Twenty Five

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Sophie Blanche

Charles jogava algo em meu celular, enquanto eu batucava freneticamente minhas unhas sobra a pequena mesa de madeira. Hoje eu me encontraria com Emma para termos uma conversa relacionada a Chuck, que a alguns meses havia ''sumido'' misteriosamente.

A loira me encaminhou um sorriso assim que se sentou, logo beijando a bochecha do meu filho que lhe abraçou. Fizemos nossos pedidos que em breve chegariam, pedi para que meu primogênito fosse brincar no parquinho com algumas outras crianças, que aceitou sem delongas.

— Indo direto ao ponto, eu preciso do endereço do galpão em que esconderam o Bass.

— Por que isso agora Sophie? Achei que o seu plano fosse nunca mais vê-lo. - disse a mulher.

— As coisas mudam. - beberiquei meu suco de laranja. — Pelo que o Jin descobriu as ligações vem de dentro do círculo de amigos do Lucas, algo que eu deveria esperar.

— Acha que ele pode ter contado sobre você?

— Eu não acho minha querida, tenho plena certeza. - sorri falsamente. — Tenho outras coisas para resolver, me envie tudo que pedi pelo email.

Beijei o topo de sua cabeça assim que deixei dinheiro suficiente para que a conta fosse paga. Apanhei meu pequeno e caminhei em direção ao carro. Prendi o cinto do mais novo e adentrei no lado do motorista.

— Mamãe, por que eu não podia ouvir a conversa de vocês duas?

— Assuntos de adultos filho, você não iria entender e muito menos gostar de ouvir. - ri assim que o garoto fez uma careta.

(...)

O som do salto de minhas botas ecoavam pela ''prisão'' em que meu antigo parceiro estava. Meu estômago se embrulhava graças a diversas lembranças que, infelizmente, não seriam esquecidas.

Do outro lado da porta de ferro estava ele. Jogado ao chão com suas roupas imundas e diversos cortes no rosto que ainda sangravam seco. Revirei meus olhos e puxei seu rosto contra mim com um quite de primeiros socorros em mãos. Grunhidos escapavam de sua boca enquanto eu limpava suas feridas.

— Você que os manda me espancar e agora ainda limpa os meus ferimentos? - riu ironicamente, logo cuspindo sangue ao meu lado. — Me diga de uma vez qual informação quer.

— Mesmo nessa situação não abandona o deboche. - eu sorri e então mordi meu beiço. — Sempre lhe admirei por isso.

— E eu lhe admiro por mesmo depois de tudo o que aconteceu em sua vida continuar uma vadia que no fundo todos odeiam.

Deferi um soco em seu rosto e novamente o sangue escorria manchando ainda mais sua camisa branca. Ele arqueou uma de suas sobrancelhas e eu respirei fundo e então puxei uma cadeira para me sentar.

— Antes que comece a lhe torturar me responda de onde conhece Dacota Ross. - seu olhos se arregalaram, sorri de canto. — Não tente me enrolar Chuck ou você pode sair morto daqui em menos de um minuto.

— De qualquer jeito você ou seus capangas irão me matar, então por quê eu lhe ajudaria?

Apanhei meu celular enquanto ligava para Cameron que no segundo toque atendeu. Acionei o viva-voz e me aproximei do mais velho que mantinha seu maxilar travado. Acariciei seu rosto e beijei sua testa delicadamente.

— Então, me conte sobre nossa pequena Blair. - sua feição antes raivosa agora estava assustada, o vi negar com a cabeça. — O que ela faz agora?

— Brincando com um urso marrom de laço vermelho com o cabelo amarrado em um coque, parece que ela o cortou recentemente, agora esta na altura de seus ombros.

— A arma esta carregada Dallas?

— Duas balas, uma para o crânio e a outra direto no coração.

— Aguarde na linha. - o moreno resmungou em concordância, eu fitei o antigo empreendedor que mantinha sua expressão surpresa e assustada. — Você tem a vida dela em mãos, pode decidir entre a salvar ou deixar que morra para salvar uma garota que te manipulou.

— Como possa saber que mesmo contando tudo que fez não a mataria do mesmo jeito?

— Sempre cumpro minhas promessas, sejam elas qual forem. - disse firme. — Agora me responda antes que mude de ideia e mate você e a garota.

— Eu conheci Dacota alguns meses antes dela procurar por você. - fitou meus olhos, os seus estavam marejados. — Ela queria minha ajuda, estava sedenta com a ideia de que poderia, algum dia, finalmente tomar tudo o que você conquistou e mostrar a todos que essa mocinha que finge ser não existe. - de alguma forma, suas palavras não me atingiam, sabia que era verdade. — A ajudei a criar uma identidade falsa se passando por Emma e disse tudo o que seria preciso para conquistar pelo menos um pouco da sua confiança e então a contratar para trabalhar com você. Alguns dias antes de me prender ela foi a minha casa, dizendo ter tudo que precisava e então expor você para todos aqueles que ama, inclusive o seu filho. Eu a avisei que seria um plano sem sucesso, algum dia você iria descobrir e ela desejaria nunca ter começado essa ''guerra''.

Minha respiração estava pesada enquanto eu apertava o canivete contra a palma da mão. O sangue escorria e se derramava no chão em pequenas gotas, o corte com certeza seria profundo.

— Pode ir embora Cameron, obrigada pela ajuda. Irei conferir a garota mais tarde, caso exista qualquer arranhão nela, eu mesma me encarrego do seu fim. - encerrei a chamada.

Joguei a pequena arma no chão e sai porta a fora. Encaminhei meus homens para cuidar do Chuck e corri para o meu carro e logo observei a mancha vermelha sobre meu volante. Gritei em frustração e amarrei uma blusa que estava jogada sobre o banco traseiro ao redor da abertura.

Podia sentir a adrenalina correndo intensamente em minhas veias a todo segundo. Novamente mandei uma mensagem a Emma/Dacota pedindo que me acompanhasse a casa de Mark, pois ele quem estaria me ameaçando. A garota aceitou e disse que a noite lhe buscaria para que resolvêssemos tudo de uma vez por todas. Estacionei meu carro na garagem de Lucas e desci afobada, meu namorado estava trancafiado em seu quarto enquanto relia contratos da empresa. Seu olho desceu para minha mão, o homem correu em minha direção enquanto a enfaixava devidamente.

— Como isso aconteceu Sophie?

— Nada disso importa agora, mas vim lhe fazer uma proposta. - sorri sugestiva, o mais velho arqueou sua sobrancelha. — Me encontre hoje a noite em nosso antigo galpão, iremos relembrar os velhos tempos.

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