carta. A abri.

"Peter,

  Se você está lendo isso, sei que morri, então lhe deixo meu dinheiro, duas casas e meu posto na OSG. A essa altura você já deve ter pego o dinheiro, espero que Scott cuide de você, já que não estou mais aqui. Agora você deve estar se perguntando por quê eu não fiquei com você, por quê eu não cuidei e te vi crescer, te ensinei a jogar Golf... coisas que pais fazem...

Eu trabalho na OSG, não é seguro, sua mãe queria que você tivesse uma infância normal, que fosse a escolas normais. Então tive que ir. Tive que deixar meu Peter sozinho, para que tivesse uma vida normal, sem correr perigos. Mas então, aquele acidente de carro ocorreu. Dois anos atrás lembra? Você estava em seu Camaro quando um outro carro te fez perder a direção e você bateu. Era a CIA, eles descobriram que você é meu filho e me ameaçaram. Se estou morto a culpa é deles.
Aqui tem tudo o que eu sabia até a minha morte. Não deixe que caia nas mãos deles. Se não, o mundo inteiro estará perdido.

Atenciosamente,
Seu Pai.

P.S.: Não deixe Scott abusar da hospitalidade, ele é meio folgado.

P.S.2.: Não leia os Diários. Aí não adianta eu tentar te proteger, a CIA tem um dispositivo que acessa as memórias, e no final eles te matam.

P.S.3.:Nunca diga "A Palavra" ela ativa um dispositivo localizado em todo mundo, Não tive tempo de descobrir o que ela causa, só de precaução não vou deixa-la neste aviso/carta/despedida.

P.s.4.: A Organização Resiste!

Ah mas que desculpa meia boca... E eu não posso ler os diários?! VOU descobrir que droga de palavra é essa. Como meu pai sabia do acidente e como ele sabia que foi a dois anos atrás?

* * *

Toc...Toc...Toc...

Quando percebi já estava acordando com as batidas na porta. Levantei da cama e fui ver a hora. 7:45.

- O quê você quer Scott?!- gritei ainda entorpecido por ter acordado "cedo".

- Bom dia Bela Adormecida!- Disse Scott do outro lado da porta. - Temos coisas para resolver.

- Tão cedo?! - perguntei pegando minha calça de cima da poltrona.

- Eu ia te acordar às cinco florzinha.- respondeu irônico.- Vai me deixar entrar? Ou terei que arrombar?

- Tá. - disse abrindo a porta. Seu cabelo castanho e seu rosto estavam todos sujos de graxa, suas calças estavam dobradas até o joelho. Sua camisa toda desabotoada. Sua mão direita estava enfaixada com uma pequena marca vermelha.- Foi para a Guerra hoje de manhã? - perguntei abotoando minha camisa.

- Não, estava consertando o carro. Ele tem que ficar inteiro e não cheio de buracos de bala calibre 3.8 - Disse ele - Ficaria meio óbvio que nós estávamos na confusão, e eu ainda tive que me livrar da placa...

- Tá né...- respondi vestindo o paletó e a gravata.

- Para quê a gra...

Ele foi interrompido por uma voz na sala.

- Quem...- tentei dizer, fui impedido por Scott.

-Shiiiiu...- disse ele fazendo o gesto de silêncio. Vi ele pegar uma pistola nas costas.- Fique aqui! - disse sussurrando.

- Tem alguém ai? - Perguntou a voz - Sou o Oficial Philip! Somos da Polícia!

- Somos? Como assim? Tem mais de um? - sussurrei, Scott me olhou em desaprovação

Scott desceu as escadas lentamente, ele puxou a trava da arma, estava pronto para atirar nos caras.

- Não! - Gritei. Scott olhou para mim.

- Porra Peter! São Políciais!- gritou Scott furioso.

- Scott Tyler e Peter Smith. Vocês estão presos por assassinato, desordem, vandalismo, dirigir em alta velocidade e porte ilegal de armas de alto calibre.- Disse o Oficial Philip.- Jones, Algemas.

Jones nos algemou e nos levou ao carro da Polícia.

- Sei que você está formulando um plano de fuga - eu disse, sendo empurrado - Então pode parando.

- Quê?! Você quer mesmo mofar na cadeia? Cê quer morrer?!- Perguntou irônico e furioso, eu olhei para ele com a minha pior cara- Mas que porra Peter! Maldito seja Daniel que me obrigou a prometer!

Os policiais nos levaram para a delegacia.

Após o Oficial nos levar para a delegacia, ele tirou nossas fotos de frente e perfil. E nos jogou no presídio.

Passar por aquilo com certeza foi uma experiência traumatizante. Um homem repleto de cicatrizes e tatuagens nos deu as roupas do presídio, ele nos levou a um lugar onde aparentemente era o lavatório.

- Tirem essas roupas. - gritou o homem das cicatrizes - E rápido!

- Tem que ser na frente dele? - perguntei, sem jeito.

- Que foi? Tem algum problema?- Gritou o homem segurando um cassetete.

- Nn..Não.- Eu respondi e comecei a tirar a roupa. Quando dei uma rápida olhadela pro lado... Scott já estava como veio ao mundo...

- Curtindo a vista, Peter? - ele zombou, coçando a barba.

Fiz de tudo para não olhar mais  para o lado. Já basta de traumas por hoje.

O homem nos jogou uma mangueirada fria e mandou nos secarmos depois.

  Um outro homem nos levou para a cela. Ao passarmos nos corredores os outros presidiários me xingavam, outros me olhavam com pena. Outro disse que eu não duraria um dia. Para mim estava sendo um Purgatório.

Para Scott por outro lado estava sendo um reencontro de amigos. Todos falavam com ele e faziam "bate aqui"... coisas assim. Nossa cela era no final do corredor. O Homem me jogou na da direita e jogou o Scott na da esquerda. Fui para as grades e chamei:

- Ou! Ei! Fulano! - O cara olhou para mim- Por que me pôs em cela separada?

- Porque eu quis! - respondeu rude e se afastou com uma risada.

  Me virei e vi que eu estava dividindo cela com uns caras "Barra Pesada". Um deles se aproximou, era asiático, o cabelo negro raspado nas laterais e tinha uma barbixa preenchendo o queixo.

- Olha só!... Esse tem cara de inocente pessoal! - Disse ele se referindo aos amigos atrás dele: um negro tatuado; um brasileiro ruivo e de cavanhaque; e um anão marrento. Ele percebeu que estava olhando.- O negão ai é o Chris, o do cavanhaque é o Rafael, o anão é o Roger.

- Por favor, eu...eu não quero confusão... não me machuquem... - tentei dizer. Na cela do lado, Scott gargalhava deitado na cama.

- "Por favor não me machuquem!" - repetiu o asiático em falsete - Ô fracote, vou te enfiar a porrada que sê nem vai ver da onde saiu!

Do outro lado Scott gritou:

- Kai! Toque no garoto e você está morto.

- Vai fazer o quê?!- Gritou Kai mostrando as adagas que tinha.

- Te matar! Seu Desgraçado!- Gritou Scott se levantando da cama e caminhando até às grades.

- Duvido! - disse Kai. Na hora que ele terminou a palavra, uma faca lhe acertou na perna. Ele se contorceu de dor.

- Esse é o recado. Quem mecher no Garoto Vai acordar no cemitério! - Gritou Scott.- E você e sua trupe de palhaços tratem bem o Peter. Se não já sabem.

- De boa, Scott... - responderam em uníssono.

Me deram a cama de cima, o melhor jantar, ganhei até um violão, mas não sei tocar...

Eu devo uma a Scott... É bom ele esquecer dessa...