A safada da minha professora | Concluída

24

Estava deitada no pequeno sofá que tinha no quarto de Kauê, já estava tarde, era quase noite. Ele havia passado pomada nos arranhões, e sei que talvez sejam só arranhões, mas foram fundos, mas nada se compara a dor que sinto por dentro.
Kauê tinha ido na cozinha buscar algo para comermos, ele abre a porta trazendo dois copos com salada de fruta. Me entrega um e deita em sua cama.

Nós tínhamos passado horas conversando sobre a merda que eu fiz na minha vida, ele disse pra que eu ficasse longe dela, mas isso era tudo que eu menos queria, mas iria tentar.

Quando finalmente chegou a noite, eu pretendia ficar naquele sofá até o próximo dia, não tinha ânimo pra nada. Já Kauê estava se arrumando, não sei pra onde ele iria, até que o mesmo vem até o sofá onde eu estava e puxa meus braços me fazendo levantar; acho que todo mundo ultimamente tem me puxado.

-Vamos isadora, vamos sair como fazíamos antes! (ele fala animado, mas óbvio que eu não iria)

-Isso é uma piada? (volto a deitar)

-Você não pode ficar ai igual uma morta, eu sei que você está assim por causa daquela professora chata, vamos! (ele me faz levantar mais uma vez)

-Você acha que eu vou sair assim? nem trouxe roupas.

-A Kamy te empresta. (ele me empurra de vagar até o banheiro) tome banho enquanto vou lá pegar algo legal pra você vestir.

Ele sai do quarto, respiro fundo, não estava nem um pouco interessada em sair, mas Kauê é insistente, lutar contra suas vontades é o mesmo que nada.

Tiro minhas roupas e ligo o chuveiro, e outra vez fecho meus olhos. Tive meio que uma visão assim que fiz isso. Vi em meus pensamentos uma cena onde Natalie estava por trás de mim enquanto tomava banho, uma cena onde eu estava entregue em seus braços.
Abro os olhos rapidamente na intenção de afastar tais pensamentos.

Quando saio do banheiro Kauê já estava no quarto, todo agitado. Tinham várias roupas em cima da cama.

-Você prefere vestido, short, saia?.. (ele pergunta encarando as roupas em cima da cama, com dúvida. Estava me enxugando, queria que ele desistisse de sair)

-Tanto faz, eu visto qualquer coisa. (ele me olha revirando os olhos, mas depois faz uma expressão séria) o que foi?

-O que são essas marcas? (tinha esquecido desse detalhe mais uma vez)

-Você sabe o que são... normal. (me cubro com a toalha)

-Se você não ficar longe dessa tal professora, do jeito que as coisas estão ela vai acabar cometendo um ato de canibalismo, olha só pra isso, credo. (Ele volta a encarar as roupas. Eu não acho nada de mais as marcas que ela me deixa enquanto transamos, por mais que sejam em excesso)

-Então, que roupa irei usar?

-Esse vestido aqui! (Ele fala me mostrando um vestido preto, pensei que era uma blusa de tão curto. Tinha um decote gigante nas costas e um aberto na frente, as roupas da kamy são todas assim)

-Eu não vou com isso, eu gosto de decote mas isso ai é exagero.

-Vai sim, veste logo, vou pegar as maqueagens dela também. (ele me entrega o vestido e pega as outras roupas que estavam em cima da cama saindo do quarto)

Respiro fundo mais uma vez e faço o que ele disse.
Me olho no espelho, sem animação. Outra cena vem em minha mente, mas dessa vez a em que eu estava por cima de Mora na quadra. Afasto tais pensamentos e me pergunto o porque de ter pensado em tal coisa.

Kauê volta trazendo uma maleta de maqueagem, ele pede pra que eu sentasse na cadeira e o faço. Nem acredito que vou deixar ele me maquear, pois ele não sabe fazer nada simples, da última vez parecia que eu ia receber o Óscar e não ir a um barzinho qualquer.
Quando ele terminou olhou pra mim sorrindo e disse que eu ja podia me olhar no espelho, fico impressionada com o resultado, fazia bastante tempo que não me arrumava tanto, sempre estava com cara de sono e tédio.

-Você sempre foi linda, mas agora vou ficou o dobro, o triplo, ficou perfeita, agora só falta o cabelo.

-Pra que tudo isso Kauê?

-Você vai arranjar uma namorada hoje.

-E quem disse que eu quero um relacionamento?

-Eu disse.

-Nossa, ok Deus.

Rimos juntos.
Ele arruma meu cabelo, mais uma vez exagerado, depois pede um solto de Kamy pra que eu usasse, eu odeio salto, tentei explicar isso pra ele mas foi impossível. Finalmente prontos saimos do quarto e descemos as escadas em direção a sala, vejo Kamy sentada no sofá toda arrumada.

-Ela vai com a gente? (Pergunto a ele)

-Sim, ela vai.

-Uau, acho que vou virar lésbica em isadora. (Kamy fala assim que me vê, ela e suas piadas)

-Vamos logo antes que eu vomite aqui. (Kauê fala nos fazendo rir)

Saimos de casa e vamos até a garagem, iríamos no carro de Kamy, por mais que eu não confiasse nela dirigindo.
Estava com meu celular na mão e resolvo mandar uma mensagem pra Mora.

Isadora: já está acordada?

Alguns minutos depois ela responde.

Mora: Sim, faz pouco tempo. Tem planos pra agora?

Isadora: estou saindo com meu amigo, mas queria estar deitada.

Mora: Se cuida, vou estar preocupada.

Isadora: pode deixar, até amanhã amor.

Mora: Até amanhã isadora...

desligo o celular, não tinha notado que Kauê estava falando comigo.

-O que você disse?...

-Eu disse que vamos a uma balada particular, eu não gosto muito de lugares chiques mas papai tem amizade com o dono e ele disse que nossa entrada era livre.

-Já estamos chegando?

-Falta um pouquinho. (kamy responde)

Depois de um tempo chegamos, só a entrada do lugar já era luxuosa, imagina lá dentro.
Vamos até um segurança e ele reconhece Kauê, assim entramos.

A música estava muito alta, isso me incomodou, faz um bom tempo que não entro em uma balada.
Kamy foi falar com uns caras que acenaram pra ela, pareciam ser conhecidos. Kauê estava dançando ao meu lado, eu estava me sentindo mal cercada por tantas pessoas, fui tentando andar até os bancos e sentei em um. Um barmen perguntou o que eu iria querer beber, disse pra ele escolher.

Estava bebendo enquanto observava Kauê dançar feito um louco eufórico.
Copos atrás de mais copos, resolvi parar quando senti meus olhos pesados assim como meu corpo.

-Noite difícil? (ouço alguém perguntar ao meu lado, na mesma hora viro-me para ver quem é)

-Sim...? (respondo com dificuldade, o efeito da bebida só aumentava. Era uma garota meio alta, com cabelo ondulado, e uma tatuagem no pescoço)

-Seu amigo me disse que você está procurando uma namorada. (Ela fala apontando pra Kauê, que estava dançando com uns garotos na pista de dança)

-Ele está procurando por mim.. (falo rindo, mas não foi engraçado, eu estava muito bêbada)

-Eu achei estranho já que as pessoas não costumam procurar namoradas em uma balada. (sinto sua mão acariciar a minha)

-E você? Também procura uma namorada? (desço do banco, mas não consigo ficar em pé sem tombar para os lados)

-Não, mas eu achei você interessante, e muito bonita, então quem sabe...

-Mas ela é comprometida.

Reconheço essa voz, sempre reconheço.